sábado, 27 de fevereiro de 2010

Resposta a um Benfiquista com pouco humor

No poema "Cidade Invicta"
gracejo com a estátua da rotunda da Boavista
e qual não foi o meu espanto
recebo a primeira crítica de um benfiquista.

Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular
é a designação histórica apropriada.
O leão representa a vitória das forças aliadas
e a águia a tropa de Napoleão derrotada.

O sacrfício das forças aliadas
só poderia estar representado pelo leão,
animal de força e rei do reino animal
mas a águia também não é animal de estimação.

Querido anónimo obrigada pela crítica
mas não leves as coisas tão a peito
a vida é curta e só é aproveitada
por quem saiba ter graça e respeito.

Eu disse que o teu Benfica ia à frente
e posso congratular-te com o resultado
mas já não sei se devo fazê-lo
pois também podes ficar desconfiado.

Será que tens essa cultura
em relação a todos os nossos monumentos?
Em conjunto faríamos poemas lindos
tinhas era que trabalhar os sentimentos.

Não concentres a paixão num só ídolo
porque o nosso coração dá para tanto mais
mas volto a dizer que somos todos diferentes
e ainda bem que não somos iguais.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Revolta de uma Ribeira

É impossível ignorar o sucedido
na nossa ilha Portuguesa da Madeira.
Ficou completamente destruída
apenas com a revolta de uma Ribeira.

Aos Portugueses Madeirenses desolados
ofereço o meu carinho neste momento,
e adorava conseguir com o meu poema
tirar-vos alguns minutos de sofrimento.

É nestas alturas que sonho
com ter poderes especiais
que me fizessem prever ou impedir
estes desastres naturais.

Não faço ideia do que se sente
e por isso respeito inteiramente a Vossa dor
unam-se como povo e em mente
pois não há força mais forte que o amor.

Guardarão as perdas da Vossa gente
na memória com muita ternura
e ficarão mais fortes sem dúvida
para enfrentar a vida que é dura.

O Homem não deixa de ser responsável
neste conjunto de situações
pois a natureza é viva e ressente-se
a certo tipo de pressões.

O caudal da Ribeira em tantos vídeos
tem uma força arrebatadora e indomável
mas se não houvessem entupimentos
talvez se impedisse o incontrolável.

O nosso povo Português
tem características muito vincadas
e uma delas é deixar para a última
“coisas” mal acabadas.

Que nos sirva de exemplo a todos
a desgraça que aconteceu
pois foi apenas a revolta de uma Ribeira
mas a natureza ainda não nos venceu.

Irá continuar a exprimir-se
através de inesperadas manifestações
e nós que com ela co-habitamos
temos que tomar certas prevenções.

Força para viverem Madeirenses!
E continuarem a lutar no imprevisto
não há muito que eu possa fazer
mas escrevo por vocês e não desisto.

De expressar as minhas palavras
revoltada com o sucedido
e transmitindo-lhes força
pois nem tudo está perdido…

Para o Povo Madeirense em resposta ao desastre natural a 20 de Fev de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cidade Invicta

Sem tirar valor à minha Lisboa
descrevo outra cidade encantada
a Cidade Invicta e sombria
que no Norte fica situada.

Embora esteja a trabalhar
sou observadora e sem querer
tiro fotos com o olhar
para certos momentos não esquecer.

Edifícios mais cinzentos e menos altos
mas não deixa de ser imponente
tem história como Lisboa
mas sente-se mais intimamente.

Da Avenida dos Aliados guardei a amplitude.
Da Rua de Santa Catarina o movimento.
Da Rotunda da Boavista a estátua
que me dá tanto contentamento.

Para quem não sabe qual a estátua lá presente
é alusiva ao clubes da 2ª circular
e mesmo que o Benfica esteja à frente
na estátua está o Leão a águia a pisar.

Volto a embrenhar-me nesta definição
de cidade um pouco envelhecida
mas tive vontade de partilhar a graça
de uma estátua que me parece divertida.

O Douro que separa nas margens
Porto e Gaia como vizinhos
assim como guarda no seu fundo
o odor único dos famosos vinhos.

É capaz de ser a única vez
que em relação ao álcool me sinto ignorante
pois este vinho deve ser delicioso
se partilhado com um amante.

Mas o Porto tem muitos outros valores
as pessoas aqui andam nas ruas
mesmo chovendo a cântaros e estando frio
sente-se que as têm como suas.

O sol também espreitou esta cidade
e veio a sua beleza iluminar
tornou o seu cinzento menos denso
e deixou um brilho no ar.

É um brilho sentido por toda a gente
e nota-se na sua personalidade
pois se antes caminhavam tristes
agora esboçam sorrisos com vontade.

Aparecem os carrinhos das castanhas,
limpam-se mesas de esplanadas
e afinal a cidade envelhecida
pode deixar as mulheres apaixonadas.

