quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Boas entradas e Bom ano!

Mais uma frase feita
que só feita pode ser:
Guardem o melhor de 2010
e o resto podem esquecer!

O resto sendo o que não interessa
e não aquilo que nos fez sofrer
porque nos veio fortalecer
e instruir a viver sem pressa.

O ano novo vem como oportunidade
de podermos hoje tudo idealizar
para amanhã pôr em prática e realizar
bastando que tenhamos vontade!

Analisemos o que foi vivido
e que nunca será esquecido
mas também onde falhámos.

Porque se mais um ano vamos viver
então que nos esforcemos a valer
para atingir o que determinámos.

Não fantasiem ao pensar que o novo ano
nos traz mudança e determinação
pois não é mais que uma ilusão
ou um tremendo e repetido engano.

As atitudes e comportamentos
dependem de nós em plenitude
desde que haja saúde
e não vivamos de lamentos.

Acordar no dia 1 e pensar
que tudo vamos alcançar
mas é luta nossa sem esmorecermos.

E os dias vão passando em diante
sem que nenhum objectivo fique distante
se atingi-lo for o que quisermos sem termos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Teu nome como um sinal

Guardo teu nome cá dentro
pela força de um sentimento
que desconheço e me amedronta
hoje e em qualquer momento.

Basta que para isso recorde
tudo o que guarda a memória
que sendo bom ou sendo mau
vai escrevendo uma história.

Procuro onde está escondido
para me livrar da saudade
que insiste em me enfrentar
trazendo com ela a verdade.

A certeza que sinto e não fujo
mas enfrento com precaução
todo e qualquer movimento
que não quero que caia em vão.

Não por ter vergonha de assumir
mas porque não quero enfraquecer
e aposto toda a energia
para no silêncio a lutar permanecer.

Mas não me canso de procurar
e num gesto banal com precisão
encontro teu nome como um sinal
quando abro a palma da minha mão.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Soneto do amor

Vírus poderoso que se entranha
dominando os nossos sentidos,
admitimos ser seres perdidos
sem conseguirmos ter manha.

Marionetes nas mãos de um sentimento
que pelo corpo se propaga velozmente
e se aloja na memória da mente
sem haver vontade para um impedimento.

O Amor dói pela incerteza
assim como pela riqueza
de nos sentirmos incompletos.

Determinados lutamos para ter
a metade que nos vem preencher
e nos deixa de felicidade repletos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ouve…

Existe ainda uma melodia a tocar baixinho,
se eu a ouço é porque não a desligaste,
e toca sem letra por estar inacabada…
Ouve…e vais sentir como eu que não a terminaste.

Não é um aparelho eléctrico que a está a difundir,
o som vem do interior de seres com cumplicidade.
Por muito curta que tenha sido uma história…
Ouve…e saberás que toca devido à intensidade.

A distância só ajuda porque a faz tocar mais baixo
mas ela resiste ao desprezo com uma só finalidade:
provar-te que talvez mereça a pena ser ouvida.
Ouve…e verás que só te digo o que é verdade.

Se continua a tocar mesmo não estando programada
é porque nos sentimentos arranjou a sua energia
e consegue carregar-se de tempos a tempos…
Ouve…e ouvirás mais alto na minha companhia.

Nunca foste rejeitado mesmo depois de magoares
porque foste correcto e sincero ao decidires falar
mas avalia o quanto eram fortes as tuas certezas…
Ouve…porque ela toca sempre que não a quiseres desligar.

Situações de inconsistência e incoerência
foram despoletadas por ti com vulgaridade
e eu resolvi desde sempre dizer que sim e responder.
Ouve…e ouvirás mais alto pressionado pela saudade.

Não consigo decifrar se irás ouvir a tempo
de ainda ser tempo aceitável para mim
e não é porque não me apeteça esperar.
Ouve…porque toda a melodia tem um fim.

Acho que preferia que a desligasses de repente
e eu tivesse que ver a realidade toda de uma vez,
porque assim vou-me agarrando ao que vivi.
Ouve…porque já toca há 1 ano e ninguém a desfez.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O “Camelo” e a “Anta”

Que fique desde já esclarecido
que admiro qualquer tipo de animal
e aquele que aqui referencio
é com sentido figurativo e sem mal.

Temos a necessidade de estereotipar
pois facilita posteriormente a arrumação
das pessoas com que temos que lidar
com mais empatia ou mais tensão.

O “Camelo” e a “Anta” são pastas
como tantas outras que imaginei
para arrumar dentro personalidades
com que um dia na vida me cruzei.

Felizmente são pastas quase sempre vazias
mas também as de maior rotatividade
pois a avaliação é feita pelas atitudes
e todos temos rasgos de imbecilidade.

Não pretendo ofender ninguém
apenas constatar uma verdade
e “Camelos” e “Antas” por natureza
conheço apenas os que o são na realidade.

É “Camelo” o homem que na estrada se pica
por ser ultrapassado por uma mulher
e é ”Anta” a mulher que cega por amor
se deixa levar por uma balela qualquer.

É “Camelo” o homem que se julga mais homem
por trair a mulher ou a namorada enganar
e é “Anta” a mulher que depois de traída
não toma uma atitude para se valorizar.

É “Camelo” o homem que sendo patrão
faz uso dos subordinados sem os respeitar
e é “Anta” a mulher que num lugar hierarquicamente superior
aproveita para profissionalmente um homem humilhar.

É “Camelo” o homem que durante um banal jantar
abandona a mesa sem o prato levantar
e é “Anta” a mulher que durante anos a fio
não lhe chama a atenção para lá não o deixar.

É “Camelo” o homem que para ser ouvido
utiliza a voz mais grave e a gritar
e é “Anta” a mulher que não mantém a postura
e que depois de irritada lhe responde a berrar.

É “Camelo” o homem que utiliza a força física
para exteriorizar uma fictícia superioridade
e é “Anta” a mulher que tendo um homem mais passivo
o ridiculariza à frente de amigos e da sociedade.

É “Camelo” o homem que depois de repreendido
continua a insistir no erro identificado
e é “Anta” a mulher que depois de se aconselhar
continua com o comportamento inalterado.

Enfim…“Camelos” e “Antas” há muitos!
Tal como o dizia Vasco Santana dos chapéus…
Gabem-se aqueles que o consigam não ser
e envergonhem-se os que o são por trás de véus!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Desistir

Desistir é sem dúvida o que fazem os fracos
quando do resultado poderiam ter algo positivo,
mas desistir é também uma opção
para quem deu tudo e falhou sem motivo.

Cada vez me convenço mais de que é fácil falar
mas quem passa por “elas” é que as sente
e até que ponto vale a pena esforçarmo-nos
se aos olhos dos outros é tudo indiferente?

Como se consegue perdoar uma injustiça
se esta vier acompanhada de agressões verbais,
de certas pessoas que nunca esperávamos na vida
e para quem as ofensas saem tão banais?

Tentamos desculpar porque há dias menos bons
sendo impossível esquecer aquilo que se ouviu,
mas o que conta é o valor da pessoa que disse
a quem a serenidade no mínimo fugiu.

Não vou ser hipócrita ao dizer que tudo é desculpável
porque há situações que nos ferem e nos abalam
e por muito que queiramos um dia esquecê-las
há algo que não o permite: as mágoas quando falam.

Podemos julgar-nos no momento mais que perfeito
mas devemos dar provas físicas dessa perfeição,
caso contrário aquilo que é por nós visto
para os outros não passa de uma nossa ilusão.

Como é que se esquecem certas palavras
que foram ditas ou terão sido sentidas?
Haverá algum dia em que teremos a certeza
de que essas palavras saíram apenas perdidas?

Porque se pensarmos que “aquilo” que nos foi dirigido
foi sentido e não naquele momento mas desde sempre…
Como é possível continuar a conviver
com a pessoa que nos ofendeu à nossa frente?

Dilema, incerteza, desilusão e dor…é sem dúvida
um panorama interessante e o cenário desejado
quando a vida é tão curta e há coisas tão boas
e este pano pode cair ou ser sempre por nós fechado.

Exige atitude para jogarmos às escuras.
Insegurança num futuro que desconhecemos
mas podemos penar nos primeiros tempos
que depois vem a bonança quando a merecemos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Máscara

Tive desde sempre a sensação
de que em certas alturas da vida,
se usa uma máscara que nos substitui.
Máscara sem forma e dentro de nós escondida…

É escusado perder tempo a procurá-la
pois não é uma máscara como as demais.
Sentimos que a estamos a usar
e são poucos os que se apercebem mais.

Essa máscara como a designo…
permite-nos sorrir quando queremos chorar;
tomar atitudes mesmo sem forças;
faz-nos estar presentes onde não queremos estar.

É um objecto precioso mas que esconde a nossa essência
pois só por trás dela se encontra a nossa realidade
e alguém que pretenda registar o nosso eu
tem de aguardar que a tiremos por nossa vontade.

Em conversa com um fotógrafo por paixão
a existência dessa máscara foi-me confirmada
pois o fotógrafo só parte para sessão
quando consegue que a máscara seja retirada.

Foi interessante e intrigante saber
que essa máscara não é para todos transparente
pois se esse fotógrafo a vê
o que verá toda a gente?

domingo, 7 de novembro de 2010

Não consigo explicar

Nem o consigo pronunciar em voz alta
ou sussurrar mesmo estando sozinha
mas bato as teclas no computador
devido a esta louca inquietação minha.

Sinto a necessidade de o ver escrito
porque rebento se continuar a ignorar
a força das diversas reacções
que algo tão estranho me consegue provocar.

Identifico e vejo-o como estranho,
o que já é muito positivo por sinal
mas há certas coisas que não controlamos
e pode não ser só o mundo paranormal.

Admirar alguém à nossa frente
e sentir um forte desconforto
assim como um saudosismo inexplicado
que presencialmente fica absorto.

Mas não deixa de existir ou de se sentir
especialmente no mesmo espaço dividido
inconscientemente procuro com propósito
porque aquele olhar foi por mim escolhido.

Conseguir aqueles míseros segundos
onde os olhos se cruzam estando-se a disfarçar
e sente-se um nervoso miudinho
quando somos apanhados a olhar.

Nunca se desperdiça o cumprimento à chegada
com o qual se tenta conseguir o maior contacto
mas também não deveria ser esquecida a despedida
pois são os derradeiros segundos de facto.

E a conversa não passa a mais do mesmo
porque existe algo que tem que ser entregue
e aí está mais uma oportunidade
que não deixa hipótese para que se negue.

Derradeiros, restantes, últimos são sinónimos
que não conseguem que nos dêmos por vencidos
pois o estratagema de um próximo encontro
é elaborado pela vontade dos sentidos.

sábado, 30 de outubro de 2010

Sucesso

Sucesso é mais atitude do que aptidão.
São tão importantes as acções
como a capacidade intelectual.
É acreditar e lutar sem limitações.

A constância para o objectivo,
a coragem para continuar
mesmo enfrentando o fracasso
em algumas das etapas porque se tem que passar.

Só o atinge quem chega a sentir dor física
tal é o grau de cansaço de nunca parar,
mas esse cansaço não é só de um dia
é de todas as oportunidades querer aproveitar.

Pode parecer exagero para alguns,
para aqueles para quem o sucesso tem medida
mas o sucesso na minha óptica é continuado
e a ambição não me permite ser comedida.

O ser continuado não é a mesma coisa que eterno
mas por isso existe a necessidade de ajustes e antevisões
ou seja depois de se gozar o proveito
há a necessidade de repensar as orientações.

O famoso trabalho para casa (TPC)
que nos é incutido desde criança
e que desempenhado no sossego do nosso lar
nos possibilita agir depois com segurança.

