terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cidade Invicta

Sem tirar valor à minha Lisboa
descrevo outra cidade encantada
a Cidade Invicta e sombria
que no Norte fica situada.

Embora esteja a trabalhar
sou observadora e sem querer
tiro fotos com o olhar
para certos momentos não esquecer.

Edifícios mais cinzentos e menos altos
mas não deixa de ser imponente
tem história como Lisboa
mas sente-se mais intimamente.

Da Avenida dos Aliados guardei a amplitude.
Da Rua de Santa Catarina o movimento.
Da Rotunda da Boavista a estátua
que me dá tanto contentamento.

Para quem não sabe qual a estátua lá presente
é alusiva ao clubes da 2ª circular
e mesmo que o Benfica esteja à frente
na estátua está o Leão a águia a pisar.

Volto a embrenhar-me nesta definição
de cidade um pouco envelhecida
mas tive vontade de partilhar a graça
de uma estátua que me parece divertida.

O Douro que separa nas margens
Porto e Gaia como vizinhos
assim como guarda no seu fundo
o odor único dos famosos vinhos.

É capaz de ser a única vez
que em relação ao álcool me sinto ignorante
pois este vinho deve ser delicioso
se partilhado com um amante.

Mas o Porto tem muitos outros valores
as pessoas aqui andam nas ruas
mesmo chovendo a cântaros e estando frio
sente-se que as têm como suas.

O sol também espreitou esta cidade
e veio a sua beleza iluminar
tornou o seu cinzento menos denso
e deixou um brilho no ar.

É um brilho sentido por toda a gente
e nota-se na sua personalidade
pois se antes caminhavam tristes
agora esboçam sorrisos com vontade.

Aparecem os carrinhos das castanhas,
limpam-se mesas de esplanadas
e afinal a cidade envelhecida
pode deixar as mulheres apaixonadas.

Aqui não se sente tanta vulgaridade,
as pessoas são mais frias e comedidas
mas vivem como nós Lisboetas
as maravilhas de suas vidas.

E têm um charme diferente,
não olham nos olhos com timidez.
A abordagem é mais cuidada
e não demonstram tudo de uma vez.

Porto por mim não vais ser esquecido
e em ti consegui acalmar
da rotina e monotonia que Lisboa
algumas vezes consegue provocar.

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