terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Parabéns GRANDE Princesa

Já tenho que perder tempo a contar,
os anos em que fazes parte da minha vida
e só posso dizer que todos valeram a pena
pela amizade que tem sido mantida.

Inúmeros ataques de risota
algumas vezes sem motivo,
cumplicidade nossa e única,
momentos que só contigo vivo.

Histórias que permancem eternas
e que relembraremos num futuro
resultantes de uma partilha
de um sentimento tão puro.

Seres humanos tu e eu
e por isso sujeitas a errar...
afastou-nos a dor da desilusão
mas ganhou a vontade de te abraçar.

"Grande" como te chamava alguém
com um carinho desmedido,
também eu te escrevo este poema
sendo cada verso sentido.

Recordo toda e qualquer folia
vivida em férias ou noitadas
e sinto que as vastas aventuras
estão longes de estar acabas.

Partilha de segredos em primeira mão,
conselhos oferecidos gratuitamente
sempre com um único objectivo
que conseguisses viver contente.

Também requisitei as tuas palavras
e partilho tudo o que é importante para mim,
isto porque sempre te tive no coração
e só quero e sei viver assim.

Tenho saudades da tua expansividade,
de te sentir livre e a cometer loucuras
mas respeito que seja preciso tempo
para esquecer certas torturas.

Conheço a tua essência...
e é por ela que sou apaixonada!
No dia em que a voltares a revelar
sei que finalmente estás libertada.

Não depende de ninguém a não ser de ti,
a vontade de reaprenderes a caminhar
só me posso oferecer como muleta
nos primeiros passos que quiseres dar.

Um segredo revelado

É impossível ficar indiferente
ao segredo que me foi revelado,
desde que o ouvi que tenho nos lábios
um sorriso sincero e rasgado.

Só as palavras podem falar por mim
porque é felicidade que desconheço
mas por ser mulher é sonho que tenho
e desejo para ti o que para mim peço.

No teu ventre está uma sementinha
que crescerá alimentando-se do teu amor
e te fará sorrir mesmo num dia chuvoso
pois sentirás de um fantasiado sol o calor.

Acordarás todos os dias com uma força
que te acompanhará em toda a gestação
pois é do teu bem estar que depende
o bater desse teu outro coração.

Quem para ti olhar irá ver um brilho
só emanado por uma futura mãe.
Detectado apenas por quem te ama
e que está feliz como tu também.

Ouvirás um "tum tum" baixinho
que baterá com toda a energia
e crescerá saudável e forte
para num ápice estar na tua companhia.

Passarás a mão vezes sem conta
por essa barriguinha a crescer
e ansiarás que chegue o momento
para nos braços o teu bebé poderes ter.

Desta vez será alegria partilhada,
sendo um príncipe ou uma princesa
pois o mano ficará radiante
com esta deliciosa surpresa.

E para ti será como ganhar asas
ao veres a felicidade do teu filhote
e exímia serás como a mãe égua
quando vigia o potro a andar a trote.

Tranquilidade santa e calmaria
é tudo o que precisas agora
por isso tudo aquilo que te aborreça
não deixes de mandar embora.

Da minha parte ofereço o carinho
que utilizei para estas palavras escrever
e só me resta dizer-te que estou para ti
onde e quando me quiseres ter.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Não ter coragem para recomeçar é deixar de existir

Figurativo corte do cordão umbilical à nascença
quando o mesmo depois de cortado se mantém intacto
pela imbatível força do amor que nas veias nos corre
mesmo à distância ou com um mínimo contacto.



A areia molhada pintalgada de mínimas pegadas…
era uma ninhada de tartaruguinhas acabadas de nascer
que com determinação e coragem para o mar avançaram
abandonando na areia a mãe que as fez nascer.

Orgulhosa, sofrida vive a mãe tartaruga o adeus
predominando sobre a dor o desejo de os ver bem,
acaba de tapar o ninho onde os encubou
e volta a entrar no mar somente com o título de Mãe.

As centenas de tartaruguinhas seguem o seu caminho
sendo uma das espécies pelo mundo mais dispersada
mas há quem afirme que na fase adulta vêm desovar
na mesma areia onde deixaram a mãe abandonada.

Sendo pelo cheiro da areia ou pela fase da lua
no papel de mães observam também seus filhotes partir
e só aí sabem que mesmo eles não conhecendo as marés
voltarão sempre ao seu berço sem nada os fazer desistir.

Também o ser humano no papel de filhote
procura um dia ter o seu espaço
e racionalmente deixa a casa dos pais
procurando dar na vida um importante passo.

Não se trata de capricho, é uma vontade.
A única atitude que naquela fase nos faz feliz
e superamos a dor de deixarmos o ninho
em troca da independência que TUDO nos diz.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O segredo da felicidade é saber cair nas tentações

Como em tudo na vida “quem não arrisca, não petisca”
estando o provérbio dependente de grande coragem
quando nas relações emocionais nos entregamos
sem termos noção de qual o destino da viagem.

É preciso estar-se seguro do que se quer,
confiante nunca esquecendo a racionalidade
pois a conquista é uma luta como tantas outras
mas que deve ser travada com intemporalidade.

A felicidade não é um destino. É método de vida,
e é sem dúvida um bem que se multiplica ao ser dividido.
A dificuldade de a alcançar reside no facto
de só a atingirmos quando “fazer feliz alguém” é conseguido.

Sermos felizes pela felicidade dos outros
como se da deles a nossa se alimentasse
é uma plenitude, um querer bem sem medida
sendo impensável que o egoísmo a matasse.

Não nos devemos esquecer de nós próprios,
testando e avaliando directa ou indirectamente reacções.
O que sentimos tem que cantar em uníssono
e ser ouvido e cantarolado pelas multidões.