Aqui não se sente tanta vulgaridade,
as pessoas são mais frias e comedidas
mas vivem como nós Lisboetas
as maravilhas de suas vidas.

E têm um charme diferente,
não olham nos olhos com timidez.
A abordagem é mais cuidada
e não demonstram tudo de uma vez.

Porto por mim não vais ser esquecido
e em ti consegui acalmar
da rotina e monotonia que Lisboa
algumas vezes consegue provocar.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Família minha

Estamos sentados a uma mesa
branca e com velas iluminada
partilhamos emoções e sensações
desta vida encantada.

Olhamos nos olhos uns dos outros
sem medo de os enfrentar
porque não temos segredos
e gostamos de partilhar.

Todos esquecemos o menos bom
e conversamos envolvidos
pois os assuntos das nossas vidas
são sempre por todos sentidos.

Faço uma pausa e olho pelo vidro
a chuva não pára de cair
mas é tão caloroso o ambiente
que me conseguem fazer sentir.

Não nos escolhemos
por sangue estamos ligados
e mesmo com erros e difíceis feitios
somos eternamente apaixonados.

Alguém tem coragem de desmentir
aquilo que se sente de verdade?
Podemos esfriar ao desiludirmo-nos
mas doem tanto as saudades.

Partilhar recordações
histórias que nos são contadas
quando éramos gente pequenina
sem atitudes pensadas.

E então entusiasmamo-nos com a conversa
recordamos efusivos
episódios da nossa infância
que jamais serão esquecidos.

Rimos como nunca com ninguém
de momentos realmente importantes
pois aí éramos apenas crianças
e não mulheres, homens ou amantes.

Eram bons esses tempos
pois por vós estávamos protegidos
e obrigada pela educação
que nos deram para enfrentar os perigos.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Resultado de uma insónia

Espero num terraço em Lisboa
sentada num sofá de jardim
por uma vontade de dormir
que hoje não se encontra em mim.

Mas não me custa esta espera
pelo contrário está a ser interessante
pois olho para esta cidade
que tem brilho de diamante.

Vejo tantas luzinhas,
os candeeiros na rua e as janelas
mas aquelas que se reflectem no rio
são sem dúvida as mais belas.

E essas são as vaidosas estrelas
que hoje vieram o céu embelezar
e trazem magia à noite de Lisboa
acompanhadas pelo luar.

Decido perseguir o rio
percorrendo-o com o meu olhar
e ele corre a fugir de mim
e esconde-se no mar.

E este revoltado de ciúmes
faz o seu leito balançar
mas sempre tendo em atenção
os barcos nele a pescar.

Esses são pontos minúsculos
que se vêem trémulos e inconstantes
no mar que é a sua vida
sendo as mulheres suas amantes.

Passa um carro perdido
e mesmo com a estrada vazia
faz-se ouvir com o barulho
da velocidade a que ia.

É a pressa da vida
ou a vontade de chegar
apenas porque vai cansado
ou porque mais tarde terá que se justificar?

Não sei, limito-me a ver
e a usar a imaginação
baseando-me nos estereótipos existentes
na vida de uma civilização.

E olho para o céu com o propósito
de encontrar um avião
porque isto é cidade e não campo
e o silêncio aqui é ilusão.

Só sente falta do silêncio
quem a ele está habituado
e tenho a certeza de que no campo
dormia o meu soninho descansado.

Também é verdade que se não dormisse
não viria com certeza este belo cenário.
Se me sentasse nos degraus da varanda
no máximo ouviria um canário.

Um canário ou um Sr. Mocho,
que num ramo de uma árvore qualquer
me diria na sua linguagem
vai dormir que é o que o teu corpo quer.

E eu no campo não teria opção
iria para a caminha de certeza
porque à noite no campo e sozinha
não deixo de ser uma presa.

Aqui é diferente sem dúvida
não tenho receio de na rua estar
mas apenas porque tenho um terraço
situado num terceiro andar.

Começar a escrever não foi boa ideia
porque deixei de estar à espera do soninho
entusiasmei-me a escrever o poema
e sussurro as palavras baixinho.

Vou pedir aos anjinhos que mo leiam
agora que o vou acabar de escrever
e pode ser que a sua ternura
me consiga adormecer.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O amarelinho

Não me lembro quando te conheci
mas vieste bem recomendado
pela melhor amiga que se pode ter
e que acredita em ti, que pecado!

És um moreno falso e perigoso,
giro e simpático é adicional
pois já tens o ego a mil
e um piropo para ti é banal.

Apareces todo gingão e a sorrir
e acusas-me de auto-bronzeador usar
a inveja é aceitável, tudo bem
mas agora ando a plagiar?!!!

Oh Joãozinho estás amarelo
e comigo não entres em competição
porque ficarás sempre a perder
e isso faz-te mal ao coração.

Quanto ao meu gosto de escrever
e a facilidade em rimar
é comparável à tua dedicação ao desporto
que também não deves desleixar.

