sábado, 30 de abril de 2011

Parabéns bonita nómada

É como te nomeio hoje em dia
e igualo-te a uma caixinha de surpresas,
onde guardas da vida as experiências
que te fazem esquecer as tristezas.

Independente como ninguém,
autónoma e destemida,
determinada a aproveitar
tudo o que há de bom na vida.

Mas onde estão as tuas raízes?
Sinto que sempre as tiveste definidas,
mas como consegues tão facilmente
enfrentar novamente as despedidas?

Não será tempo de te reencontrares?
A ausência de rumo causa-me aflição
mas porque temos feitios diferentes
e porque te tenho no coração.

Desde tempos por nós passados
numa infância jamais esquecida,
porque algo superior permitiu
que entrasses na minha vida.

Não julgues que a distância afasta
porque se sente mesmo não estando perto
e embora lutando contra o comodismo
encontrar-te-ia perdida num deserto.

Gostava de voltar a partilhar o dia-a-dia,
de viver aventuras de solo a solo,
mas mesmo que não passe apenas de um querer
não prescindo e conto com o teu colo.

Podem passar anos sem te ver
que não deixo de sentir o teu abraço,
adoro receber o teu beijinho
e de partilhar contigo o meu espaço.

Podes acreditar que estou sempre aqui
e pressinto quando não te encontras bem
mas a maioria das vezes evito falar
com receio de te deixar do sofrimento refém.

Estou contigo em qualquer decisão
e apoio-te sempre que te sentir confiante
mesmo que seja minha pena
viver tendo-te de mim distante.

Parabéns bonita nómada.
Tu sim consegues na vida voar
mas acredita que terá que haver um dia
em que o corpo vai querer descansar.

Para a "minha" Jo com amizade e amor sempre.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Personalidade

Vulgarmente designada pelo conjunto
de características psicológicas
que regem a nossa maneira de agir, pensar
e de ter atitudes no nosso entender lógicas.

É a individualidade de cada um de nós.
Talvez vos surpreenda ao afirmar que a desconhecemos
mas é na minha óptica a verdadeira realidade.
É o tabu que mais banalizamos e tememos.

Apenas nós sabemos como somos…
mas estamos limitados ao que assumimos.
Passamos para fora só o que queremos
e guardamos cá dentro o que não admitimos.

A sua correcta definição é dada pelos outros,
não uns “outros” quaisquer mas os que nós sabemos.
Aqueles que nos conhecem vulneráveis
quando sem forças para continuar a eles recorremos.

O somatório do que guardamos no nosso “baú”
com a opinião daqueles que temos no coração,
resulta no abrir de um diário fechado a sete chaves
que protege dentro dele a tão temida revelação.

Todos julgamos ser capazes de nos categorizar
quando nos inserirmos num estereótipo por nós aceite,
mas na maioria das vezes aquilo que dizemos ser
são as características que na água bóiam como azeite.

É método de defesa implacável resguardá-la
porque só sentimos interesse pelo desconhecido.
E os outros nossos semelhantes como nós pensam,
daí o incontrolável desejo pelo fruto proibido.

A nossa personalidade só é inteiramente percebida
quando durante toda uma vida a aperfeiçoamos.
Ouvindo muito, aprendendo e lutando pelos valores
identificados e que provam quem somos quando os aplicamos.

domingo, 24 de abril de 2011

Vulnerabilidade

Perca de controlo do nosso eu
em detrimento do que se sente.
Só sendo solução a cobardia
de fugir do que está preso na mente.

Aquele sonho antigo de querer voar
é totalmente por nós esquecido
quando mesmo com as asas já nas costas
se pode num só voo ficar perdido.

Amarram-se os pés com pesadas correntes
e mesmo assim o corpo cede ao vento
como se fosse folha seca de Outono
devido à intensidade do sentimento.

Esforçamo-nos para chamar a razão
confiantes de que é ela a guarida
necessária para impedir que no coração
fique aberta tamanha ferida.

Ela vem em nosso socorro
e prolonga um estado debilitado,
pois não soluciona o problema
de termos um coração apaixonado.

Estado que nos comprova a existência
porque baixamos o escudo da falsidade
no momento em que nos caem as lágrimas
resultantes da incontrolável dor da saudade.

Tentamos a todo o custo enterrar
num deserto o coração na sua areia,
apenas porque julgamos conseguir
que o amor seja espalhado em toda a veia.

Como se fosse possível fugir para sempre
ou aguardar pela chegada do esquecimento.
Não há arma que extinga a força do amor
nem mesmo o imparável passar do tempo.