É preciso haver paixão e dedicação
e não pode de forma alguma ser uma coisa imposta
pois nunca conseguiremos com pressão
obter como resultado a melhor resposta.

Por muito que o ordenado seja apelativo
a comodidade nunca deve ser solução
pois é um facto que a curto prazo satisfaz
mas a longo prazo traduz-se em frustração.

É do sucesso económico que se trata
e diferencio-o porque existem outros mais
mas também é verdade que precisamos deste
para alcançar com maior facilidade os demais!

sábado, 23 de outubro de 2010

Nunca te vou dizer tudo…

Dependendo dos diferentes feitios
e personalidades diferentes de um ser,
ninguém deixa de exigir sinceridade
a quem se conhece ou se quer conhecer.

Mas a sinceridade não é dizer tudo…
porque “tudo” é demasiado como qualquer exagero
e deve ter-se em conta as medidas
para a confecção de um bom tempero.

Cabe a cada um avaliar o “tudo”
deixando de fora todas as coisas mesquinhas
oferecendo na mesma a sinceridade
e guardando as intrigas em caixinhas.

É difícil a desfolha que vos proponho
pois classificamos como trunfo certas informações
que não passam de “palha” no jogo que temos na mão
e deitá-las na mesa impede-nos de ser campeões.

A inteligência é um dote que nos pertence
e que a raiva tenta a todo o custo enevoar
mas cabe-nos sermos superiores
e conseguirmos dominar-nos para a travar.

Parar, pensar e escolher o que deve ser dito
são passos que passamos à frente
pois cegamos com a irritabilidade
e sentimo-nos injustiçados sem razão suficiente.

Nunca te vou dizer tudo…
mas não te omito o que é importante
controlarei a minha impulsividade
e manterei o que não interessa distante.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Como bolas de sabão

Momentos e que momentos…
aqueles que guardamos sem razão,
pois são esses momentos que marcaram
por terem implicado em nós uma reacção.

Momentos inesperados ou desejados
pelos quais lutámos ou que surgiram.
Momentos que não passam de momentos
porque englobam sentimentos que se sentiram.

Momentos vividos com um sorriso
e outros que provocaram lágrimas sem cessar,
mas são momentos apenas momentos de uma vida
que em nós ficaram por ser possível recordar.

Momentos de míseros minutos de muita intensidade
ou momentos de horas que parecem não passar.
Momentos intemporais ou de realidades destorcidas
devido ao estado de espírito que nos conseguem provocar.

Momentos de fusão eterna entre nós e outros
e momentos dos quais gostávamos de desaparecer
pois são momentos especiais e diferentes
daquilo que é banal num vulgar viver.

Momentos por nós secretamente acorrentados
e momentos que desvendamos a gritar ao mundo,
pois são momentos únicos que vivemos
e mesmo partilhados são só nossos no fundo.

Momentos que comprovam a nossa existência
e momentos que têm mais valor para um terceiro,
mas são momentos que nunca nos chegam
e julgamos que existe ainda um derradeiro.

Momentos como bolas de sabão…
que têm magia quando estão à nossa frente
pelas cores e formas que vão desenvolvendo
mas que desaparecem sem durarem eternamente.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Parabéns Empresário

Não sei como irás encarar estas palavras
e também te garanto que as escrevo depois de reflectir
pois senti a necessidade de te oferecer este presente
para te dizer o que penso de ti sem nada omitir.

Nunca te disse pessoalmente, mas hoje admiro-te vaidosa
pois cresceste de uma forma admirável
e conseguiste a estabilidade emocional
lutando pelos teus objectivos com uma vontade incontrolável.

Recordo-me de tempos que vivi e que já lá vão
que foi sempre em ti que encontrei cumplicidade,
embora as desilusões ou incorrectas interpretações
nos tenham conseguido afastar na verdade.

Sempre soube que um dia aquilo que não tinha valor
iria ser esquecido ou por nós arquivado,
e hoje concretizada afirmo que não me enganei
porque me sinto feliz por te sentir ao meu lado.

És um Homem que muito admiro
pela luta que travaste e travas sozinho
e provaste a ti próprio sem nunca te envaideceres
que também sabias encontrar o teu caminho.

Contigo confirmo que tudo se pode fazer
pois aproveitas ao máximo todas as fases de um dia
não descurando obrigações e responsabilidades
e é tão agradável ouvir a tua calma e estar na tua companhia.

És um "Silvinha" como tanto me dizes a mim
por isso te sustenta um berço que te dá personalidade
e acredita que muito te distingue dos outros
porque foste criado tendo-te sido revelada a realidade.

Que tanto pode ser positiva como cruel
mas o que importa é que temos o mundo na mão
e como qualquer ser humano resvalamos com o negativo
mas depois arregaçamos as mangas com determinação.

Muitos Parabéns por mais um ano de vida!
Continuarei ao teu lado para muitos mais assistir
e estou certa que vais realizar todos os teus sonhos
pelos quais lutas sem nunca desistir.

Adoro-te e gosto de saber que nas veias me corre
um sangue que com admiração partilho contigo
porque és um filho, irmão, primo, namorado, Homem com valor
mas para mim desde sempre e para sempre um grande amigo.

Para ti Primo "Janecas" com amor e amizade.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Parabéns “ESTRELA”

Nunca me falhaste sem nada exigires
e também nunca ofereceste com objectivo de cobrar
mas sinto dentro de mim o peso de uma vida
que não me permite escrever sem parar para pensar.

Uma vida e desculpa a redundância
mas a certa altura deixei de contar
aos anos em que conto com a tua presença
e o quanto é tão mais fácil este meu “caminhar”.

“Estrela” pela eterna luminosidade
e por te apresentares lá no cimo de tudo o que é vulgar,
conseguindo manter a simplicidade e entrega
sendo um ser humano com personalidade ímpar.

Não te sintas intimidada com estas palavras
ou confundida por as achares exageradas
é com veneração e orgulho que as escrevo
e não as podia achar mais apropriadas.

Mereces tudo e nada do que te possa ser dado
pode alguma vez ser considerado suficiente
mas sempre te disse que irias ser feliz
e sorrir com vontade para o futuro à tua frente!

De mulher para mulher como dizia a “outra”
não conheço amizade tão longa e verdadeira
e ninguém acredita ou simplesmente deixa de achar graça
quando contamos que começou daquela maneira…

Assim como nos marca uma relação amorosa
pelos anos que partilhamos e desvendamos segredos
também me marca a nossa amizade
e me dá confiança para te contar os meus medos.

Emociono-me a escrever porque ao teu lado sou minúscula
inofensiva, imatura, dependente, insegura e perdida
não que sejam características da minha personalidade
mas contigo posso mostrar o lado mais fraco da minha vida.

Obrigada por teres nascido há 28 anos!
Deus devia dar uma amiga assim a toda a gente
pois é impossível querer transmitir por palavras
o quanto sou feliz pela nossa cumplicidade sempre presente.

Há quem tenha diários ou fale sozinha
e os “telhados de vidro” não consiga partilhar
eu tenho em ti a minha caixinha de segredos
e tenho a certeza que nunca os vais desvendar.

Amo-te, não consigo dizê-lo de outra forma
e se continuar a descrever o que és para mim
os versos vão saindo de recordações de momentos infinitos
que já ninguém mos tira mesmo chegando a vida ao fim.

Promete-me que acordarás amanhã a sorrir
mesmo se pela janela olhares e estiver a chover.
Peço-te o esforço para imaginares um sol radiante e quente
porque se pudesse era o que te queria oferecer.

Parabéns voz doce, colo bom e aconchegante abracinho
excelente filha, irmã, tia, prima, sobrinha, namorada, amiga e Mulher
desejo-te tudo o que ambiciono para mim e mais um bocadinho
e continua como és porque quem assim fôr chega onde quiser!

Maninha dava a minha vida por ti (desde que não deixasse a minha Mãe cá sozinha).

Sedução

De todas as ameaças do mundo
a mais perigosa é a sedução
mas o perigo está no que seduz
ou naquele que é seduzido sem aparente razão?

Aliada à sedução está a química
disciplina complexa com parte experimental
da qual todo o compêndio por mais extenso que seja
nunca aborda o capítulo da química irracional.

Estudam-se estímulos com testes comprovados
cheiros e parecenças com alguém familiar,
mas o leque variado de todas as reacções
faz de cada pessoa um elemento singular.

Somos atraídos por uma conversa banal
se o tom da voz nos penetrar no ouvido,
entrando no organismo com forma de calor
e deixando o cérebro a sonhar com o desconhecido.

Os olhares trocados parecem ter mãos e braços
pois a intensidade é tanta que consegue agarrar
pedaços de nós sem sentirmos o toque
mas imaginamo-lo com a vontade de o provar.

Ouve-se um suspiro de ambas as partes...
como se houvesse cansaço de actividade inexistente
isto porque a certa altura os devaneios imaginados
preenchem de loucura a capacidade da mente.

Estão criadas assim as primeiras expectativas
em relação a um toque ou maneira de beijar
e tudo o resto não é mais que uma cantiga
a qual estamos certos que nos irá embalar.

A sedução pura é incontrolável e inconsciente
lutadora permanente para uma resposta receber
por muito que a ignoremos ou a tentemos enfrentar
a recordação das sensações não nos permite esquecer.

O nosso lado cauteloso alerta-nos incessantemente
para guardarmos deste perigo distância de segurança,
mas se presencialmente o “objecto” voltar a ser contemplado
seguimo-lo colados e na faixa contrária com toda a confiança.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Parabéns Melhor do Mundo

São poucas as pessoas que me conhecem despida
de escudos, defesas e disfarces forçados
devido a situações com que me deparei na vida
e perante as quais não permitiste que ficasse de braços cruzados.

Não há forma e maneira de agradecer
tudo aquilo que foste e és para mim
e hoje utilizando estas minhas palavras
quis tentar mostrar-me agradecida assim:

Parabéns Melhor do mundo, muitos Parabéns!
28 anos passados e apresento-te a Mulher
que estando mal ou bem dependendo da situação
tem força para chegar e lutar pelo que quiser.

Olha-te a um espelho e vê-te para além dele,
da forma como me orgulho de ver o teu interior.
Esse espelho se falasse iria com certeza dizer-te
que em ti vê uma Mulher autêntica, um primor!

És especial e perfeita pelo feitio determinado
e pela forma como vives a vida na sua plenitude
mesmo enfrentando situações com insegurança
não deixas de lutar e tomar a melhor atitude.

Quando te sentires perdida e insegura
procura dentro de ti o sentido de orientação
porque ele não é apenas apurado nas direcções
mas também está ao teu alcance em qualquer indecisão.

O teu conselho é sábio mesmo que te custe dirigi-lo
a quem merece a tua amizade, atenção e carinho.
Empenhada lanças as palavras com sentido certeiro
e facilmente transformas em rosa o mais afiado espinho.

Quem tanto dá de si só pode receber
não por cobrares mas porque crias vontade
e aqueles que te ignoram ou não ficam ao teu lado
um dia mais tarde sentem de ti saudade.

Energia inesgotável que transportas aí dentro
sendo a vida a bateria para te auto carregares,
pois vives cada dia como se fosse o último
sem nunca sentires necessidade de descansares.

A folia ao extremo é o teu capricho
não havendo para ti enfartamentos do banal,
pois mesmo sendo a rotina sempre a mesma
é por ela que procuras dando-te um prazer desigual.

Aproveita agora que podes e mereces
inesgotavelmente viver esta fase da tua vida!
Tens a tua cara-metade, sou eu que o afirmo
e fico tão feliz por te sentir finalmente resolvida.

Para a minha pequenina mas GIGANTE amiga, Rititi.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Reencontro

Fecha-se a última porta
suspira-se de alívio e tranquilidade
porque se fica apenas com a pessoa
que nos conhece de verdade.