Ter a capacidade de nos colocarmos de fora
observando e interpretando o que dentro se passa
sendo o grau de envolvimento como uma arma
mas o amor próprio nunca uma possível peça de caça.

Ninguém sabe mais do que ninguém
e a beleza de qualquer ser humano é impar.
Está nas nossas mãos agir com inteligência
aprendendo até com o inimigo para nada falhar.

O segredo da felicidade é saber cair nas tentações
pois mesmo que as temamos nunca nos vão matar.
De qualquer tombo se levanta um ser humano
mesmo aqueles que nascem sem pernas para andar.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Em ti acredito

Força invisível maior do que a razão,
que vai consumindo corpo e alma,
tal como o fogo que transforma a madeira em cinza
ou o mar que corrói a rocha mesmo com calma.


Veneno que se infiltra no nosso interior
e que nos atordoa ao chegar ao coração
mas havendo do outro reciprocidade
deixa de estar contido sob efeito de explosão.

Razão do meu sorriso ao acordar
assim que tomo consciência que sou tua.
Ter a certeza de que te vou voltar a beijar
e satisfazer a vontade que na mente me sua.

Liberdade em poder partilhar algo tão puro
que com a nossa cumplicidade o torna singular.
É como viver diariamente num sonho
que contigo se torna tão fácil de concretizar.

União de caminhos desde sempre paralelos
devido à semelhante maneira de viver,
que em tudo simplifica o entendimento
e incrementa o querer estar por puro prazer.

Permanente troca e partilha de bem-estar
quando se vive com tamanha intensidade.
Ficam em nós todos os momentos marcados,
assim como afastados nos custa a saudade.

Total ausência de sentimentos negativos
pois uma vez sem jogos, só revelámos a realidade
e foi por esta que fomos surpreendidos
quando de “falar sentimos necessidade”.

Vontade de te ter por tempo indeterminado;
sensação tão verídica de haver tanto para aproveitar;
sentimento de pura felicidade ao sentir-te feliz
e certeza de que será sempre assim que irá continuar.

Estou certa de que seria classificada como louca
se decidisse positivamente em determinada situação
mas é-me impossível não concordar contigo
quando afirmas que seria a melhor resposta à paixão.

Acredito sinceramente que nada, nem ninguém nos vai parar
agora que nos encontrámos, e existindo assustadora sintonia.
Obrigada por existires e fazeres hoje parte da minha vida
pois julgava ser impossível encontrar tão perfeita companhia.

Para o meu Imperador

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Parabéns futuro papá

Parabéns meu querido
o melhor do mundo para ti,
agradecida pelo convite
e pelo que de ti até agora conheci.

Aos 35 anos acumularás mais 1 papel
neste eterno enredo que é a vida real,
o mesmo ser-te-á atribuído por um rebento
a quem amarás de maneira desigual.

Decisão tomada com amor mas também coragem
a de trazer a este mundo parte de vós,
tendo hoje noção da sua total dependência
mas no futuro será quem nunca vos deixará sós.

Extinguir-se-ão os tempos em que te sentiste perdido
porque num filho residem motivos para preocupações
e mesmo não abandonando o espírito aventureiro
ponderarás com consciência todas as tuas acções.

Descobrirás outra forma de sorrir,
um preenchimento jamais alcançado,
uma forma de amor intemporal e puro
pela qual nunca deixarás de estar apaixonado.

Estão reservadas surpresas e novidades,
sensações até hoje por ti desconhecidas
advindas de um ser tão minúsculo
que nele carrega a razão das vossas vidas.

Na fase que se aproxima e em todas as outras
desejo-te tudo o que ambiciono para mim
e com a minha amizade podes contar sempre
porque não tenho outra forma de viver, sou assim!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Verão azul

Convenci-me do controlo da situação
pela percepção de realidade muito tua.
Alinhei no estar perto apenas pela vontade
e a força do hábito deixou-me nua.

Cada momento é sempre especial
dias sem pressa, tardes de paz…
é um viver que nunca é banal
pela certeza do bem que me faz.

Olhar para dentro dos teus olhos
e fazer-me de surda para não os ouvir
pois não necessitas comunicar com palavras
para o meu corpo a ti reagir.

A voz mais lenta e meia rouca
proferida pelos teus lábios a deslizar,
que me faz crescer água na boca
pelo absurdo desejo de te beijar.

Descontraídos e realmente à vontade
mas um certo nervoso não se consegue esconder,
gesticulamos inquietantemente braços e pernas
tentando ignorar o que a mente teima dizer.

Tanto nos deixamos ir pelo que apetece
como perdemos tempo a tentar negar,
fantasiando desculpas em que não acreditamos
por não darem resposta ao dever ou não continuar.

Hoje é quase um trauma assumir sentir
qualquer envolvimento ou sentimento
pela falta de certeza que nos pode magoar
e do futuro o total desconhecimento!

É quase visto como uma fraqueza
que até aos nossos optamos por não assumir
mas que rapidamente no ar se desvanece
quando o toque daquela mão se faz sentir.

E chegamos mesmo a lutar contra nós
por não ter sido aquilo que idealizámos,
mas o problema é que no tempo que passou
o coração sentiu enquanto nós pensámos.

A nossa liberdade está sujeita a obstáculos
que apenas existem porque  os criamos.
Vivemos numa montra com enorme vitrina
onde só somos felizes pelo que resguardamos.

Verão azul como excelente exemplo…
posso dizer-te sem me custar sempre que sentir
e quando me sufocarem posso gritar bem alto
porque perceber o significado só tu vais conseguir.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Para quê?

