quarta-feira, 26 de maio de 2010

Floresta

Cheira a terra molhada e aqui ela é escura e fofa,
tal e qual como se acabasse de ter sido ali colocada.
Sinto a sombra das árvores a proteger-me do calor
e deixo-me estar por ali a ouvir a bicharada.

Não são só os sons da terra e a vida animal
que nos revelam onde nos encontramos…
Olho para cima e em vez do céu azul vejo o verde,
da vegetação variada que se prolonga pela teia dos ramos.

Olho a corrente do rio que derruba a rocha com a sua força,
e o seu som fatigante por correr sem nunca parar,
dou por mim a querer chegar ao seu fim
pois estou certa de que uma queda de água vou encontrar.

Sinto a pele húmida regada por uma seiva tropical
nada agradável e mesmo muito peganhenta,
também a roupa se cola como segunda pele ao corpo
e esta sensação não desaparece tal como o perigo que se enfrenta.

Perigo porque é um habitat que não é o meu,
aqui só reside a natureza intocável e indomada.
Esta é a floresta como a imagino
e que está sem dúvida encantada.

Encantada mas sem duendes, fadas ou fantasia,
aliás o seu encanto reside na pureza e virgindade do que vejo,
a única marca a mais são as minhas pegadas
que não consigo apagar mesmo sendo esse o meu desejo.

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