A incerteza permanece reforçada
porque mesmo só, não se encontra satisfação
perante uma fase de reboliço de emoções
onde se procura encontrar a solidão.

Não é que esta venha resolver
mas serve de defesa para o que não se quer enfrentar
e passam minutos e horas a correr
enquanto se ouve somente um respirar.

Que prova que estamos vivos e somos gente
embora com uma insegurança que nos domina
mas na vida queremos continuar presentes
com a mais perfeita forma feminina.

Mas nada por isso se faz, pelo contrário…
A instabilidade lidera e tudo se devora
e o espelho todos os dias nos recorda
que sem esforço tudo fica e nada se vai embora.

Procura-se a força no que já se viveu
porque não conseguimos deixar de reagir
mas há fases que custam a passar
e de um reencontro não deveremos fugir.

Não vale a pena fazer um drama
no que está apenas a correr mal
cedemos ao estado depressivo
mas só venceremos no estado normal.

Mas esse só vem ao nosso encontro
quando as prioridades são por nós redefinidas
esquece-se tudo o que é negativo
e rapidamente se saram as feridas.

sábado, 2 de outubro de 2010

Parabéns querida loira

Entras numa sala pequenina
com prateleiras com caixinhas decoradas
que contêm dentro pessoas especiais
que por mim foram lá guardadas.

O “especial” não é para banalmente distinguir
mas sim porque se distinguem pelo valor.
Guardei-te numa dessas caixinhas
porque nutro por ti uma forma de amor.

Não escrevo balelas porque não as sei escrever
e só fico feliz a transmitir sentimentos
por isso ofereço-te estas palavras
por todos os nossos bons momentos.

Conheci o teu marido há uns anos
e desde esse dia fiquei enriquecida
mas senti-me realizada e feliz
quando reconheci na sua mulher uma amiga.

Não quero falar no plural…
porque hoje é o teu dia e as palavras são para ti
e pretendo que não te restem dúvidas
de que te adoro desde que te conheci.

É tão gratificante verificar
que ao lado de uma pessoa que adoramos
está outra pessoa tão especial
com a qual tão bem nos identificamos.

Tens carácter e carisma
transmites calma, alegria e serenidade
e o pouco tempo que estamos juntas
não deixa de provocar saudade.

Mas a ausência por tempo prolongado
não interfere com o carinho que se sente
e nos momentos importantes e marcáveis
nunca deixarei de estar presente.

Porque o mereces de mim pelo que és
e pela cumplicidade que naturalmente apareceu
desde o primeiro dia à porta da igreja
até ao dia de hoje que é só teu.

Quando estas palavras leres estarás acompanhada
por todos os que quiseram estar ao teu lado
pois foi uma surpresa bem bonita
e um presente bem guardado.

Só se oferecem estes momentos únicos
a quem de alguma forma faz para os merecer
por isso mais tarde recorda a surpresa
que te fizemos com todo o prazer.

Muitos Parabéns minha querida
e o “querida” não é bemzoca e sim sentido
tal como o é todo o gosto e prazer
por um dia te ter conhecido.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sufoco

Estar ao teu lado foi um sonho que realizei
mas não consigo deixar de me culpabilizar
porque se não tivesse vindo cá abaixo
ter-te-ia ao menos ouvido a gritar.

E gritaria contigo mesmo do outro lado da porta
para que alguém tivesse que vir a correr
dar-te assistência e o reforço da epidural
que iria diminuir o teu sofrer.

Sabíamos que não estava a correr bem
mas guardámos tudo em segredo
porque não queríamos aos nossos
transmitir todo aquele medo.

Não sabíamos como iria acabar
mas a esperança nunca nos abandonou
e enquanto esteve controlado
o tempo para nós apenas passou.

Conversámos, rimos e fizemos das nossas
e aprendi que a amar desempenhamos qualquer profissão
pois mesmo não sabendo o significado
decorei todo e qualquer palavrão.

Era a hipótese que tínhamos
para posteriormente perguntar
a quem de medicina entendesse
e esses palavrões nos pudesse explicar.

És uma heroína cheia de força
que amo sem conseguir quantificar
mas desde o dia 16 quinta feira
que de forma diferente te vou admirar.

Porque foste Mãe com sofrimento
e mesmo a correr mal enfrentaste o desconhecido
mas acredita que só não estive lá
porque não me foi permitido.

Estava angustiada pois imaginei tudo tão diferente,
sabia que iria chorar mas de alegria
quando te visse ser Mãe do teu rebento
e ouvi-lo berrar ao mundo na tua companhia.

Chorei de desespero e de desamparo
senti-me uma nulidade, passiva e inútil
pois uma barreira de seguranças conseguiu impedir-me
de correr para estar ao teu lado e te ser útil.

Perguntei vezes sem conta e fui insolente
mas de nada me valeu porque estavam a omitir
e pedi a um dos muitos pais que conheci nesse dia
que me desse notícias tuas ou pedisse para eu subir.

Recebo uma mensagem de mudança de quarto
respondo com outra a perguntar por ti,
mas poucos minutos mais tarde recebo os Parabéns
pois o Afonsinho tinha nascido e não imaginas o que sofri.

Só me lembrei de começar a correr
e ignorei seguranças e pedi no meu inconsciente:
não me queiram impedir do que estou a fazer
porque garanto que levo tudo à minha frente!

Cheguei junto a ti deitadinha e tranquila
numa maca no meio do corredor
estavas exausta com razão
porque o parto tinha sido um horror.

A enfermeira chefe quis tranquilizar-nos
e chamou-me para o Afonsinho me ser apresentado.
Disse-me que o parto tinha sido muito difícil
e que ele estava fraquinho e iria ser internado.

Tendo-me sido impossível pegar no telemóvel
para notícias dar a quem aguardava desesperado
começaram os telefonemas para o piso 6
e ordenei que o Pai fosse chamado.

A meio do caminho cruzei-me com ele
e com calma transmite o sucedido
mas as lágrimas dele fizeram cair as minhas
porque estava tão preocupado contigo.

Ele seguiu a correr pelo caminho que lhe indiquei.
Fiquei ali estarrecida a pensar no que iria dizer
segui em frente para enfrentar
quem estava por ti a sofrer.

Julguei aguentar-me forte depois daquela porta
mas estavam loucos e nem me deixavam falar
tive tempo de dizer em voz alta:
a Nês está bem mas o pequenino terá que lutar!

Contigo SEMPRE!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Até já Avô Silva

Quem não se recorda do seu caminhar?
bota com salto alto mas sem timidez da altura.
Teimoso como ninguém e pela vida enfeitiçado,
mesmo tendo sido a Dele um pouco dura.

Características muito próprias
de alguém que teve que lutar na vida
e por isso merece estas palavras
da sua neta na sua despedida.

Quem tudo quer, tudo tem!
Era o seu lema mas a trabalhar.
Construiu o seu império
que também utilizou a jogar.

Viagens infinitas para o Estoril
mesmo sem saúde e com mordomo
e daquele seu espírito único
só Ele era o seu próprio dono.

O baralho de cartas estava para Ele
como para nós a nova tecnologia
e jogando mesmo com batota
perdíamos sempre na sua companhia.

Contava as suas histórias infindáveis
a cantar, rir e a rimar
e nós ríamos incansavelmente
das expressões que utilizava para se expressar.

O melhor cliente da Reader Digest
principalmente na parte dos produtos naturais
e transformava uma cozinha inteira
com os seus pratos especiais.

Desde chaleiras de plástico ao lume
a derreterem por todo o fogão,
ás inúmeras misturadoras sem tampa
que expeliam o seu conteúdo como um vulcão.

“Leva-me lá a baixo!”…
ouvimos infinitamente como castigo
desde que Lhe tiraram a carta de condução
que era sem dúvida o seu melhor amigo.

Já para não falar no seu “tanque” de guerra Mercedes,
que a todos instruiu ser a única verdadeira marca.
Mas do Mercedes do Avozinho…
até a polícia de o multar ficou farta.

E devido às inúmeras transgressões
uma vez numa noite de folia em plena Lisboa
fui parada numa operação stop,
perguntaram-me se era sua neta e fiquei à toa.

O polícia era Ribatejano e reconheceu a morada
que estava na minha carta de condução
pelas diversas viagens que fizeram à Quinta
para o tentarem chamar à razão.

E as peripécias com todas as empregadas
que passado 1 semana já estavama a esmorecer.
Lembro-me de uma mais gordinha
que à volta da mesa de jantar se fartou de correr.

Mesmo frio e a viver só para si
deixou o seu carisma em todos nós
e hoje com a sua partida
ficamos tranquilos mas mais sós.

Não digo adeus porque o mesmo nos está reservado
e um dia mais tarde nos vamos voltar a encontrar,
mas digo OBRIGADA por me orgulhar de ser sua neta
e me deixar a Quinta que tanto amo para morar.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O teu momento “Gra”

Como a deliciosa brisa de fim de tarde
que o corpo do calor do sol vem refrescar,
recebi a tua notícia embalada
pelo som da rebentação das ondas do mar.

Um mar sereno, límpido e tranquilo
que te proporcionará momentos de introspecção
e alcançarás dentro de ti a calmaria
que tanta falta faz ao coração.

Ao longe muito ao longe se observa hoje
apenas um pontinho mas com luz viva
que em 9 meses virá sempre a navegar
pois sabe que no porto o esperas emotiva!

Parabéns pela nova fase que se inicia
e pela coragem de enfrentar o desconhecido.
É o teu momento “Gra” e tão feliz que estou
pelo prazer desta partilha poder ter tido.

Há sinais que te foram indirectamente lançados
por situações e coincidências especiais
mas não os deves tentar compreender
pois só para ti eles são não normais.

Estarás abençoada do início ao fim
sinto-o sem o conseguir descrever…
Em Maio o título de Mãe te será atribuído
e o momento será único de se viver.

Confessaste que preferias que fosse menina
embora quem te rodeia diga que é rapaz.
Os desejos da grávida têm que ser saciados
por isso pergunta ao Pai se foi capaz…

A partir de agora olharás de forma diferente
para roupinhas e “coisas” de bebés
pois este é o Teu e será o mais vistoso
aprumado com gosto da cabeça aos pés.

Inconscientemente uma história é por ti escrita
dia a dia na memória desde a confirmação.
Começando no teste resgatado do caixote do lixo
até ao berro mais bonito que ouvirás com determinação!

Para uma pré-mamã forte e determinada, votos dos melhores 8 meses da tua vida!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Parabéns Boneca ruiva

Boneca ruiva é como te designo
e pensando em ti identifico pureza.
Admiro-te pela tua coragem e determinação
e acho exótica a tua beleza.

Mente prática e ordenada
lutas por constantes aperfeiçoamentos.
Dedicada ao detalhe e exigente
e as tuas palavras são ensinamentos.

Só as diriges quando são requisitadas
e quando tiveste tempo para analisar
pois a sinceridade é por ti defendida
como algo que nunca pode falhar.

Grande observadora e classificadora da vida
perderíamos muito sem as tuas nuances a olho nu
de um mundo onde hoje as relações desgastadas
deveriam ser analisadas ao detalhe por pessoas como tu.

Pois és humilde e com coragem assumes
que nem tudo sabes mas tens sede de aprender
e por isso é com naturalidade que sobressais
entre todos aqueles que não querem saber.

A insegurança é adjectivo que te caracteriza
apenas por não reconheceres fim para te aperfeiçoares.
Assim como o nervoso e a própria condição de estar atenta
na conquista do que da vida procurares.

Tens a perpétua sensação de que tudo pode ser diferente
e lutas desmedidamente quando algo não te satisfaz.
Arriscas sem certezas sustentada no que sentes
ou apenas porque essa atitude te fará sentir em paz.

