Este fim de semana descansei
fiz uma pausa na folia
perdi a noite é verdade
mas ganhei e gozei o dia.
O sol acordou-me pela manhã
sem muita força ou calor
mas cumprimentei-o e disse-lhe
espera por mim por favor.
Fui tomar o pequeno almoço
na varanda e ele lá estava
a iluminar a cidade
que a pouco e pouco acordava.
Uma laranja sumarenta,
um copo de chá a fumegar
pois o frio era uma verdade
que me impedia de ali estar.
Enrolei-me numa mantinha
para ver se mais tempo aguentava
e fui buscar o computador
para saber como o mundo estava.
Apeteceu-me escrever como sempre
ao som da música que ouvia
mas guardei a imaginação
pois queria aproveitar o dia.
Fui arranjar-me para sair
e no chão do quarto encontrei
aqueles “bichos” cinzentos
que nem com o seu tocar acordei.
Havia chamadas não atendidas
mensagens por abrir e ler
mas senti que nada perdi
apenas por aquele amanhecer.
Peguei no carro em direcção ao mar
porque ele é lindo e me acalma
e tem poder imbatível
quando refresca e faz sorrir a alma.
O seu cheirinho salgado
o som da rebentação
fez-me estacionar no parque.
Era uma perfeita tentação.
Desci para a esplanada
bebi e saboreei um café,
peguei no primeiro cigarro
e fumei-o na praia a andar a pé.
Mas descalça como tanto gosto
e com os pés a areia a pisar
sentia cócegas entre os dedos
e fui ao mar para os limpar.
Na areia seca e quentinha
pelos raios de sol aquecida
tirei um livro para ler
e descansei um pouco da vida.
A vida às vezes cansa-me
porque não lido bem com a monotonia
e ao menos com o sol e com o mar
sinto-me sempre em sintonia.
O livro: Desassossego de Fernando Pessoa
que tão bem me foi recomendado
mas ainda bem que o li na praia
por ser um lugar sossegado.
É uma inquietação ler o seu conteúdo
pois para mim faz tanto sentido:
…“A liberdade é a possibilidade de isolamento”…
e um valor nele tão bem compreendido.
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