Vulnerabilidade assumida como pesadelo
num sentir que faz de nós peça de dominó.
Assistimos ao tombar de tantas outras
que não resistem ao sofrimento...até dá dó.

Pontinho de luz

Tenho o coração apertadinho
com saudades das tuas bochechas,
de fazer asneiras contigo
e de me derreter toda lamechas.

Esse dobrar de sorriso,
os guinchinhos de personalidade
que por todo o lado se fazem ouvir
cada vez com mais expressividade.

Ao sentar apoias-te nas mãozinhas
e ainda não aguentas muito tempo
mas voas nos braços da prima
e ris durante todo o momento.

És doido por todos os “gutes”
que a mãe faz na iogurteira
e papas colher atrás de colher
sentadinho na tua cadeira.

Já para não falar das sopinhas
e das papas que tanto adoras.
A comida nunca é problema
pois com fominha tudo devoras.

Mas sabes do que mais gostas?
Que a prima te dê banhinho.
Molhamos o quarto todo à avó
e terminamos com um spazinho.

Adoras água e de empurrar a banheira
esticando as pernocas com determinação
e encho-te de espuma dos pés à cabeça
deixando-te a brincar na imersão.

Dormes que nem um anjinho,
a noite inteira e na sestinha.
Acordas a rir e coradinho
mas outra vez cheio de fominha.

Meu pontinho de luz…
porque me iluminas com alegria
amo-te incalculavelmente
e amar-te-ei mais dia após dia.

Para o meu primo Afonsinho aos 7 meses

domingo, 17 de abril de 2011

Percepção arrasadora

De análises e avaliações emotivas
resultam sonhos de algo inexistente,
tudo é irreal e forçosamente alimentado
pelo sentimento que o coração sente.

Mas não subsiste por este sentir sozinho,
há atitudes dúbias que o fazem bater
de uma forma tão imatura e insegura
que se transmite no facto do corpo tremer.

Exaustão de tempo gasto em leituras,
de certas acções no mínimo estranhas
que banalmente saem de um sentir
que longe está de assumido nas entranhas.

Os passos dados são todos com cautela
e com uma insegurança horripilante,
pois tanto se tem segura a presença
como a posição mais fria e distante.

No entanto acredita-se devido a um querer,
uma vontade tão forte que nos tira a razão.
Altera a forma de agir e a personalidade
e dificilmente se consegue dizer que não.

Aceita-se esta condição inaceitável
e resume-se a felicidade a um nada
tão nulo, sem conteúdo e sentido
que se torna preferível a “cabeçada”.

Esta acaba por chegar não haja dúvida
quando não se espera ou se está desprevenido
mas o desconforto já a procurava
e pedia para a receber com um sentido.

Arrumar as ideias que cá dentro voam,
o cor de rosa de um futuro pretendido
e por muito que isso leve à estaca zero
ao menos fica o sofrimento extinguido.

É sem dúvida uma percepção arrasadora
que nos acorda de uma dormência dos sentidos
mas também nos tira o peso que carregávamos
dos tantos minutos que somaram dias perdidos.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Poema embrião

Fazem-se sentir por toda a parte
e todas querem estar presentes.
São as palavras que vagueiam
nas bocas de tantas gentes.

É um desatino de safanões
que não me permite o descanso.
Leva a mão a pegar na caneta
para as escrever em qualquer recanto.

Vencem as mais persistentes
que condicionam outras tantas,
pois tem o poema que ter sentido
ficando os retalhos para as mantas.

Tal como nestas se conjugam cores,
no poema são linhas as palavras
e o pesponto mais perfeito
é quando com elas a alma lavras.

É frenética esta necessidade
de algo conseguir transmitir,
talvez desejo inebriado
de um muito pessoal sentir.

O poema cresce lentamente
entre quadras, sonetos e décimas
alimentando-se das palavras
que enclausuradas são péssimas.

Pois insistentemente barafustam,
protestam para serem ouvidas,
são elas o Poema embrião
quando ainda cá dentro perdidas.

Dar-te-ei vida sempre que tiver sinais
porque tenho instinto maternal,
podes não ter forma de gente
mas compilar-te é para mim vital.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Parabéns Tanocas

Caracteriza-te a doçura e a calma,
com um sorriso espalhas beleza
mas dentro desse mesmo espírito
não tratas nada com leveza.

Independente, determinada e decidida
mesmo que por vezes melindrada
enfrentas toda e qualquer situação
inclusive as que te deixam magoada.

Amiga sempre que estás presente
mas fechada em ti nas opiniões,
reservada mas sempre atenta
no meio de todas as conversações.