Dá de vez em quando uma oportunidade aos teus instintos
e não te proíbas de viver o emocional
é verdade que é menos seguro e receoso
mas vais vivê-lo de uma forma tão diferente do racional.

Parabéns não apenas por mais 1 ano de vida
mas pelo exímio desempenho a representares a tua cena.
As minha palavras só querem dizer que te adoro
e que conhecer-te valeu indubitavelmente a pena!

domingo, 29 de agosto de 2010

Japa Malas

É composto por 108 contas
e uma de meditação a meio.
Encontrei a designação num prefácio
de um livro que ainda leio.

Tem séculos de existência
e o número de contas uma explicação.
Foi encontrado no oriente
e trazido pelos Cruzados com uma razão.

Ajudar os mais devotos a concentrarem-se
nos seus diálogos com um Ente superior.
Passando pelos seus dedos conta por conta
orando com fé em demonstração de amor.

O 108 é múltiplo de três auspicioso
pois a soma dos seus algarismos é 9 = 3x3
e três é o número perfeito
segundo a conta que Deus fez.

Não custa passar a informação
de algo que me suscitou curiosidade.
Não sou devota e esqueço a religião
culpabilizando-a por me fazer sentir saudade.

Mas pensei no interessante que seria
108 momentos ou nomes juntar
por serem especiais pelo valor
que deles guardo no meu pensar.

Vou juntar essas contas num fio de corda
e tê-las sempre comigo através do pensamento.
E ao passá-las entre os dedos com devoção
recordarei a felicidade sentida em cada momento.

Seria o meu rosário da sorte ou Japa Malas
e as contas nele enfiadas teriam para mim sentido
mas não o usaria para orar a um Ente superior
e sim para sentir quem me ama sempre comigo.

Cavalo

Adoro o teu porte físico:
elegante e bem parecido,
assim como o ar selvagem
a cavalgar num prado esquecido.

Prado que dominas e geres
parecendo Rei na sua fortaleza
e carregas no corpo o peso
do prazer de viver na surpresa.

Admiro de longe mas não esqueço
o cheiro do teu pelo suado
que guardo como recordação nítida
como o melhor beijo que me foi dado.

Teus olhos expressivos e meigos
contrariam o que pretendes transmitir.
São uma beleza muito tua que a quem te olha
dizem o que estás a sentir.

Selvagem é a tua natureza
sendo ambição de muitos domar-te
mas essa sorte só reservas
a quem consegue hipnotizar-te.

E então monto no teu dorso
nu sem o querer selar
e as rédeas são as tuas crinas
que aperto nas mãos sem recear.

Não receio para onde me levas
nem sequer quero saber o caminho
pois transmites a segurança necessária
para te saborear como a um bom vinho.

Embriagada ponho os pés no chão
depois de um prazer desmedido
e que não me canso de o procurar
pois só o sinto quando estou contigo.

Férias em Portugal

A fila na A2 em direcção ao Sul
a um carreiro de formigas podia ser comparada.
Aumento o som da música e abro a capota
para o nervoso não me deixar desesperada.

Os telemóveis começam a tocar
pois em tantos carros tinha de haver alguém conhecido
e são amigos que sem termos combinado
partilham o mesmo trânsito comigo.

Desde esse momento fomos anulando
Áreas de serviço por se encontrarem a abarrotar
e optámos por parar em Aljustrel
para sairmos e apenas um beijinho dar.

O clima é único, um calor abrasador
mas o mar que nos espera em nada é refrescante
pois parece caldo verde sem alga a boiar
e encontrar nele um buraco é angustiante.

O pior do nosso Algarve está ainda para vir
basta pensarmos nos serviços que nos são oferecidos.
Se houver mesas disponíveis é para duvidar
pois traduzem-se em inúmeros minutos perdidos.

Entrar num supermercado para comprar o essencial
pode tirar-nos a fome durante o tempo de estadia
pois a fila das caixas é de enlouquecer
e exposto nos lineares só mesmo o que não é do dia.

Para não falar em cenas ridículas que presenciei
como a luta animalesca para garantir na fila o lugar
ou então a correria para os carrinhos e cestos
que supostamente deveriam lá estar.

Adorava estar a mentir ou a exagerar
mas foi uma realidade por mim sentida.
O que dirão os turistas que tanta falta nos fazem…
Sorte é gostarem e não se porem de partida.

Eu vou preparada e sem exigência alguma.
No Algarve procuro apenas o sol para me bronzear
mas mesmo este em dois dias falhou
e o tempo estava enevoado e a chuviscar.

O que vale é a amiga melanina
que sedenta está de qualquer raio solar
e fico com a cor desejada em dois dias
mas é fácil para mim que não demoro a bronzear.

domingo, 4 de julho de 2010

Se

Se conseguires manter a cabeça erguida
quando tudo à tua volta se está a desmoronar.
Se confiares em ti mesmo que todos os outros duvidem
mas sem nunca deixares de te acautelar.

Se conseguires não te cansar de esperar
mesmo parecendo o relógio parado.
Se não mentires como mente o mentiroso
porque é sempre ele o mais enganado.

Se sendo odiado não deres lugar ao ódio
ignorando a resposta fácil em formato de vingança.
Se não pareceres bom demais ou da fama cobiçoso
sabendo usar as tuas qualidades e tendo sempre esperança.

Se puderes sonhar sem deixares de ter os pés na terra
mesmo que o lado emocional seja difícil de controlar.
Se puderes pensar sintetizando os teus objectivos
esforçando-te arduamente para uma estratégia criar.

Se conseguires apostar o valor de todas as tuas vitórias
na reconquista das tuas derrotas.
Se perderes mas tentares sempre começar de novo
sem nunca teres limites e as incertezas enxotas.

Se conseguires falar com multidões e manter a tua virtude
e mesmo falando com Reis não perderes a tua segurança.
Se conseguires ignorar os teus inimigos
e fazer com que os teus amigos depositem em ti confiança.

Se num minuto fatal agires com sangue frio
nuns comuns sessenta segundos neste percurso mundano
e te comprometeres a não os deixar apenas passar
então orgulha-te com todos estes “Ses” pois és um fantástico ser humano!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tela

Com convicção traço o primeiro risco
sem ainda ter certezas de como te vou pintar.
Ouço o som do lápis a rasgar o silêncio
no meu canto de artista, no meu divagar.

Mesmo sem esboçar mais nada
o preto do carvão é vigoroso
mas hoje estou determinada e tenho que dar cor
a este branco imaculado e imperioso.

Falo com a alma e com a saudade impiedosa
dos momentos vividos no tempo de uma vida
e mesmo pintando só no imaginário
o que quero saber é se a tua imagem foi por mim esquecida.

São precisos mais riscos para te dar forma
e paro admirando-te no esboço à minha frente.
Utilizei uma venda para me testar
mas surpreendo-me por ainda te ter tão presente.

Só te procuro em mim sem nada exteriorizar
e sei que nem mesmo estas palavras tens a possibilidade de ler
porque mesmo sendo o teu mundo o meu
ele só é pequeno para quem se pode ver...

Escolho o pincel e na mão esquerda tenho a paleta
com cores que são as tuas e só eu as sei compor
e começo a decorar-te com adornos e contornos
de feições que retive e saboreei com furor.

Tu sabes que não pinto e que nunca fui pintora
mas com a imaginação é tão fácil desenhar
não descurando a dificuldade da arte em causa
hoje fui pintora porque me ensinaste a pintar.

Como resultado guardo comigo esta Tela
e mesmo que muito queira não a vou partilhar
pois quem a pintou foi o coração
sendo a tinta a ausência de somente um olhar.

Nininhas

Parabéns “Rainha das enxaquecas”

Exteriormente: decidida, resistente, teimosa
energética, sábia e intuitiva.
Intimamente: o carácter menos claro que conheço,
mas amiga, sensível e comunicativa.

Tendência para o mau humor
alicerçado nas características enxaquecas
que te transformam numa pessoa tão diferente
e te levam a ter atitudes onde pecas.

Pecas com quem te quer bem e por ti sente carinho
porque há certas lutas que só nós podemos travar
e mesmo que seja contra a falta de saúde ou tudo a desmoronar-se
temos de perder tempo connosco e mudar.

Não pedes conselhos porque não os queres ouvir,
repreensões são situações a evitar
mas acredita que as palavras que te dirijo
são porque gosto de ti e só quero o teu bem estar.

Passa tempo contigo isenta de medicamentos
porque tens a oportunidade de alguém fantástico conhecer.
Passei momentos inesquecíveis e outros mais difíceis contigo
e nunca pensei que pudesses tão facilmente o sorriso perder.

Não deixes de acreditar que te está reservado o melhor do mundo
porque os “crimes” que cometes não te transformam em criminosa.
Os anos a passarem podem trazer-te ansiedade
mas há uma única verdade: a vida é maravilhosa!

Faz hoje uma retrospectiva daquilo que viveste
e mesmo que com os teus não te consigas identificar
olha nos teus olhos reflectidos num vulgar espelho
e lê-te e avalia onde e como queres pousar.

É verdade que a vida é um voo turbulento
condicionado por variáveis desconhecidas
mas por isso nos sustentamos em pessoas
que nos tornam menos penosas as feridas.

Adoro-te e sou tua amiga incondicionalmente
embora assuma que há dias em que estás insuportável
mas esses rapidamente esqueço e apago
quando tenho o prazer de estar contigo saudável.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Maldita teimosia

A obstinação que me é característica
está a tentar esgotar-me a energia
mas mesmo existindo essa exaustão
recarrego forças com a teimosia.

Chego a sentir cansaço físico
tal é a insistência na birra onde tenho razão,
e não há nada que ouça ou que me demova
nem mesmo a dor no coração.

Realmente temos mesmo um lado animal
que no auge da incompreensão é quase impossível de controlar,
o truque para o domar é virar as costas
e dizer: “vou apanhar ar”...

Nesse momento tento reduzir os batimentos
de um coração que me quer saltar do peito
procuro a calma e a tranquilidade
mas só encontro a irritação que me faz perder o respeito.

E chego a um ponto de impulsividade
que nem meço a reacção pouco inteligente
e viro-me contra aqueles
que nunca me poderão fazer frente.

Maldita teimosia que me vences
mas não vais com certeza levar a melhor
pois se conseguir controlar a irritação
tirarei de dentro de mim o pior.

Aconselham que me acalme e pense
quando não pedi opinião a ninguém.
Sou a primeira a afastar-me
quando sinto que não estou bem.

Sei que é por preocupação,
um querer ver-me bem desmedido
mas também têm obrigação de me conhecer
e saber que só preciso de estar comigo.

Sem imaginação

O mês de Junho tirou-me tudo,
incluindo a imaginação…
uma correria de um lado para o outro
e uma falta de paciência e exaustão.

Quantas não foram as vezes
que para esta folha em branco olhei
e tentei relaxar e sentir
as palavras que com cansaço não discursei.

Começava a escrever inquieta
e nada me fazia sentido
mas guardei alguns poemas
que retratam como este mês foi vivido.

Num dia controlava a energia
e tentava desesperadamente não a acabar
mas vinha o dia a seguir
que assinalava “empty” a piscar.

Há pessoas e situações que me tiram do sério
por muito compreensiva que queira ser
e à noite com o pc ligado
só tinha vontade de adormecer.

Mas hoje resolvi redimir-me
e só pensar no que foi positivo viver.
Vou refugiar-me nas palavras sentidas
que com imaginação irei escrever.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Floresta

Cheira a terra molhada e aqui ela é escura e fofa,
tal e qual como se acabasse de ter sido ali colocada.
Sinto a sombra das árvores a proteger-me do calor
e deixo-me estar por ali a ouvir a bicharada.