Para quê tentar entender
palavras que nos são dirigidas
por pessoas que se encontram na vida
completamente perdidas?
O lado racional do ser humano
existe para ser aplicado
mesmo que por qualquer motivo
o nosso eu seja provocado.

Sabemos ser impossível
agradar a Grego e Troiano
mas somos vulgarmente atraiçoados
pela curiosidade como erro humano.

É tão mais fácil ignorar
quem nos é de todo indiferente,
que está mal com tudo na vida
tendo até que fingir à sua gente.

Porque teimam as pessoas
em viver mais do que a sua vida?
Quando é também deles que depende
tornar a sua mais divertida.

No caso de semelhanças de gostos
sou a primeira a incentivar
que se deve estruturar a estratégia
para com dignidade lutar.

A auto-confiança é um trunfo
quando sustentado no "saber viver"
e tendo certo que a quem queremos nosso
só o será tendo igualmente que querer.

Mas sendo notória pura maldade
ou necessidade de desrespeitar...
aconselho a qualquer pessoa
a manter-se no seu devido lugar!

Rodeia-nos um espaço imenso
se mantivermos postura e inteligência
mas limitamo-nos a uma caixa de fósforos
ao darmos ouvidos à demência.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Contigo falo em silêncio

Alma que me orgulho de conhecer
num espaço de tempo não normal.
Estando a tua impunidade segura
porque a cumplicidade é geral.

Palavras assertivas e directas
proferidas com a maior sinceridade.
Maravilhosa partilha de pensamentos
quando se fala e age com verdade.

Espírito libertino e selvagem
que se alimenta da arte de socializar
sendo a auto-confiança tão segura
que através do sorriso te faz brilhar.

Não há forma de haver mal-estar
quando não se alimenta a fantasia
e torna-se tão fácil desvendar
todo o meu eu na tua companhia.

É assustador…uma raridade
não me cansar de te conhecer
e surpreendo-me com as horas
que passam sem sequer perceber.

Os assuntos abordados quase tabus
que guardamos perante outros em segredo
pois viver é ser réu num julgamento
mas sendo nós os juízes não há medo.

Ser humano rico em valores
que prevalecem sobre a vontade,
mesmo que corroa aí dentro
o animal da tua personalidade.

Extremamente exigente com razão
porque sabes o que tens para oferecer
e por isso efectuas a cobrança
de quem de alguma forma te quiser ter.

Reconheces e falas dos teus defeitos
e assume-los perante quem te perguntar
assim como afirmas ser quase impossível
essa tua natureza alguém conseguir mudar.

Livre para aprender e te tornares melhor
sendo a inteligência a base da tua atenção
quando ages sem querer causar sofrimento
e estendendo a quem gostas a mão.

A intranquilidade está para a tua vida
como o pão combina com o queijo
mas é escusado forçares para assentar
verás que a calma chegará num beijo.

Cansa-te a banalidade e monotonia,
procuras incansavelmente actividade
e acredita que só te fará feliz
quem viver com mesma realidade.

Nunca aceites algo que provas morno
quando o que te satisfaz tem que queimar
é uma perca de tempo que reconhecerás
quando o teu eu dentro de ti se revoltar.

Contigo falo em silêncio…
mas as palavras nunca estão a mais
porque as almas se compreendem
nas diferenças e no que são iguais.

Sempre tua cheerleader ;-)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

É fraqueza...

Esquecer todos os sonhos,
e a vontade encurralar
por ter havido um sonho
que não foi possível de realizar.

Condenar todas as amizades,
contra tudo o que se sentiu
apenas por ter havido uma
que de alguma forma nos traiu.

Desacreditar no amor,
sendo para nós um fel
somente porque no passado
houve um que nos foi infiel.

Insistirmos num sentimento
sem este ser correspondido
deixando de dar oportunidade
a outro que é por nós merecido.

Descurarmos o nosso empenho
na luta pelos objectivos traçados
apenas por ter havido alguns
onde tenhamos saído falhados.

Perdermos a auto-confiança
e até mesmo por nós o respeito
porque alguém nos subestimou
e essa dor não nos sai do peito.

Isolarmo-nos do mundo
gastando tempo a chorar,
quando o tempo no relógio
nunca deixa de passar.

Fugirmos dos problemas
por não os querermos enfrentar
vivendo num cenário irreal
que sabemos que não se vai alterar.

Passarmos a vida a queixar-nos
do que não corre como esperado
quando aquilo que não correu
já faz parte do passado.

A completa apatia
quando tudo se desmoronou
mas ainda temos saúde
e a vida não terminou.

Desistirmos de viver
limitando-nos a existir
porque o dia acordou cinzento
e o sol não nos veio sorrir.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Só falta o olhar que deixara o meu suspenso

As folhas brancas espalhadas pela manta
que estendi sobre as espigas secas pelo sol,
no cume de um monte em pleno campo
servindo-me de luz um fantástico pôr do sol.

Deitada sonhadora e de lápis na mão,
traço o teu perfil com assustadora exactidão
pois mesmo sem ter modelo, nem molde
expressa tão rigorosamente a tua expressão.

Nitidez sustentada na memória,
na recordação dos momentos partilhados.
Da atenção dispensada na observância
dos detalhes que queria esmiuçados.

Retiro do cesto os boiões de cor
e os pincéis que nem chego a usar
uma vez que prefiro usar os dedos
podendo imaginar que te estou a tocar.

O castanho escuro do cabelo despenteado,
usado também na barba mal aparada
contrastando com o encarnado dos lábios
da tua boca que deixa a minha aguada.

Rasgo-te o sorriso que me desarmou
e sorrio para um papel sem vida
pois acompanham-no as covinhas
que me deixam plenamente embevecida.

O sol esconde-se por entre os montes
parecendo os seus raios focos no chão,
inspiro fundo o ar da natureza
que carrega de energia o coração.

