quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Boas entradas e Bom ano!

Mais uma frase feita
que só feita pode ser:
Guardem o melhor de 2010
e o resto podem esquecer!

O resto sendo o que não interessa
e não aquilo que nos fez sofrer
porque nos veio fortalecer
e instruir a viver sem pressa.

O ano novo vem como oportunidade
de podermos hoje tudo idealizar
para amanhã pôr em prática e realizar
bastando que tenhamos vontade!

Analisemos o que foi vivido
e que nunca será esquecido
mas também onde falhámos.

Porque se mais um ano vamos viver
então que nos esforcemos a valer
para atingir o que determinámos.

Não fantasiem ao pensar que o novo ano
nos traz mudança e determinação
pois não é mais que uma ilusão
ou um tremendo e repetido engano.

As atitudes e comportamentos
dependem de nós em plenitude
desde que haja saúde
e não vivamos de lamentos.

Acordar no dia 1 e pensar
que tudo vamos alcançar
mas é luta nossa sem esmorecermos.

E os dias vão passando em diante
sem que nenhum objectivo fique distante
se atingi-lo for o que quisermos sem termos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Teu nome como um sinal

Guardo teu nome cá dentro
pela força de um sentimento
que desconheço e me amedronta
hoje e em qualquer momento.

Basta que para isso recorde
tudo o que guarda a memória
que sendo bom ou sendo mau
vai escrevendo uma história.

Procuro onde está escondido
para me livrar da saudade
que insiste em me enfrentar
trazendo com ela a verdade.

A certeza que sinto e não fujo
mas enfrento com precaução
todo e qualquer movimento
que não quero que caia em vão.

Não por ter vergonha de assumir
mas porque não quero enfraquecer
e aposto toda a energia
para no silêncio a lutar permanecer.

Mas não me canso de procurar
e num gesto banal com precisão
encontro teu nome como um sinal
quando abro a palma da minha mão.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Soneto do amor

Vírus poderoso que se entranha
dominando os nossos sentidos,
admitimos ser seres perdidos
sem conseguirmos ter manha.

Marionetes nas mãos de um sentimento
que pelo corpo se propaga velozmente
e se aloja na memória da mente
sem haver vontade para um impedimento.

O Amor dói pela incerteza
assim como pela riqueza
de nos sentirmos incompletos.

Determinados lutamos para ter
a metade que nos vem preencher
e nos deixa de felicidade repletos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ouve…

Existe ainda uma melodia a tocar baixinho,
se eu a ouço é porque não a desligaste,
e toca sem letra por estar inacabada…
Ouve…e vais sentir como eu que não a terminaste.

Não é um aparelho eléctrico que a está a difundir,
o som vem do interior de seres com cumplicidade.
Por muito curta que tenha sido uma história…
Ouve…e saberás que toca devido à intensidade.

A distância só ajuda porque a faz tocar mais baixo
mas ela resiste ao desprezo com uma só finalidade:
provar-te que talvez mereça a pena ser ouvida.
Ouve…e verás que só te digo o que é verdade.

Se continua a tocar mesmo não estando programada
é porque nos sentimentos arranjou a sua energia
e consegue carregar-se de tempos a tempos…
Ouve…e ouvirás mais alto na minha companhia.

Nunca foste rejeitado mesmo depois de magoares
porque foste correcto e sincero ao decidires falar
mas avalia o quanto eram fortes as tuas certezas…
Ouve…porque ela toca sempre que não a quiseres desligar.

Situações de inconsistência e incoerência
foram despoletadas por ti com vulgaridade
e eu resolvi desde sempre dizer que sim e responder.
Ouve…e ouvirás mais alto pressionado pela saudade.

Não consigo decifrar se irás ouvir a tempo
de ainda ser tempo aceitável para mim
e não é porque não me apeteça esperar.
Ouve…porque toda a melodia tem um fim.

Acho que preferia que a desligasses de repente
e eu tivesse que ver a realidade toda de uma vez,
porque assim vou-me agarrando ao que vivi.
Ouve…porque já toca há 1 ano e ninguém a desfez.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O “Camelo” e a “Anta”

Que fique desde já esclarecido
que admiro qualquer tipo de animal
e aquele que aqui referencio
é com sentido figurativo e sem mal.

Temos a necessidade de estereotipar
pois facilita posteriormente a arrumação
das pessoas com que temos que lidar
com mais empatia ou mais tensão.

O “Camelo” e a “Anta” são pastas
como tantas outras que imaginei
para arrumar dentro personalidades
com que um dia na vida me cruzei.

Felizmente são pastas quase sempre vazias
mas também as de maior rotatividade
pois a avaliação é feita pelas atitudes
e todos temos rasgos de imbecilidade.

Não pretendo ofender ninguém
apenas constatar uma verdade
e “Camelos” e “Antas” por natureza
conheço apenas os que o são na realidade.

É “Camelo” o homem que na estrada se pica
por ser ultrapassado por uma mulher
e é ”Anta” a mulher que cega por amor
se deixa levar por uma balela qualquer.

É “Camelo” o homem que se julga mais homem
por trair a mulher ou a namorada enganar
e é “Anta” a mulher que depois de traída
não toma uma atitude para se valorizar.

É “Camelo” o homem que sendo patrão
faz uso dos subordinados sem os respeitar
e é “Anta” a mulher que num lugar hierarquicamente superior
aproveita para profissionalmente um homem humilhar.

É “Camelo” o homem que durante um banal jantar
abandona a mesa sem o prato levantar
e é “Anta” a mulher que durante anos a fio
não lhe chama a atenção para lá não o deixar.

É “Camelo” o homem que para ser ouvido
utiliza a voz mais grave e a gritar
e é “Anta” a mulher que não mantém a postura
e que depois de irritada lhe responde a berrar.

É “Camelo” o homem que utiliza a força física
para exteriorizar uma fictícia superioridade
e é “Anta” a mulher que tendo um homem mais passivo
o ridiculariza à frente de amigos e da sociedade.

É “Camelo” o homem que depois de repreendido
continua a insistir no erro identificado
e é “Anta” a mulher que depois de se aconselhar
continua com o comportamento inalterado.

Enfim…“Camelos” e “Antas” há muitos!
Tal como o dizia Vasco Santana dos chapéus…
Gabem-se aqueles que o consigam não ser
e envergonhem-se os que o são por trás de véus!