Não são só os sons da terra e a vida animal
que nos revelam onde nos encontramos…
Olho para cima e em vez do céu azul vejo o verde,
da vegetação variada que se prolonga pela teia dos ramos.

Olho a corrente do rio que derruba a rocha com a sua força,
e o seu som fatigante por correr sem nunca parar,
dou por mim a querer chegar ao seu fim
pois estou certa de que uma queda de água vou encontrar.

Sinto a pele húmida regada por uma seiva tropical
nada agradável e mesmo muito peganhenta,
também a roupa se cola como segunda pele ao corpo
e esta sensação não desaparece tal como o perigo que se enfrenta.

Perigo porque é um habitat que não é o meu,
aqui só reside a natureza intocável e indomada.
Esta é a floresta como a imagino
e que está sem dúvida encantada.

Encantada mas sem duendes, fadas ou fantasia,
aliás o seu encanto reside na pureza e virgindade do que vejo,
a única marca a mais são as minhas pegadas
que não consigo apagar mesmo sendo esse o meu desejo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Partilho a Vossa dor

Só consigo sentir raiva e revolta
e sinto-me inquieta desde que sei
que tu minha QUERIDA amiga e a tua família
estão a passar pelo que já passei.

Lamento incalculavelmente que tenhas sentido
a dor desmedida de perder um Pai…
o chão desaparece-te debaixo dos pés
e o coração grita num eterno e sofrido “Ai”.

Tal e qual como para a flor nascer
tem de haver água para a regar,
todos nós deveríamos ter o nosso Pai
sempre connosco para apenas nos olhar.

Estás na fase do cansaço absoluto,
aquele que é psicológico e por nada te deixa
pois tens um emaranhado de perguntas
que o corpo sem as respostas se queixa.

Queixa-se no teu silêncio…
e nem tu quantificas a tua dor,
a certa altura as lágrimas deixam de cair
e entranha-se em ti a saudade de um amor.

Amor de filha eterno, fiel e puro…
e que existe dentro de ti desde que vieste ao mundo,
pois foi o teu Pai que te concebeu e por isso existes
e não há elo de ligação mais profundo.

Ele está contigo sem nunca ter deixado de estar,
não assume hoje forma física mas não deixa de estar presente
e vais senti-lo sempre que dele precisares
através dessa dor, da saudade e da fé por seres crente.

É uma etapa diferente que contraria o nosso egoísmo
ou simplesmente o hábito de o veres na forma humana,
não o vais ouvir, cheirar ou sentir o seu toque
mas o seu amor que eternamente te aclama.

Fecha os olhos, esconde-te em ti
e descansa porque da dor estás cansada.
Amanhã precisarás de enfrentar a vida
e para a venceres tens que estar revigorada.

Para a minha AMIGA F.G. - Adoro-te e dava TUDO para ser capaz de dirimir a tua dor.

domingo, 16 de maio de 2010

Cobardia no amor

Do medo nasce a nossa cobardia,
sustentado o primeiro em momentos sofridos
que ignorámos para tentativas de recomeço
mas mais uma vez verificados e vividos.

Não se deixa de sentir mas desistimos
e assumimos a derrota porque tempo não queremos perder
mas a verdade é que vivemos a vida
e nada nem ninguém esse amor nos faz esquecer.

Ele permanece na memória pela intensidade,
porque dessa vez demos mesmo tudo de nós
mas como defesa recordamos os maus momentos
e o tempo em que mesmo acompanhados nos sentimos sós.

Vivemos o melhor do mundo e fomos felizes
mas a mesma pessoa também tanto nos decepcionou.
Conhece-nos é verdade e não temos medo
mas foi um namoro vivido que acabou.

A cobardia no amor é verificada
quando tendo essa pessoa à nossa frente
se comprova o mútuo sentimento
mas o medo impede-nos de viver o que se sente.

Há uma certeza de que não é por ali…
baseada nas falhas e erros do passado
não sei se são suficientes ou não
mas a verdade é que foram razão para ter terminado.

Há “Se’s” que não vale a pena testar na vida
por se desenrolarem num terreno lamacento
que um dia foi verde e florido
mas ficou inundado pelas lágrimas do sofrimento.

E quando um sentimento tão verdadeiro
altera o cenário de uma forma tão inversa,
ouvimos as palavras e recebemos os gestos
mas no julgamento final não passam de conversa.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Estado de alma

Será uma nova fase que se avizinha?
Que receio de apenas pensar que pode ser...
Nem me atrevo a procurar resposta em mim,
limito-me a recordar e a escrever.

Acordei a sorrir como sempre
mas a sorrir de uma recordação presente
de momentos vividos num ontem
que gostava que ficassem para sempre.

Para sempre mas não no esquecimento,
ou de afirmar apenas que os vivi.
Queria repeti-los eternamente
em poemas que escreveria para ti.

Tudo é um estado de alma…
e desse estado depende a percepção
dos momentos que vivemos diferentes
ou vulgares mas que prendem a atenção.

Prendem a atenção pelo teu valor
por aquilo que percepcionei de ti.
Pelo ser humano não perfeito mas mais valioso
do que todos os outros tesouros que descobri.

Vejo-te como único e caracterizo-te como perigoso
pois os estímulos aos quais reajo pedem-me continuação,
uma tranquilidade há muito não sentida
e o poder de me querer entregar de coração.

Entregar porque transmites que vale a pena
não directamente mas pela forma como és.
Admiro-te e sinto-me mulher respeitada
num todo que vai da cabeça até aos pés.

Obrigada…escrevo as palavras em segredo
mas o meu eu pede-me para partilhar
o quão importante foi para mim
sentir esperança de voltar a amar.

Sei que jamais vou esquecer que foi possível
ter sonhado e desejado que desse certo
pois fizeste-me sentir tudo tão diferente
que ficaram as saudades mas também o querer ter-te por perto.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

OBRIGADA

Não é um “obrigada” por educação
é a utilização da palavra que traduz agradecimento,
pois já fiz 27 anos antes de mais este
e nunca senti tamanho contentamento.

Estou sensibilizada mas forte e radiante,
as vossas palavras fizeram-me “crescer”.
O coração bate aconchegado cá dentro
e gostava de a todos abraçar para agradecer.

Acabei de chegar a casa e fiquei surpresa
ao abrir o email como faço sempre,
pois ele transbordava com as vossas mensagens
que me encheram os olhos de lágrimas e o coração de gente.

Gente maravilhosa e especial
porque por um minuto de mim se lembraram,
desculpem o egoísmo mas é tão bom…
ter lido as vossas palavras que tão bem me mimaram.

Com este poema lamechas e sentido
só espero um objectivo alcançar:
Transmitir-vos que para mim têm valor
e me deram um momento que vou sempre recordar.

Quantas vezes deixamos nós de dizer
ou de demonstrar carinho e amor por alguém…
Peço-vos que se encham de coragem e digam sempre!
Porque hoje me fizeram feliz como a ninguém.

P.S. "Pode haver dias em que não se sintam ninguém no mundo, mas serão SEMPRE o "mundo" para alguém" ;) Obrigada

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Onde estás”farol”?

Sinto-me como um barco à vela
perdido no imenso mar
e procuro por ti “farol”
para deste pesadelo acordar.

Estou dependente do vento
que me empurra quando força tem.
Mas para onde me empurra ele?
Se sabe que não me norteio por mais ninguém.

Também está desnorteado
e de dia descansa e eu fico à deriva
porque á noite a escuridão
facilita ver a tua luz viva.

Mas passam dias e noites
e nenhum sinal recebo teu.
Percorro as costas deste mundo
e pergunto-me por onde ando eu?

Atraco em portos desconhecidos
conheço seres humanos com valor
mas não te encontro a ti “farol”
para velejar de encontro ao teu amor.

Há dias que custam menos
porque nesta viagem de tudo acontece.
O pior é quando estão todos a dormir
e a noite o céu escurece.

Amanhã vou ter uma força diferente
porque é o dia em que fui construído
e desde o primeiro momento no mar
procurar por ti me foi instruído.

Aparece “farol”…fazes-me falta!
Ilumina-me este céu estrelado.
Navegar é o melhor do mundo
mas sem ti fico desesperado.

Amo-o muito Pai (véspera de fazer 28 anos)

domingo, 2 de maio de 2010

Clave de sol

Desenhei-a vezes sem conta
nos cadernos de duas linhas
comprados para corriqueiras aulas de música
onde ouvi as primeiras notas, hoje minhas…

Digo minhas mas são de todos nós…
São mesmo as únicas “notas” que caem do céu.
Quando tocadas com perícia
até da alma nos levantam o véu.

O segredo está na melodia,
na entrada dos diversos instrumentos,
na letra ou não que as completa
e no sentir dos sentimentos.

A música é assim…tem um poder incontrolável.
Mesmo no silêncio mais desejado,
nunca é intrusa se sem avisar aparecer
pois com magia deixa o sofrimento podado.

Quase no subconsciente um pé bate com ritmo,
como se fosse exigência de uma modalidade
mas é apenas a música que pelos ouvidos nos entra
e pelo corpo é sentida sempre com vontade.

Entranha-se como se injectada,
uma droga, um vício guloso
que chega a todos os bocadinhos de nós
e nos embriaga o corpo sequioso.

Faz cair as lágrimas e dispara sorrisos
ligeiramente comparava-a com uma G3
não há nada que me tenha desfeito ou feito sentir
o que um dia o poder da boa música fez.

Domina-me e altera-me com tanta facilidade,
faz-me recordar e sentir-me viva e a viver!
Devia haver música nas ruas do mundo
para a todos alegrar e dirimir o sofrer.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Baú de Tesourinhos

Finalmente encontrei o título
com o qual me identifico
para designar este espaço
onde a divagar horas fico.

Cada um de nós tem o seu hobby
coisas que lhe dão prazer fazer
eu criei este blog
porque me sinto feliz a escrever.

Mas aqui não escrevo só, também partilho
com quem tem prazer e interesse em ler
palavras de um alguém muito normal
mas que tem paixão por viver.

Não há ordem, nem premeditação
mas também não há dia que não sinta
necessidade de usar as palavras
gastando da caneta a tinta.

Está implicada a caneta, as teclas e o coração.
Uma panóplia infinita de sentimentos
que vou reconhecendo e procurando
na vida onde vivo todos os momentos.

A inspiração não sei onde a encontro
assemelha-se a uma necessidade sem controlo,
que me deixa num desatino
um querer muito forte e tolo.

Não ensino nada a ninguém
aquilo que escrevo é meu e sou mesmo assim,
só acho que me falta entregar-me de cabeça
e por isso a este blog dou tudo de mim.

Libertação, soltura, “grito do Ipiranga”...
posso não estar encarcerada mas presa me sentir
e por isso neste espaço ganho asas
para um voo onde de nada vou desistir.

Só quero partilhar, surpreender-me
e demonstrar carinho aos que amo sem fim…
não tenho razões para guardar nada do que sinto
ou pelo menos não o quero guardar só para mim.

Escolha do título para o Blog

Tia mas esta é verdadeira

Quando me pediu um poema
fiquei feliz e lisonjeada
porque é importante sentir que gosta
do que escreve a sua afilhada.

Quero que fique lindo sem dúvida
mas tenho que recordar tristeza e agradecer
tudo o que a tia resolveu
quando a doença impediu o pai de viver.

Admiro a sua força para encarar a vida
e que “belos” sustos já apanhou
mas mesmo nervosa e sem saber o que fazer
encheu-se de coragem e tudo enfrentou.

É tão bom contar com a sua amizade
de confidenciar segredos da vida
e rir e ouvir os seus conselhos
quando estive mais perdida.