Munida de desilusões a que foste sujeita
resultantes do banal erro mundano
foste carregando forças, e hoje enfrentas
a vida sendo um melhor ser humano.

Lutadora na vida não facilitada,
atitude da qual me orgulho sem medida
e sei que vais até onde sonhares
pois quem age assim não está perdida.

Tudo o que tens é sempre pouco
para incalculável ambição…
Dou-te apenas um conselho
não ouças sempre o coração.

Adoro-te desmedidamente e sincera.
Muitos parabéns por mais um ano de vida!
Estou contigo sempre que precisares
oferecendo-te uma amizade sem medida.

Para a minha Tanocas

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Se fosse amor…

Se fosse amor era invisível,
e sentido tão naturalmente.
Leve como uma pena perdida
na brisa que sopra tenuemente.

Se fosse amor era batalhador
venceria fervorosamente a razão,
não teria o peso da incerteza
ou o mal estar da inquietação.

Se fosse amor era transparente,
as palavras fluiriam sem controlo,
o corpo todo tremia como resposta
e na cara permanecia um sorriso tolo.

Se fosse amor não se pensava,
dava-se vida ao subconsciente,
praticavam-se acções impensáveis
e desejava-se estar sempre presente.

Se fosse amor era imbatível.
O sentimento à dúvida venceria,
mesmo não se tendo nada certo
todo o nosso eu se entregaria.

Se fosse amor havia saudade,
que com a ausência enlouquecia
e o desespero tremendo dessa dor
era prova da verdade do que se sentia

Se fosse amor valia a aposta,
sem haver os jogos fatigantes,
que ridicularizam a personalidade
e que são dialecto dos amantes.

Se fosse amor não havia cobardia
mesmo com a possibilidade do sofrer
aquilo que se sentia era tão forte
que só assumindo se saberia viver.

Se fosse amor querias-me tua
como a metade que te completava
e inserir-me-ias na tua vida
no lugar da mulher que te amava.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vai procurar-te!

Que ridícula insegurança é essa
que te faz esquecer da tua pessoa?
Reacção e atitude não é assumir
que te encontras numa fase menos boa.

É de louvar a tua honestidade
e o reconheceres que há algo errado
mas é inaceitável que desempenhes
esse papel de louco e desesperado.

Inquietude permanente, ansiedade
que te engolem e te deixam sofrido
mas em vez de olhares para a frente
só pensas que podes ser esquecido.

Já perdi a conta das conversas
e palavras dirigidas com carinho,
agora falo mais arduamente
esperando que me leias sozinho.

Tem de haver orgulho dentro de nós
para que sejamos sempre os primeiros
a respeitar e enaltecer a nossa pessoa
quando os sentimentos são verdadeiros.

Se sentes saudades e tens vontade de dizer,
o que achas que quer ouvir quem te rejeitou?
Não há nada na vida que tenha um final
porque se guarda na memória até o que acabou.

És livre de sentir e é nobre que o assumas
mas que certezas tens tu de que era por ali?
Se o querer do outro lado fosse igual ao teu
hoje estaria e desejaria estar junto a ti.

Faz o teu luto que te é bem merecido
mas não esqueças que o tempo não pára.
Por muito que carreguemos um sentimento
não querer esquecê-lo torna-se uma tara.

Vai procurar-te!
Ouve e redescobre o teu interior…
Nunca me contaram nenhuma história
onde alguém tivesse morrido de amor.

sábado, 2 de abril de 2011

Bem-vinda Ritinha

Bem-vinda doce Ritinha…
Portugal enriqueceu com o teu regresso.
Voltou a ter permanente o sorriso
característico teu e que te dará cá sucesso.

Recordam-se as visitas repentinas,
as férias e fins de semana a correr
mas ainda bem que decidiste vir de vez
porque sei que não te vais arrepender.

As experiências são válidas por um tempo
e contaste com o apoio da tua gente
mas não há ninguém que possa desmentir
que ao ter-te por cá fica mais contente.

É mais uma etapa que se inicia
e tenho que te elogiar a coragem
por decidires voltar ao teu ninho
sempre como última paragem.

Aqui acolhem-te os amigos,
assim como os teus familiares
que sempre que te surgirem dúvidas
estarão ao teu lado para te amparares.

Acabaram-se as horas perdidas
a contar o tempo que faltava
para à boleia ou de avião
vires à procura do que lá falhava.

Estou certa de que tiraste partido
de tudo o que estava à tua disposição
e quando nada mais tinhas a lucrar
avaliaste e tomaste a decisão.

Desejo-te o melhor do mundo,
tenho a certeza de que serás mais feliz
porque estarás rodeada de todos nós
que te mimaremos como a nossa petiz.