Volto a concentrar-me no retrato
lapidando o nariz endiabrado
assim como a testa e pequenas rugas
que marcam a vivência de um passado.

Afasto a folha para melhor admirar,
falta-me a essência de ti e então penso…
nunca me será possível recriar
aquele olhar que deixara o meu suspenso.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Instantes

Não é a esperança que ateia um sentimento
e também não é a descrença que o assassina

é tudo uma questão de conjugação de tempos
que convergem em momentos assistidos pela sina.

A predisposição é abafada pela racionalidade
que teima em proteger-nos do emocional

mas quando se sente nada nos defende
e vivemos o momento sem lhe vermos mal.

Não há no fundo nada a temer …
se e só se o sentirmos com reciprocidade,
pois assim estaremos no mesmo patamar
sem hipótese de haver de nenhum falsidade.

É algo que se sente na maneira de olhar
nos gestos contidos da primeira abordagem,
na timidez e cuidado de todos os passos
que prestam ao respeito vassalagem.

É tão distinto de tudo o que é banal,
um querer estar perto sem objectivo.
Satisfazem minutos de conversa
ou sorrisos e risos sem motivo.

Observar…olhar bem lá por dentro
tentando ler o que se mantém escondido.
Aproveitar o que é sentido no momento
valendo este apenas por ter sido vivido.

Revelar doçura e alguma entrega,
respondendo ao estímulo lançado.
Sem certezas de qualquer continuidade
alimentando apenas o bem-estar alcançado.

Não dar conta que o tempo passa
nas longas horas como minutos sentidas
e sentir um desconforto com a ausência
ao aproximarem-se as despedidas.

Acordar no dia seguinte devagarinho
aguentando os olhos bem fechados
para averiguar se se tratava de um sonho…
mas são instantes que ficaram marcados.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

À mesa com a hipocrisia

Sobre a toalha de linho bordada
o serviço e os copos de pé alto jaziam,
adornando-os o burburinho das críticas
que com vulgaridade se ouviam.

Cadeiras distanciadas por força não física
resultado da distinta postura e educação
das personalidades presentes no evento
tanto as convidadas como as que não.

Reconhecidos esforços de convivência
dos espíritos mais soltos e divertidos
tendo tido como efeito alguns sorrisos
assim como advertências ditas em rugidos.

O ambiente de "non fare nulla" ajudava
na partilha do espaço sem atropelamentos,
e a falta de paciência da maturidade
levava a ignorar os distanciamentos.

Ninguém consegue agradar a toda a gente
e o espaço de cada um é importante
mas qual a satisfação de sem sequer conhecer
em grupo optar por uma posição distante?

Alguém que é amigo quis apresentar
pessoas que para ele eram especiais,
então como pode não haver o esforço
de somente conviver nada mais?

O absurdo espírito feminino de rejeição
só é aplicado em pessoas de sexo igual
porque havia novidade do sexo oposto
e foi recebida muito bem por sinal.

É óbvio que se acaba por reagrupar
uma minoria que procura diversão,
que está de bem com tudo na vida
e convive com quem procura animação.

Saber viver deveria não ser apenas lema
pois os proveitos em aplicá-lo são variados,
se lhe juntarmos a ausência de confiança
temos seres humanos no mínimo complicados.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Não consigo esquecer

Aquele teu sorriso lindo…
nuns olhos tímidos sustentado.
O envolvimento dos braços em abraços
onde ficava o meu corpo resguardado.

O toque ternurento que com carinho
me ajeitava a madeixa de cabelo despenteada
e o beijinho de mimo que se seguia
na minha bochecha à tua encostada.

O teu olhar sorridente mas profundo
que aos meus olhos fazia sorrir.
O balançar ao som de ritmo nenhum
que nos fazia girar por toda a pista sem cair.

Os dedos das mãos entrelaçados
com a vontade que aumentava em sintonia
e que sem fim os mantinha apertados
pelo sentir de uma mútua alegria.

A atenção depositada nos pormenores
porque tudo se queria conhecer
e rapidamente se guardavam na memória
com a pretensão de nunca os esquecer.

A passagem do nariz pelo pescoço
tentando inalar específico odor
que pela curta distância se sentia
dissipado no ar provocando mais calor.

O conjugar de dois pares de pernas
para se conseguir maior aproximação
resultou no encostar dos troncos
que ferviam com o calor da paixão.

Um lugar repleto de gente que parecia vazio,
no momento em que sendo impossível evitar
os meus lábios se colaram aos teus
num turbilhão de emoções a borbulhar.

Há muito que nada valia tão a pena
pela reciprocidade desde o primeiro momento,
as certezas que quiseste que chegassem a mim
sopraram-me as defesas e receios como vento.

Não consigo esquecer...o que é tão positivo,
mesmo que custe não te ter por perto.
Tem o valor de ter encontrado água
na imensidão de um árido e seco deserto.

Para um "falso" tímido

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Porque não publicar?

Porque não publicar momentos
que nos marcam de forma positiva
adornados de sentimentos
que deixam a alma imaginativa.

Porque não publicar pensamentos
que nos preenchem na solidão,
vêm e vão com os ventos
característicos de qualquer estação.

Porque não publicar saudosismos
de alguém por quem somos apaixonados,
cuja ausência nos abala como sismos
e o passar do tempo nos deixa devastados.

Porque não publicar sensações
que ficam em nós marcadas
das mais íntimas manifestações
com desconhecida ousadia reveladas.

Porque não publicar segredos
resguardados nas palavras escolhidas,
libertando-nos de todos os medos
ou decisões mais comedidas.

Porque não publicar fraquezas
por nós próprios reconhecidas
justificativas das defesas
que mantemos em nós escondidas.