Loura linda e mulherão
que leva a vida com destreza
mesmo sofrendo com o pior
guarda “aí dentro” e não perde a beleza.

Há momentos que são inesquecíveis
mesmo tendo sido com medo vividos
pois a loucura dos outros
proporcionou-nos episódios divertidos.

Falo dos verões passados no Algarve
com o nosso encartado capitão
que cometia loucuras desmedidas
e ignorava o receio da tripulação.

Recordo outra coisa que adoro Tia Rosarinho
e que não reconheço em mais ninguém igual
a “paparoca” que tão bem confecciona
seja uma “sandocha” ou algo mais formal.

Mulher, Mãe, Tia e quase Avó
confesso que o último título ainda me faz confusão
mas será uma fase nova e linda
que lhe preencherá ainda mais o coração.

Já acabou o tempo de só receber
pois já deixei de ser pequenina há tempo
e por isso para além de sobrinha e afilhada
sou sua amiga em qualquer momento.

Para a minha Tia e Madrinha Rosarinho

sábado, 24 de abril de 2010

Talvez...

Talvez tenha sido o teu sorriso
Talvez a tua forma descontraída de caminhar
Talvez por teres o cabelo molhado
ou talvez pela roupa que decidiste usar.

Talvez seja uma imagem que não queira esquecer
Talvez por nesse dia te ter conhecido
Talvez fosse um sonho onde tu não devias estar
ou talvez porque estar contigo era proibido.

Talvez tivesse ponderado até certo ponto
Talvez porque sabia onde me estava a meter
Talvez porque reconhecia em ti um vício
ou talvez porque tinha medo de sofrer.

Talvez fosse o teu perfume
Talvez aquele que é mesmo teu e não do frasco
Talvez um feitiço que tenhas lançado
ou talvez por saber que não eras um fiasco.

Talvez isto dê em alguma coisa
Talvez não passe de uma cumplicidade não normal
Talvez te guarde nas recordações
mas que não exista o “talvez” para acabar mal.

Mar

Olhar para ele de um ponto alto
ainda lhe confere maior imponência.
É uma força da natureza
com tamanha magnificência.

A sua extensão é avassaladora
quase que me hipnotiza por tentar imaginar
onde começa e onde termina
a imensidão incalculável do mar.

Eu gosto de o observar revolto
ouvir o som delicioso da arrebentação.
E quando a onda chega à areia
e se enrola com ela com incontrolável paixão.

Se estiver perto sinto a maresia,
a face borrifada por minúsculas gotinhas
que me refrescam quando aperta o calor
e me acordam de melancolias minhas.

É a força da natureza com que mais me identifico…
O quanto dava para ter um perfume com o seu cheiro
porque se a mim me depura dos malefícios da vida
poder usá-lo iria satisfazer-me a tempo inteiro.

Há tanto que poderia dizer sobre ele
mas desta vez por muito que escreva nunca vai chegar
porque julgo que a opinião sobre o mar é de cada um
por tudo aquilo que só ele pode significar.

domingo, 18 de abril de 2010

Congratulo-te pelo atrevimento

Só desfrutas depois do tempo para inspeccionares.
A tua segurança assenta na busca incansável de certezas,
não deixas de viver se não as conseguires alcançar
mas controlas o que sentes e manténs as vontades presas.

Acreditas e vives no meio da estabilidade das coisas naturais.
Isso não te impossibilita de voares em busca do teu desejo
sem nunca descurares da tua rotina…
porque é dela que precisas como de para a boca um beijo.

Paciente, persistente e decidido…
Antes usufruir do tempo do que sofrer,
porque sabes que quando tudo arriscares
será para te entregares todo e não esmorecer.

Coração meigo e muito carinhoso
para mim apenas visível pelo quanto és amigo.
Mas estou certa de que o serás a triplicar
por um amor que te faça sentir seguro e envolvido.

Esse amor está proibido de descansar
porque nunca te tem como garantido,
ou seja, o sentimento está lá e sempre presente
mas a conquista e jogo do “dá e tira” nunca pode ser esquecido.

És prático e não reages bem a pressões,
isto porque és completamente consciente
de toda e qualquer atitude que pratiques
seja ela boa, ou má só existe porque se sente.

Encanta-te a paz, a tranquilidade e és um pouco conservador
relativamente à beleza do respeito.
Ninguém te pode acusar de abusar
porque essa é regra inultrapassável de qualquer jeito.

És prudente e estável porque precisas…
Ter qualidade de vida é uma exigência,
não é que sejas agarrado a tudo o que é material
mas aquilo que é teu escolhes do melhor e com sapiência.

Perfeitamente apresentado a ti próprio
mas também cais na insegurança e tristeza,
quando és confrontado com a solidão
ou a atenção dos outros te transmite frieza.

Encantam-te os prazeres da vida,
e nada te chega para os recusar
porque viver não é apenas existir
é todos os dias sentires-te a aproveitar.

És perigoso no sentido de estares seguro
do valor que tens por seres Homem bem formado.
Generoso, inteligente, respeitador e vivido
e corpo com passos de salsa temperado.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

DJ Vidente

Vives no teu mundo imaginário
onde a todos podes amar e fazer feliz.
Tens personalidade despreocupada e amigável
e só ouves o que com carinho se te diz.

És sonhador, instável e inconstante
e não há nada que te prenda à realidade,
mas não consegues viver bem contigo
sem ter o amor daqueles por quem sentes saudade.

Utopicamente julgas-te capaz
de todos os sofrimentos conseguir resolver
e entregas-te por inteiro para ajudar
quem vires triste, desamparado e a sofrer.

Esqueces-te de ti na maioria das vezes…
e arrastas situações que impliquem decisão,
pois essas que as tomem os outros
que tu sofres mas sobrevives na imensidão.

Tens uma energia contagiante
e por nada perdes o sorriso.
És amigo verdadeiro e de palavra
e estás perto sempre que é preciso.

Não constróis nada de concreto,
para ti é lei viver o dia a dia
e a única exigência que tens na tua vida
é sentires que para os outros és óptima companhia.

É impossível deixares de responder
a toda e qualquer solicitação
pois és um eterno apaixonado
por quem te dá um pouco de atenção.

És perito a entender coisas que não se podem ver,
culto e interessado pelos assuntos da vida.
Discursas fluentemente sobre aquilo que defendes
e um debate contigo deixa-me de cabeça perdida.

O mundo para ti é cor-de-rosa…
pois afastas tudo o que é maldade.
Rodeias-te de quem te faz bem
e por quem sentes amizade.

És puro, genuíno e aéreo…
Alguém que nunca se vai deixar prender
pois o mundo é a tua gaiola
e voar por todo ele: a tua razão de viver!

Adoras estar contigo nos teus momentos
mas não vives de forma alguma na solidão.
Podes sair revitalizado e “novo” da água
mas feliz só se da areia fores admirado com paixão.

Cumplicidade

É o estado de pura sintonia entre duas pessoas.
Uma afinidade exclusiva àqueles que nos conseguem ler,
porque nos transmitem a confiança necessária
para nos entregarmos sem nada temer.

Uma troca de olhares revela mais que horas na conversa,
e o esboçar de um sorriso pode ter diversos sentidos.
Não há falsidade nem são precisas defesas
e seja qual for o assunto somos percebidos.

A cumplicidade pode tornar-se invejável
para quem de fora sente essa ligação,
mas todos nós conseguimos cumplicidade
com alguém que consiga entrar no coração.

Seja uma amiga ou um amor
a cumplicidade é aquilo que se sente
quando mesmo sem nem sequer se falar
o outro já sabe o que nos vai na mente.

É uma fusão entre duas pessoas
que parece fazer de duas uma.
Torna a outra pessoa especial
e inesquecível como nenhuma.

É ter alguém que se preocupa connosco
e que tem interesse em que brilhemos.
Jamais nos vê como uma ameaça,
pois sabe que mal não lhe fazemos.

Confundem-se sentimentos e instala-se a dúvida…
A cumplicidade atribui valor adicional
à amiga(o) e/ou amor que nos são cúmplices
e amamo-los de forma não normal.

É saber que se pode estar do outro lado do mundo
e que algo possa não correr bem
e podemos contar com esses cúmplices
em vez de preocupar a nossa mãe.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Uma “Zuca” muito nossa

Obrigada Dri pela hospitalidade
é delicioso estar na tua companhia
foram valiosas as sugestões
que tornaram especial cada dia.

No Rio de Janeiro como turistas
que conseguiste transformar em “locais”
pois percorremos a cidade
parando nos seus sítios banais.

Banais de uma rotina,
uma vida de quatro anos no Rio.
Cidade onde mesmo com chuva
é impossível ter frio.

Recordam-se as gargalhadas
a troca de confidências
e sabemos que somos amigas
pelos valores, princípios e coincidências.

Senti-me em minha casa
todos os dias sempre à vontade
e quando me fazes sentir assim
também me marcas com saudade.

Os dias em Búzios…
Foram bem pensados por sinal
e mesmo com pessoas diferentes
o que se sentiu a nada foi igual.

Viagem interessante a de regresso
que seis horas fantásticas e cómodas
com o canto lírico nas traseiras
e o aspecto porco de nómadas.

Nem jantar se conseguiu nessa noite
tal era o grau de cansaço,
mas para um atum com esparguete
o estômago de algumas teve espaço.

Que dias maravilhosos e solarengos
conseguimos apanhar a seguir…
nunca pensei que o sol
aqui me pudesse trair.

Não me posso esquecer da Sofia
a gatinha chanfrada e independente
que mal nos tinha em casa
ficava toda contente.

Grande companhia te foi oferecida
e que te acompanhe quando estiveres sozinha
mas também podes chamar por nós
que marcamos mais uma visitinha.

Para a Adriana Zuquinha

O cheiro da paz

Não há estado de espírito para descrever
o que sinto neste país maravilhoso.
A tranquilidade e o bem-estar são incomparáveis
mesmo sentindo o coração saudoso.

Acordar e saber que estou no Brasil
que dentro de minutos vou ter o mar à minha frente,
deitar-me no paréo a sonhar
rodeada por toda esta gente.

Não há praia que não me marque
ou que não deixe saudade
pois tudo aqui é natureza
e sabe bem de verdade.

Não sei se a paz tem cheiro
mas aqui é esse que se respira.
O corpo sua com o calor
mas o mar o calor tira.

Fica a marca da vivência,
o recordar de cada passo dado
neste país enorme e virgem,
neste país encantado.

Encantado porque tem magia
consegue tocar-nos no interior
e penetra na nossa alma
alimentando o nosso amor.

Orgasmo saboroso

O sol bate-me na cara
ao acordar bem cedinho,
lá fora não ouço nada
para além do canto de um passarinho.

Cheira a café pela casa…
Aqueles grãos castanhos torrados
que nos dão energia pela manhã
e à noite nos mantêm acordados.

Saio porta fora com vontade
porque aqui não há horas, nem obrigação
apenas uma calma tão grande
que se sente e ouve o coração.

Espreguiço-me e sinto-me a crescer
quase a tocar no céu azul esbranquiçado.
Os pés estão em terra firme
mas o corpo a sonhar acordado.

Preparar para ir para a praia…
de qualquer sítio se cheira o mar.
O corpo deita na areia
mas a alma sai para passear.

Regressa quando o calor aperta
e a pele mesmo bronzeada não aguenta
não responder às provocações do mar
que com a sua frescura a tenta.

E o corpo avança determinado
para se entregar com prazer ao mar
atingindo um orgasmo saboroso
quando nele decide mergulhar.

Búzios 2,3 e 4 de Abril de 2010

Vamos ficar só na conversa?