Para continuares a entrar no Lux
e as escadas acabadas de subir
fazeres 10 ou 15 “paragens”
antes da bebida pedir.

E não só pelas “paragens”…
Como estarás aos 35?
Eu envio-te os postais,
se te portares bem com afinco!

Este poema também estava na internet
no Google pesquisa "O amarelinho".
Remeterá para o meu blog
e foi escrito com carinho.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sinto-os como meus

Apareceram na minha vida
chegados do “fim do mundo”.
Das viagens trazem-se souvenirs
mas nesta adquiriram amizade com fundo.

Quando os pais chegaram, como sempre…
traziam novidades para contar
e vulgarmente era um filme ou fotos
e não pessoas para apresentar.

Criou curiosidade em mim,
saber quem era tão especial
pois sabia ser difícil surpreendê-los
e conseguiram-no de uma forma tão banal.

Não me recordo quando os conheci
mas há coisas que não têm explicação
e abri-lhes sem qualquer defesa
a porta do meu coração.

Hoje sinto-os como meus
de sangue e não de agora mas desde sempre
e a minha vida tornou-se mais rica
por ter os Tios nela presente.

Preciso dos sorrisos e dos beijinhos,
de os ouvir a contar o dia a dia
e fico sempre tão feliz
quando estou na Vossa companhia.

Não é vulgar sentir cumplicidade
que implique desejo de posse também
mas pelos Tios eu sinto isto
e nunca por mais ninguém.

Todos os segredos desvendo,
a minha vida é livro aberto
que ganha imagens coloridas
sempre que os tenho por perto.

Viro a página e folheio
aquilo que sou eu naturalmente
e assumo que não me entrego
como aos Tios a toda a gente.

São pessoas com valor
de uma beleza incalculável
e só posso amá-los até morrer
sem haver outra variável.

São um tesouro de valores
e de ensinamentos também
e estou eternamente agradecida
por todo o amor que dão à Mãe.

Imprescindíveis e importantes
funcionam como pilar
quando a vida corre bem
ou se está a desmoronar.

Não à forma de agradecer
tudo o que me fizeram de bem,
ofereço aquilo que sou
e a minha amizade também.

Para a Tia Toia e o Tio Quim meus amigos de sempre e para sempre.

Um presente gratuito

Como estás? Está tudo bem?
São respostas que devemos ter
a perguntas tão banais
que nem pensamos antes de responder.

Estamos cada vez mais fechados,
defendemo-nos do inexistente.
A vida é só receio e ansiedade
e estado de dúvida permanente?

Eu não acredito que assim seja
mas defendo-me não desminto
principalmente no que está relacionado
com o transmitir aquilo que sinto.

Quanto tempo perdemos
a saber como estamos de verdade?
Vivemos o dia a dia
mas qual a nossa realidade?

A palavra reflexão
é um presente gratuito
que nos permite evitar
qualquer acidente fortuito.

Reflectir é passar algum tempo connosco
o que é bem positivo por sinal
pois não há pessoa que para nós
deva ter valor igual.

Não nos permite viver de forma banal
fazendo com que desejemos sempre mais.
Ajuda-nos a reconhecer os nossos valores
e a diferenciar-nos das pessoas normais.

É importante relembrar os objectivos.
Viver também implica estratégia
pois tanto podemos caminhar em terra firme
como depararmo-nos com uma falésia.

A vida obriga-nos a viver num rodopio
e não há ninguém que goste de perder tempo
mas às vezes devem fazer-se pausas
que nos permitam acalmar o vento.

Bem bom é quando existe só vento
e conseguimos evitar a tempestade…
por muito escura que esteja a nossa vida
a reflexão devolve-nos a claridade.

Não é só quando está escura
que devemos reflectir
pois são muito mais os momentos
em que vivemos a sorrir.

E esses também devem ser pensados
por mais que não seja para recordar
quais os trunfos que usámos
para os podermos recriar.

Utilizem este presente
pois nada hoje em dia é de graça
e quem vive sem reflectir
não vive, apenas pela vida passa…

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Um sonho que se desfez...

Amiga,não chores por ele
não parou para pensar um momento
não merece esse pranto sofrido
pouco se importou com o teu sentimento.

Amiga, refaz a tua vida!
Que ela noutros braços terá mais carinho.
Ninguém traz de volta o passado
a chorar num canto sozinho.

Não negues a realidade
alimentando-te de recordações.
Para quê desejar o passado
se o futuro pode não ter lamentações.

A vida continua e o amor não mata.
Se aquele sonho se desfez...
Levanta a cabeça porque és linda
e por favor esquece de uma vez!

Peço que perdoes o que te escrevo
mas o meu coração pede-me que te diga.
Como evito dizer-te as verdades
se sou realmente tua amiga?

Para alguém que amo e espero que esteja atenta!!!