Porque não publicar com sinceridade
a dor de um amor que acabou,
o quanto nos magoa a saudade
mas vale a pena pelo que ficou.

Porque não publicar uma emoção
retida no receio do julgamento,
que aprisionada entra em ebulição
e sozinha alimenta o sentimento.

Porque não publicar palavras apenas
conjugadas com enorme prazer,
que caem tão leves como penas
para quem tiver interesse em ler.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cama desfeita

Lençóis de um branco imaculado
em raios de sol enrodilhados
num amanhecer de verão.
Corpo amolecido e deitado
mantém os olhos fechados
contra a claridade da radiação.

Dá-se o primeiro pestanejar
com um grunhido rabugento
de pouco sono dormido.
Depois do segundo e do terceiro
um delicioso espreguiçar
com um prazer desmedido.

Rola o corpo na brancura
numa ronha merecida,
sem horas para levantar.
Mas o calor aperta em demasia
e a vontade quer a partida
para a praia se aproveitar.

A moleza tem peso de tonelada
mas com movimentos lentos
procura-se o elixir do despertar.
Em minutos o chiar da cafeteira
torna preciosos os momentos
com a caneca na mão a fumegar.

Novamente na fofura das almofadas,
as cortinas completamente corridas
e as vidraças abertas para o sol entrar.
Num gole saboreia-se o café,
recuperando-se as energias perdidas
para um novo dia que está a começar.

A cama?...essa fica desfeita…
a arejar com a brisa do mar
e engoma-a o sol a preceito.
Só a mim tem que agradar
pois é nela que me vou deitar
sendo o sonho o meu leito.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Gula

Raios de luzes coloridas
rodopiam no ar coordenadamente
fazendo de tecto a uma arena
onde o chill out cria ambiente.

Vultos perfumados e frescos
hidratados da exposição solar
que desaprendem a andar vulgarmente
levando-os a confiança a desfilar.

O olhar guloso perde a timidez
tornando-se incisivo e penetrante
pois o espírito está solto de defesas
e revela-se selvagem e desinquietante.

O ego tem fome de vaidade
e alimenta-se de comentários de terceiros
escutados pelo canto do olho
na leitura de uns lábios traiçoeiros.

Manadas de leões e leoas
atentos e esfomeados de prazer
subtilmente engendram a estratégia
para o ataque à presa a comer.

Ouvem-se rugidos de confronto
oriundos da concorrência em demasia
por semelhanças de gostos nas escolhas
que a imaginação sem possuir fantasia.

Num silêncio ensurdecedor
ouve-se o assanhar das garras escondidas,
assim como eriçar do corpo para a conquista
que se faz com atitudes em nada comedidas.

Não há espaço para passos em falta
é uma mente cientificamente homicida
que com frieza comete o crime
repetidamente sem ficar desvanecida.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Férias de luxo

Peço um café americano
numa esplanada em cima da areia,
tiro o bloco de folhas brancas
e a caneta começa a compôr a teia.

Palavras que vão surgindo iluminadas
pelo calor de verão e o cheiro do mar.
A imaginação liberta da responsabilidade
está dentro de mim a ferver e borbulhar.

Observo as pessoas que à praia chegam
caminhando leves de preocupações
mas carregando a tralha täo característica
do típico Português e suas tradiçöes.

O sol espreita pelas ripas de madeira
pintadas de branco que cobrem o bar
e a sua incidência permanente
fazem com que sinta a pele a queimar.

Bebo o meu café ainda fumegante
e acendo um cigarro para o saborear...
é um tempo sem relógio o que aqui passo
que desejo arduamente que demore a terminar.

Falo com o empregado de outros anos
para nas minhas coisas dar uma espreitadela,
pois a praia hà muito que me está a chamar
e eu também quero estar junto dela.

Momento único o de chegar à areia
e os chinelos dos pés descalçar,
sentir os grãos quentes e grossos
por entre os dedos a penetrar.

Deixo a toalha enrodilhada à beira mar
e tiro as calças brancas esvoaçantes
mergulho de rompante naquela imensidão
que deixa qualquer corpo e alma refrescantes.

Passo o corpo pela toalha para não pingar
e sacudo o cabelo para tirar o excesso.
Volto a vestir as calças com o biquini molhado
e regresso à esplanada...e nada mais peço.

Férias de luxo e de preenchimento,
sendo o meu luxo aquilo que me dá prazer
dispenso as pulseiras do "tudo incluído"
ou os gastos exorbitantes de um frívolo viver.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Fundição

Surpreendidos numa multidão
que num acaso imprevisto nos juntou
cruzámos os olhos como faróis
incandescentes da recordação que ficou.

Não nos preparámos para a reacção
que o corpo não conseguiu suster
provocada pela saudade retida
nos tempos de um comum viver.

Éramos convidados no acontecimento
que decorria com normalidade,
só para nós estava a ser diferente
pela força desmedida da vontade.

Perdidos num labirinto de pessoas
que animados estavam a conviver,
queríamos ter o poder de estalar os dedos
e fazer toda a gente desaparecer.

Erguemos a cabeça entre tantas outras
procurando aquele olhar conhecido
que caminhava orientando um corpo
gelado e que tremia estarrecido.

Quando estaríamos frente a frente?
Era pretensão dos dois voar
mas apenas nos podiam servir as pernas
que com os obstáculos só conseguiam andar.

Desconhecíamos a direcção correcta
mas havia uma força interior
que sabiamente nos orientava
no reencontro com esse velho amor.

A vida tinha seguido para os dois
mas curiosamente estávamos sozinhos
por cessação de outras paixões
das quais nem cinza restava nos caminhos.