Os olhos dos homens despem-nos
sem pudor ou qualquer limitação.
No Rio de Janeiro toda a gente se rege
pelo mágico poder da atracção.

Não se mede o que se diz
e o corpo só quer responder ao calor.
O ego fica bem no alto
mas não se fala de amor.

São “cantadas” deliciosas
que deixam quem nada espera de beicinho
pois eles podem saber a lição de cor
mas transmitem-na com carinho.

E são homens bem constituídos
com corpos trabalhados com afinco
que desfilam como obras-primas
na passarela do que com prazer sinto.

Não há limite de espaço ou privacidade
para eles conversa implica tocar
e passam por nós as suas mãos
sem nunca nos quererem magoar.

Assumem o que querem desde o início
mas não o fazem só por necessidade
porque qualquer um deles sabe
admirar uma mulher com verdade.

O próprio ambiente é propício
a este tipo de manifestações
calor, pouca roupa e muita gente
não apetece controlar as sensações.

Noite no Rio de Janeiro

Cidade Maravilhosa

Caetano Veloso canta
“Cidade Maravilhosa” com paixão
e ao som das notas recordo
o Rio de Janeiro do meu coração.

Cidade com samba no pé
com calor, mar e alegria.
Cidade que se tornou inesquecível
tendo estado na vossa companhia.

Não consigo descrever o que se sente
em cada dia que passa aqui,
só sinto e não sei explicar o porquê
de no Rio ter encontrado parte de mim.

Conheci mais de mim…
por ter convivido com esta gente
que não tem medo de amar
e que o que diz fica na mente.

Passear na cidade a pé,
pisar o famoso calçadão,
percorrer toda a extensão da lagoa
que parece a cratera de um vulcão.

Aqui o coração bate mais forte.
Sentimo-nos mulheres e princesas,
nunca deixamos de sorrir
e guardamos bem no fundo as tristezas.

Ipanema, Leblon e Baixo Gávea
são os locais de eleição
por aquilo que somos e aprendemos
a procurar com a nossa educação.

Mas há também Copacabana, Lapa e Barra da Tijuca
que têm espírito diferente,
ali as pessoas que encontramos
são povo humilde mas que sente.

Posto 8 e Posto 12 … praia
também nós temos em Portugal
e estes são aqueles onde sentimos
que quem nos rodeia a nós é igual.

Rio de Janeiro Março de 2010 Rititi, Rita, Tânia e Dri

domingo, 21 de março de 2010

O escudo da emoção

Procuramos defender-nos sem saber do quê
mas tudo o que é relacionado com a emoção
necessita de guarda costas, e porquê?
Porque pode fazer mal ao coração.

Mesmo inebriados de atracção
e a responder à vontade de estar
a nossa cabeça não pára um segundo
para não permitir a emoção de reinar.

É uma defesa comparável a uma caixa forte,
que tanto a aplicamos que por vezes nos faz esquecer
o quanto é bom sentir e entregarmo-nos
a alguém que pode efectivamente merecer.

Esta defesa tem código de desactivação único
que é designado por sentimento
mas temos de deixar de avaliar e controlar
tudo o que sentimos cá dentro.

Aprendemos a viver e estar sozinhos
e nenhum risco temos de correr,
pois a nós próprios não fazemos mal
quando definimos que não nos vamos comprometer.

E estar sozinho é estar sempre bem
porque temos os amigos e a diversão é constante
ninguém nos pede ou deve justificações
porque a existir alguém é apenas amante.

Não passam de relações temporárias
mesmo reconhecendo-se bem estar e cumplicidade.
Se temos que optar pelo amor que pode trazer dor
abandonamos o que vivemos para recordar com saudade.

Só se consegue esquecer esse escudo
se certezas nos forem transmitidas com acções
mas tornamo-nos tão exigentes
que ninguém consegue responder às nossas pretensões.

E são requisitos tão diminutos
para aquilo que sabemos ser capazes de dar.
Mas porque é que julgamos ser só nós
a ter capacidade de amar…

sábado, 20 de março de 2010

Espelhos da Alma…espelhos de nós

Tiram fotografias constantes
que registam a história de uma vida
e se fosse possível imprimi-las
a nossa alma ficaria despida.

Têm cores e formas diferentes,
são mais expressivos ou então apagados.
Os olhos são espelho da Alma
e transmitem os nossos pecados.

Pecados e tudo o que queremos esconder
quando todo um “eu” não pretendemos desvendar
mas olhando para eles quem nos conhece
lê-nos e interpreta o nosso olhar.

São como janelas para o nosso interior
que nem nós próprios conhecemos por inteiro
mas ladrão que por elas conseguir entrar
rouba o nosso estado de espírito verdadeiro.

Arquivam momentos tão nossos
de alegria, dor e os que guardamos em segredo…
por muito que sorriam para o mundo
quem os conseguir ler vê o nosso medo.

Medo e tudo o que de mais fraco temos
e até mesmo as técnicas de defesa.
Para esses que vêem para dentro de nós
passamos a ser uma aprisionável presa.

Não é solução para esconder a alma
fechá-los ou deixar de olhar,
pois mesmo quando os fechamos para dormir
sabemos que teremos que os abrir para acordar.

sábado, 13 de março de 2010

A voz

Não és comparável com Frank Sinatra,
para mim, apenas porque te faltam anos de experiência
mas és a VOZ mais perfeita que alguma vez ouvi
e desconhecia a possibilidade da tua existência.

Tu sabes que não sou de dizer coisas porque sim,
tudo aquilo que digo tem razão e sentido
e não há nada nem ninguém que me faça sentir tão tranquila
como quando a tua música me entra no ouvido.

É tão doce, nítida, quente e forte
que me hipnotiza seja qual for o tema que escolhas cantar.
Amador porque assim escolheste...
mas eu tenho-te como ídolo e todo o tempo é bom para te escutar.

Estás comigo todos os dias
porque gravo cds e levo-os comigo,
até no telemóvel tenho gravações
e o privilégio de uma ter cantado contigo.

Não é normal Oh Voz que me consigas fazer sentir tanta coisa…
posso não falar só da voz porque a pessoa também é especial
mas dava tudo o que tenho e não tenho
para que se esquecesse a cumplicidade pessoal.

Isto porque tenho a certeza
que esse é o único impedimento
que me faz não te ouvir ao vivo,
nem estar contigo há tanto tempo.

Promete-me só uma coisa
que só te peço porque ouvir-te me faz feliz,
sempre que uma música nova cantares
utiliza qualquer contacto e diz.

Não conseguiste ver o meu sorriso e contentamento
quando me deste a possibilidade de te recordar
mas quero que saibas que escrevo este poema
enquanto estás para mim a cantar.

Já te ouvi vezes sem conta
partilhei-te com os meus mais que tudo
e ninguém depois de te ouvir
quis ficar apenas com o silencio mudo.

Perguntam quem é e o que tem editado
e onde se pode ir para te ouvir cantar.
Eu sabia que não estava errada
quando naquela Quinta te fui encontrar.

Essa festa será recordada pela iniciativa das aniversariantes…
e também porque entrar naquela sala mudou a minha vida.
Nunca fui de acreditar em amor à primeira vista
mas pela tua voz fiquei perdida.

Procurei-te no palco, passei à frente das pessoas
e posicionei-me de forma a que me pudesses ver.
Disse e assumi a toda a gente:
- não saio daqui sem o conhecer!

E conheci, ouvi, conversei, cantei e sorri.
Obrigada pelo momento tão especial.
Desde aí ainda hoje te tenho como amigo
que tem uma voz colossal.

Este poema é merecido mas tenho um pedido a fazer…
Dia 4 de Maio faço anos e dia 8 Sábado vou comemorar
e é com esta antecedência que te peço:
orçamenta, vê a tua disponibilidade porque te quero lá connosco e ouvir-te cantar.

Para ti R.P. ... OBRIGADA por cada melodia, letra, nota e tom!

Sol não te vás embora

Não sei como funciona no resto do mundo
mas Português de gema o sol adora
e fica triste e descontente
quando ele se vai embora.

Acordar de manhã ver a sua luz pela janela
é energia sem preço e incomparável.
Mesmo que na ronha apeteça ficar
rasgamos um sorriso interminável.

E os nossos horários mudam sem razão
porque ficar em casa deixa de fazer sentido
enchem-se as esplanadas e os passeios
e vemo-lo quase como um amigo.

Ganhamos uma alegria esfusiante
que estava no nosso interior bem escondida,
pois o sol dá-nos um bom motivo
para queremos aproveitar a vida.

Saímos para a rua e sentimos o seu calor
certas roupas deixam de querer estar no corpo,
e encontra-se o ânimo que parecia perdido
ou que quando cai a chuva parece morto.

Sol não te vás embora…
promete-me que vens para ficar.
A chuva inundou os campos
e tu tens que os secar.

Mas não só aos campos, rios e mares
a chuva entristeceu-nos pela permanência
e tu agora tens de a derrotar
brilhando com muita insistência.

Insistência e persistência
e em nós verás mudança automática,
mesmo longe no alto e sozinho
tornas a vida tão mais simpática.

E o nosso agradecimento transmite-se com sorrisos
mas também com buscas constantes
por um lugar onde seja fácil estar contigo
para sentir na pele os teus raios brilhantes.

domingo, 7 de março de 2010

Por ti valeu a pena sentir

Foi quase contra mim que lutei
para não me deixar envolver
mas ganhou o interesse da pessoa
que tanto queria conhecer.

Já passaram meses sem conta
e tu continuas com valor.
Sei de cor tudo o que vivi
e o que senti por ti foi amor.

Um amor que te diferencia
de outros sentimentos carnais,
um amor que em mim permanece
mas guardado para não o viver mais.

Tens um feitio muito teu
que implica ter código para o decifrar,
mas se te quisesses dar de verdade
não terias força para te escudar.

Só queria esquecer e contornar
aquilo que sinto quando estou contigo.
Não te apercebes porque escondo
mas ver-te só como amigo não consigo.

Não me impeço de estar na tua presença
embora nem sempre me faça bem.
Fazes uso de tudo o que conheces
e marcas-me com memórias do além.

Sabes quando idealizamos uma pessoa
que gostávamos de ter ao nosso lado…
Tu tinhas quase todos os requisitos
mas não eras o Príncipe Encantado.

Aqui fica um adeus sentido
que escrito me irá fazer relembrar
que um dia tomei esta decisão
e nada nem ninguém a vai conseguir mudar.

Para ti "Sr. Engº F.R."

Uma pausa na folia

Este fim de semana descansei
fiz uma pausa na folia
perdi a noite é verdade
mas ganhei e gozei o dia.

O sol acordou-me pela manhã
sem muita força ou calor
mas cumprimentei-o e disse-lhe
espera por mim por favor.

Fui tomar o pequeno almoço
na varanda e ele lá estava
a iluminar a cidade
que a pouco e pouco acordava.

Uma laranja sumarenta,
um copo de chá a fumegar
pois o frio era uma verdade
que me impedia de ali estar.

Enrolei-me numa mantinha
para ver se mais tempo aguentava
e fui buscar o computador
para saber como o mundo estava.

Apeteceu-me escrever como sempre
ao som da música que ouvia
mas guardei a imaginação
pois queria aproveitar o dia.

Fui arranjar-me para sair
e no chão do quarto encontrei
aqueles “bichos” cinzentos
que nem com o seu tocar acordei.

Havia chamadas não atendidas
mensagens por abrir e ler
mas senti que nada perdi
apenas por aquele amanhecer.

Peguei no carro em direcção ao mar
porque ele é lindo e me acalma
e tem poder imbatível
quando refresca e faz sorrir a alma.

O seu cheirinho salgado
o som da rebentação
fez-me estacionar no parque.
Era uma perfeita tentação.