Num recanto mudo encontrado
que nem sabíamos ser possível
voltámos a cruzar os olhares
ofegantes e com um brilho infalível.

Tinham-se acabado as palavras
mesmo sem nenhuma ter sido proferida
pois comunicaram por nós as recordações
guardadas de toda uma vida.

Fundiram-se os corpos, um no outro
numa avidez e liberdade...
apenas possível porque não esquecemos
os momentos de plena felicidade.

Amiga adoçante

O mundo em que vivemos
está cada vez mais cheio de gente
mas reconheço a complexidade
em encontrar uma pessoa decente.

Em boa hora dei ouvidos
a alguém que muito me ama
e assim que a conheci
acendeu-se do rastilho a chama.

A partilha de uma fraqueza
nunca é fácil na generalidade,
mas há elos que nos fazem falar
assentes nos princípios da amizade.

Foi cumplicidade tão sentida
que me permitiu resvalar
de um pedestal inexistente
onde me estava a segurar.

O estímulo veio das suas palavras,
de um profissionalismo com vontade
que me convenceu a acreditar
que os resultados viriam de verdade.

Mais aplicada ou incumpridora
nunca de mim desistiu
e partilhei consigo a alegria
assim como o choro que sumiu.

Ainda não atingi o objectivo
mas luto por ele custe o que custar
e a sua presença na minha vida
não me permite desanimar.

Não há agradecimento possível
para quem me faz tão feliz,
mas posso oferecer-lhe este poema
que com amizade e carinho fiz.

Para a "minha" Doutora Vandinha

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O ataque é a melhor defesa

Para quê prolongar uma dúvida,
receando enfrentar uma incerteza?
De que se alimenta essa esperança
que extingue do viver a beleza?

Nunca devemos optar não agir
quando nos sentimos desconfortáveis.
Não são as atitudes que destroem
os sentimentos já vulneráveis.

Aceitar uma situação de copo vazio
porque o mesmo se pode encher…
mas se a água cair gota a gota
vale a pena o tempo que se vai perder?

Ataquemos! Pelo amor mas o próprio,
somente este durará toda a vida.
Por muito que o outro nos faça falta
se se alimentar de pena está de partida.

Nos primeiros dias subsistimos
a petiscar as boas recordações
mas rapidamente desfalecemos
por falta de completas refeições.

O ataque é a melhor defesa,
em detrimento de uma espera inútil.
Perdemos o brilho por não estarmos bem
e substituem-nos por qualquer coisa fútil.

Cobertor de estrelas

Saudades destas noites quentes
que permitem um mergulho nocturno.
Silêncio quebrado pelo bater da água
e o coaxar de um sapo taciturno.

Sopra uma brisa e afogo os ombros,
o corpo sente-se melhor submerso.
As pequenas liberdades da vida
são o que há de melhor no universo.

Esvoaça uma coruja entre as árvores
procurando ramo para pernoitar,
não sem antes marcar a sua presença
com o seu característico piar.

Mais umas braçadas de exercício
que em sombras tenebrosas se transformam
resultantes do embater dos focos de luz
que à noite a água da piscina amornam.

Com a cabeça apoiada na pedra,
corpo a boiar e braços estendidos
admiro o negro do céu que faz de tecto
nesta noite que me aviva os sentidos.

Depois do relaxamento e meditação,
elevo-me das águas para a cama de madeira
onde me aguarda uma toalha fofa
e uma almofada bem grande na cabeceira.

Cobre-me um cobertor de estrelas
que com suavidade me adormece,
depois da mente estar aquecida
com os sonhos que a imaginação tece.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Memorável Longueira

Concentração de amizade feminina
promovida por gerência impecável
com o objectivo de celebrar a despedida
que para a noiva teria que ser memorável.

Entre atrasos e peripécias no caminho
que nos levou de Lisboa à Longueira
lá chegaram as tropas ao destino
para fazer feliz a preciosa companheira.

Tarefa árdua a de mulheres reunir
com consenso e sem complicação.
Ajudou-nos um vínculo mútuo:
a amizade sentida no coração.

A D.ª Cafetina ordenou com exigência
e a noiva com rigor tudo executou,
às amigas incluídas no trajecto
nem o tempo de espera desmoralizou.

As pessoas de fora colaboraram
e deviam ser feitos agradecimentos
a todos menos ao “bufo” que viu o jipe
que circulava pelos estacionamentos.

Mesmo depois de caracóis esfriados
e placard de boleia esmorecido,
o Travastock festival aguardava-as
no meio de um Alentejo escondido.

A noiva não trazia a esperada venda
e o peddy paper tinha-a arruinado
mas assim que os seus olhos nos viram
o corpo deixou de se sentir cansado.

Estava o ramo composto e perfumado
e as dunas até à praia pintalgámos
com as cores da vontade e da alegria
e a areia com as toalhas adornámos.

Depois da bela soneca e torradinhas
só a fome procurávamos saciar,
demos início à gestão das banhocas
que mais uma vez foi exemplar.

Deliciosa churrascada se preparou
tendo havido consenso nas tarefas
e conseguimos civilizadamente jantar
todas sentadas à mesa e sem pressas.

O jogo do lençol teve sucesso
para a noiva receber os seus presentes
mas o público desfalecia de cansaço
e o frio fazia bater os dentes.

Animámos com a chegada do Carlão…
que Gato de fazer crescer água na boca!
As calças sexy e o bigode farfalhudo
e a dança que deixou a noiva louca.

Aninhámos a dormir que nem anjinhos
esperando-nos no dia seguinte as arrumações,
que por muito que o panorama não fosse fácil
ficou exímia a limpeza sem complicações.

Sessão fotográfica com a noiva em fuga
querendo apressar a próxima surpresa…
a junção das despedidas foi o culminar
de um fim de semana que foi uma beleza!

Para a noiva Anocas Travassos e todas as damas de honor!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

4 anos…1461 dias…35.064horas

Números não são mais que números.
Marco de tempo com dor recordado
pela ausência da sua forma física
mas um amor diariamente fortificado.

Onde está? Por onde anda?...
Está bem melhor aí quero acreditar.
Fala o egoísmo que me serve de defesa
e me seca as lágrimas para não chorar.

Que injustiça! Afirmo rancorosamente.
Gostava de ter alguém a quem cobrar
para poder gastar a raiva que alimento
desde o dia em que soube que não ia voltar.

Fico satisfeita apenas pela certeza
de que não teve em vida que suportar esta dor
que corrói os ossos com a saudade
e faz doer o coração com tanto amor.

Sei que não o queria cá em sofrimento
e por isso assimilei a notícia com tranquilidade
mas aquilo que desconhecia por completo
era a força avassaladora da saudade.

É desumano a condição que nos foi imposta
por condicionamentos de todo superiores.
Termos que ter vivido o dia-a-dia da vida
sendo da doença meros espectadores.

Quando é que a ciência explica esta lacuna?
Que teima em estar presente nos demais
mesmo que seja tarde para mim
anseio a cura para ninguém sofrer mais.

Como se arranja força nestas datas
para encorajar parte de si a viver?
Quando toda eu me sinto desmantelada
de membros e órgãos com este sofrer.

“Tonecas” do meu coração, Paizinho
AMO-O e exclamo-o em voz forte e alta!
Só neste amor reside a muleta
para continuar a viver com a sua falta.

sábado, 9 de julho de 2011

Um “Bom dia” eternamente MEU

Ainda tenho os olhos fechados mas já o sinto comigo pela força das memórias e das recordações…pelo amor atómico e inabalável.

Sinto o cheiro do desodorizante que se espalhava por toda a casa a seguir ao seu banho matinal e que entrava pelo meu quarto como marco diário de que o Pai já tinha acordado.

Escondo-me por entre os lençóis, fugindo à luz do dia que teima em acordar-me mas não quero abrir os olhos porque o estou a sentir aqui...Procuro deixar uma bochecha de fora, na esperança de receber o meu beijinho e de sentir o molhado da barba ainda mal enxuta.

É tanto o meu querer que sinto…consigo mesmo sentir:

a sua forma física a aproximar-se,
o som dos passos pelo corredor,
a sombra do volume humano a agachar-se na penumbra do meu quarto para me dar um “Bom dia” eternamente MEU.

Hoje recebi-o...QUE SAUDADES MEU PAIZÃO.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sinais

Aqueles míseros segundos
vulgares como outros mais,
transformaram-se na tua presença
nuns segundos especiais.

O coração que bombeava
litros de sangue no interior.
Ficou estático, petrificado
respondendo a ti sem pudor.

O toque intenso dos lábios
que as duas bocas entrelaçou,
e que inconscientemente
os olhos de ambos fechou.

O estado de levitação…voar
com o preenchimento sentido,
que nos faz esboçar um sorriso
por tantos outros não vivido.

A necessidade de acarinhar
tocando com as pontas dos dedos,
oferecendo pequenas carícias
e ignorando todos os medos.

Mar de lava que surge
oriundo da pontinha do pé,
subindo e incandescendo
sem opção de marcha à ré.

Risos bêbados e palermas
no meio de um olhar que não descola.
Simbiose de sentimentos e sensações
que no fundo da alma se cola.

Palavras trocadas em surdina
como um cântico de sereias,
que arrepia a pele do corpo
e se sente até nas veias.

Os olhos ganham luz com a chama
que com a vontade se acendeu,
comparáveis ao foguinho das velas
de um entardecer que adormeceu.

O tempo é o maior inimigo
teimando em não permanecer extasiado
e continua a passar sem resposta
do corpo que parece inanimado.

Presta atenção aos sinais!
Eles tentam arduamente informar
que à nossa frente pode estar a pessoa
a quem estamos destinados a amar.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Baloiço da Liberdade

Balança entre o sonho e a realidade
em lento embalo ou voo alucinante
dependente da alma triste ou radiante
que nele se senta procurando a verdade.

Balança à chuva, ao sol e ao vento
e só o tempo consegue degradá-lo,
como as rugas que da idade são regalo
que em nós vincam todo o momento.

Mas mantém-se no ramo pendurado
sem se poder mostrar cansado
da incumbência de as almas baloiçar.

Porque ao ramo está acorrentado
e só assim se mantém equilibrado
para o peso dessas almas suportar.

Baloiço da liberdade com ironia
pois não existe sem estar preso ao ramo
assim como qualquer ser humano
que enlouquece sem companhia.

Oscila como o baloiço a nossa liberdade
eternamente presa à moralidade
fundada em tempos de um hoje tão distinto.

Mas ninguém se atreve a alterá-la
por muito que teimemos em criticá-la
reconhecemos que o equilíbrio seria extinto.

sábado, 2 de julho de 2011

Lugar para mim

Cedi bem devagarinho
com medo de me magoar,
podendo tu não ser a pessoa
que quero encontrar.

Fui retendo cada sorriso teu
e sozinha por eles procurei
na memória dos momentos
que com um sorriso guardei.

Devagar fui chegando
sem entender porquê
a um estado de alma
que sofre quando não te vê.

Perdi a conta das vezes…
e esta vez também não me enche
porque o tempo sem ti
é tempo que não me preenche.

É tão profundo o teu olhar
mais do que eu sei dizer…
É um abrigo para voltar
ou tentação para me perder.