Desci para a esplanada
bebi e saboreei um café,
peguei no primeiro cigarro
e fumei-o na praia a andar a pé.

Mas descalça como tanto gosto
e com os pés a areia a pisar
sentia cócegas entre os dedos
e fui ao mar para os limpar.

Na areia seca e quentinha
pelos raios de sol aquecida
tirei um livro para ler
e descansei um pouco da vida.

A vida às vezes cansa-me
porque não lido bem com a monotonia
e ao menos com o sol e com o mar
sinto-me sempre em sintonia.

O livro: Desassossego de Fernando Pessoa
que tão bem me foi recomendado
mas ainda bem que o li na praia
por ser um lugar sossegado.

É uma inquietação ler o seu conteúdo
pois para mim faz tanto sentido:
…“A liberdade é a possibilidade de isolamento”…
e um valor nele tão bem compreendido.

segunda-feira, 1 de março de 2010

E se o mundo não fosse redondo…

Não me vou esquecer nunca da pergunta
que fizeste com segundo significado.
Recebeste a resposta de que talvez o mundo
fosse perigosamente quadrado.

Quadrado como certas mentalidades
que temos de respeitar em sociedade,
mas não controlas, nem te impedes
de viver tudo o que sentes com vontade.

Há vontade e vontadinha...
com a segunda brincaste e foste leviano
com a primeira és um rigoroso actor
que tão bem representa quando cai o pano.

Estás constantemente a ser avaliado
por uma mente tão ou mais forte que a tua
que não perde a sua razão e clareza
mesmo que a deixes nua.

Nua devido à cumplicidade
e à vontade há muito sentida.
Nua a ter coragem para te dizer
que a felicidade tem que ser merecida.

Houve um momento de felicidade
que se iniciou parecendo não ter fim,
mas guarda e recorda esse momento
e faz para merecer outro assim.

Filósofo apaixonado que o mundo quer abraçar.
Utopia a tua já viste a dimensão…
Agrada os teus com carinho
e ao menos a eles não falhes com dedicação.

É muito difícil falhares ou não teres desempenho notável
naquilo em que te envolves e queres estar envolvido
e eu reconheço tendo observado e sentido
de longe o êxito que te é merecido.

De longe mas estando tão perto
que conseguia ouvir o teu respirar
e nem por um momento te impedi
de continuar a representar.

Ficaram marcas nas paredes
e restos de palavras e suores no chão
mas viveste aquele momento
e sentiste-o para além da razão.

Não foram precisos grandes textos
o diálogo foi conseguido com o olhar
e durante vezes seguidas
conseguiste que me sentisse a voar.

Há momentos que se tornam únicos
como se únicos só pudessem ser,
na imaginação quando os criámos
e quando na realidade ainda nos vêm surpreender.

É um desassossego como leste e aconselhaste
mas que tranquilidade nos dá a seguir.
Vives intensamente o perigo
e chegas a cegar para o engolir.

Haja alguém com tolerância
que te controle quando indomável,
fazer sofrer não é condição
quando viver é a variável.

Não tens de deixar de viver
nem ninguém te está a querer tirar
aquilo que pretendes atingir
e que tão bem sabes desempenhar.

Manjar dos Deuses guardado em segredo
é a sua única definição no fim,
sendo ninfa ou não pouco importa
desde que se mantenha sempre assim!

Ex…mas Ex prima

Tornaste-te prima por afinidade
e vivi muita coisa contigo
por isso é normal sentir-te como prima
mesmo sendo o teu primo só amigo.

Temos de o respeitar
aceitando toda e qualquer decisão
pois nunca vou querer ocupar
o lugar de quem está no seu coração.

A nossa amizade para mim vale muito
e pretendo nunca te falhar
mas tenho perfeita noção
que a vida nos vai afastar.

Temos de ser inteligentes
e sabermos dar a volta à realidade
pois podemos continuar a ser amigas
sem fazermos nenhuma maldade.

A distância é uma certeza
que desde sempre nos separou
mas quando me apanho com tempo no Porto
a Braga tenho a certeza que vou.

Pomos a conversa em dia
trocamos confidências e segredos
assim como solucionamos com ternura
todos os receios e medos.

Nunca me imaginei a partilhar contigo
o meu lado de mulher apaixonada
pois sempre te falei do teu primo
mas a história está há muito acabada.

Relembro as nossas noites e a diversão
o Karaoke e a estrela a cantar
e tu babada a envergonhares-me
até duetos tive que representar.

Concordo que o par era interessante
cantava como um rouxinol afinadinho
mas sem ser a cantar
mas valia ficar caladinho.

E apresentaste-me dançarinos
com um jogo de ancas de derreter
todo e qualquer coração
que dançar quisesse aprender.

Ficaram amigos e conhecidos
e basta ligar a combinar um jantar
mesmo que seja anualmente
é sempre uma noite espectacular.

Recordas o quanto rimos até chorar
de me doer a barriga e nem conseguir olhar para ti
foram momentos muito importantes
momentos que contigo vivi.

Adoro-te minha “priminha”
e sei que me adoras também
estamos longe mas juntas
pois a cumplicidade a amizade mantém.

Uma asa ferida…

Liberdade é a palavra que o sonho humano alimenta
mas ninguém a sabe explicar.
E igualmente ninguém que assuma
não a entender ou conseguir quantificar.

O que interessa é sermos livres
e não sentirmos o nosso EU invadido
se isso acontecer deixa de ser agradável
estar com a pessoa que se possa ter conhecido.

O nosso egoísmo é forte
e reagimos mal a pressões.
“Deixar andar” é o termo prefeito
para determinadas situações.

O problema é que por vezes a pessoa
que diz compreender o nosso ponto de vista,
quando não lhe damos certas certezas
tenta mudar-nos como se fosse artista.

Porque é que se demonstram aceitadores
da nossa transparência e honestidade?
Se afinal aquilo que sentem
é tão diferente da nossa realidade.

E tudo tem de acontecer a correr
não há respeito pelo tempo que é necessário
deixam-se envolver pela pessoa
e vivem no imaginário.

Confundem simpatia e amizade
com o poder ser uma pessoa interessante
e esquecem-se que a pretensão dessa pessoa
pode ser manter-se distante.

Distante mas não se deixa de estar,
de oferecermos a nossa companhia
passar horas a conversar
sobre a vida e o dia a dia.

Partilha-se muita coisa e envolve-se
quem se deixa ser envolvido
mas quem está certo do que sente
normalmente opta por ficar amigo.

E aí deparamo-nos com outro problema
porque afirmam amigos conseguir ser
o pior é aquilo que sentem
quando a noção de posse deixam de ter.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Resposta a um Benfiquista com pouco humor

No poema "Cidade Invicta"
gracejo com a estátua da rotunda da Boavista
e qual não foi o meu espanto
recebo a primeira crítica de um benfiquista.

Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular
é a designação histórica apropriada.
O leão representa a vitória das forças aliadas
e a águia a tropa de Napoleão derrotada.

O sacrfício das forças aliadas
só poderia estar representado pelo leão,
animal de força e rei do reino animal
mas a águia também não é animal de estimação.

Querido anónimo obrigada pela crítica
mas não leves as coisas tão a peito
a vida é curta e só é aproveitada
por quem saiba ter graça e respeito.

Eu disse que o teu Benfica ia à frente
e posso congratular-te com o resultado
mas já não sei se devo fazê-lo
pois também podes ficar desconfiado.

Será que tens essa cultura
em relação a todos os nossos monumentos?
Em conjunto faríamos poemas lindos
tinhas era que trabalhar os sentimentos.

Não concentres a paixão num só ídolo
porque o nosso coração dá para tanto mais
mas volto a dizer que somos todos diferentes
e ainda bem que não somos iguais.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Revolta de uma Ribeira

É impossível ignorar o sucedido
na nossa ilha Portuguesa da Madeira.
Ficou completamente destruída
apenas com a revolta de uma Ribeira.

Aos Portugueses Madeirenses desolados
ofereço o meu carinho neste momento,
e adorava conseguir com o meu poema
tirar-vos alguns minutos de sofrimento.

É nestas alturas que sonho
com ter poderes especiais
que me fizessem prever ou impedir
estes desastres naturais.

Não faço ideia do que se sente
e por isso respeito inteiramente a Vossa dor
unam-se como povo e em mente
pois não há força mais forte que o amor.

Guardarão as perdas da Vossa gente
na memória com muita ternura
e ficarão mais fortes sem dúvida
para enfrentar a vida que é dura.

O Homem não deixa de ser responsável
neste conjunto de situações
pois a natureza é viva e ressente-se
a certo tipo de pressões.

O caudal da Ribeira em tantos vídeos
tem uma força arrebatadora e indomável
mas se não houvessem entupimentos
talvez se impedisse o incontrolável.

O nosso povo Português
tem características muito vincadas
e uma delas é deixar para a última
“coisas” mal acabadas.

Que nos sirva de exemplo a todos
a desgraça que aconteceu
pois foi apenas a revolta de uma Ribeira
mas a natureza ainda não nos venceu.

Irá continuar a exprimir-se
através de inesperadas manifestações
e nós que com ela co-habitamos
temos que tomar certas prevenções.

Força para viverem Madeirenses!
E continuarem a lutar no imprevisto
não há muito que eu possa fazer
mas escrevo por vocês e não desisto.

De expressar as minhas palavras
revoltada com o sucedido
e transmitindo-lhes força
pois nem tudo está perdido…

Para o Povo Madeirense em resposta ao desastre natural a 20 de Fev de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cidade Invicta

Sem tirar valor à minha Lisboa
descrevo outra cidade encantada
a Cidade Invicta e sombria
que no Norte fica situada.

Embora esteja a trabalhar
sou observadora e sem querer
tiro fotos com o olhar
para certos momentos não esquecer.

Edifícios mais cinzentos e menos altos
mas não deixa de ser imponente
tem história como Lisboa
mas sente-se mais intimamente.

Da Avenida dos Aliados guardei a amplitude.
Da Rua de Santa Catarina o movimento.
Da Rotunda da Boavista a estátua
que me dá tanto contentamento.

Para quem não sabe qual a estátua lá presente
é alusiva ao clubes da 2ª circular
e mesmo que o Benfica esteja à frente
na estátua está o Leão a águia a pisar.

Volto a embrenhar-me nesta definição
de cidade um pouco envelhecida
mas tive vontade de partilhar a graça
de uma estátua que me parece divertida.

O Douro que separa nas margens
Porto e Gaia como vizinhos
assim como guarda no seu fundo
o odor único dos famosos vinhos.

É capaz de ser a única vez
que em relação ao álcool me sinto ignorante
pois este vinho deve ser delicioso
se partilhado com um amante.

Mas o Porto tem muitos outros valores
as pessoas aqui andam nas ruas
mesmo chovendo a cântaros e estando frio
sente-se que as têm como suas.

O sol também espreitou esta cidade
e veio a sua beleza iluminar
tornou o seu cinzento menos denso
e deixou um brilho no ar.

É um brilho sentido por toda a gente
e nota-se na sua personalidade
pois se antes caminhavam tristes
agora esboçam sorrisos com vontade.

Aparecem os carrinhos das castanhas,
limpam-se mesas de esplanadas
e afinal a cidade envelhecida
pode deixar as mulheres apaixonadas.

Aqui não se sente tanta vulgaridade,
as pessoas são mais frias e comedidas
mas vivem como nós Lisboetas
as maravilhas de suas vidas.

E têm um charme diferente,
não olham nos olhos com timidez.
A abordagem é mais cuidada
e não demonstram tudo de uma vez.

Porto por mim não vais ser esquecido
e em ti consegui acalmar
da rotina e monotonia que Lisboa
algumas vezes consegue provocar.