Fui entrando pouco a pouco
porque queria entrar assim
nesse local por nós criado
e vi haver lugar para mim.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Cruz do amor

Sinto que nos aproximámos
recentemente na vida…
fruto de uma maturidade
que não era reconhecida.

Serões de conversas que fluíram
sobre assuntos, quase segredos
que os dois sem darmos conta
revelámos sem receios nem medos.

Analisámos tabus da sociedade
e tendo consigo o poder da repreensão,
ensinou-me que a vida só vale a pena
quando vivida com o coração.

Entristece-me que se culpabilize
por erros cometidos no passado,
e não suporto a insistência em carregar a cruz
como se fosse um condenado.

Tem aqui uma mulher que o ama
desde sempre mas hoje activamente
e que está à sua inteira disposição
para o ouvir descarregar tudo o que sente.

Amo-o não só pelos laços de sangue
mas pelo ser humano que é…
e garanto que só lhe darei descanso
quando o sentir com força e de pé.

Não se iluda a pensar que faz o melhor
ao assumir dos outros a responsabilidade de viver,
pois se os carregar sempre ao colo
é mais fácil que a andar não queiram aprender.

Ofereça-se como bengala,
partilhe o mapa do apropriado caminho
e não se esqueça de congratular
aquele que com vontade lá chegar sozinho.

Não teime em querer ter tudo,
nem se menorize por não o conseguir.
A esperança só está para os audazes
que na vida não se deixem dormir.

O meu presente é a cruz do amor
que ouso nas suas costas aparafusar
para que tenha sempre presente
que é o único peso que tem que carregar.

Parabéns Tio Dadinho com muito amor.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Coração pintado de fresco

Acabado de levar o primeiro banho,
pairando no ar o odor a tinta fresca
de uma base que representará a eficácia
do resultado final da obra pitoresca.

Base que se compôs da revelação
de qualidades intrínsecas do pintor
que conseguiu laços de empatia
com o imperioso órgão do amor.

Na lata de tinta caíram os olhares...
Trocados no inicio com acanhamento
e também com a perspicácia necessária
para não se perderem no esquecimento.

Posteriormente adicionou-se a sintonia...
Na conversa e postura perante a vida,
assim como a astúcia no contornar as defesas
às quais a modelo se encontrava rendida.

O humor foi coagulante de excelência
dando espessura a um líquido aguado
resultante da falta de certeza…
que nunca o pintor poderia ter solucionado.

O pigmento escolhido é uma raridade,
até que se prove algo em contrário,
é feito da sinceridade e pureza de um eu
singularmente revelado ao destinatário.

A consistência da base foi também comprovada
com a aprovação do toque e beijo de tinta do pincel,
elementos sine qua non para uma boa aderência
mesmo que a tela escolhida seja a própria pele.

Coração pintado de fresco por uma base
e nunca assumindo também saudoso pela cor,
prova disso são os minutos a pensar no esboço
já interiorizado com carinho pela modelo e o pintor.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Cabeça não resolvida

Distinta de cabeça “mal resolvida”
por não estar relacionada com ninguém,
a não ser com o nosso próprio eu
e a sanidade mental que ele não tem.

A experiência e vivência do passado
deixaram a forma de entrega encurralada
podendo ser normal aceitar um improviso
ou por e simplesmente não dizer nada.

Aceitam-se os primeiros convites,
pois o entusiasmo continua a ser sentido
mas tal como o vento muda de direcção
também assim se sente o nosso eu perdido.

Reconhecem-se qualidades procuradas
num estereotipo entendido como ideal,
mas irrita e sufoca-nos um mero contacto
que ontem era classificado como tão normal.

Pesa-nos positivamente a vida que tínhamos
mesmo frouxa ou sem qualquer imprevisão.
Acomodados a uma desvitalizante segurança
que nos permite estar na maior sem consumição.

E classificamo-nos como seres cruéis,
não merecedores dessa oportunidade
porque impulsivamente decidimos
abolir qualquer forma de continuidade.

Contornamos a irreflexão para uma atitude
mas mesmo depois de tudo estar pensado
assumimos a culpa singularmente
e optamos por deixar tudo inacabado.

A liberdade de há tanto tempo é reclamada,
iludidos de haver alguém que a quer roubar
quando o único ladrão é somente o nosso eu
que não resolvido nos tira as asas para voar.

O alívio sentido a seguir é confortante
mas nas horas vagas a conversar com a solidão
recordamos e revelamos a pequena aventura
que por momentos nos fez abrir o coração.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O colesterol do coração

Quantas vezes o sentimos pesado,
entupido de alimento não ingerido?
Ou serão sobras, restos de um sentimento
que ainda não foi por nós esquecido?

Peso transportado quase que penosamente
por a regime nunca ter sido sujeito
e só da nossa força de vontade
resulta o alívio que se pode sentir no peito.

Durante anos abrimo-lo para deixar entrar
gente que fez parte da nossa vida.
Mas quantas vezes fizemos a limpeza
de cá de dentro retirar o pó da despedida?

E com os anos ressente-se tornando-se obeso,
enchendo-o massa gorda sem produtividade
que o aumenta desmedidamente de tamanho
mas sem relação proporcional à felicidade.

De nada serve guardar sentimento morto
mesmo que na recordação haja uma história.
Se o receio é poder passar para o esquecimento…
o que é importante fica alojado na memória.

Tornemos saudável esta fonte de entrega
queimando afincadamente todas as calorias,
e permitindo apenas que nele entrem
pessoas que se apliquem em dar-nos alegrias.

O colesterol do coração é eliminável,
depurando a alma de tudo o que não interessa.
Conseguimos desta forma ser selectos nas escolhas
mesmo que a porta se abra menos depressa.

O Santo António já começou

Lisboa veste-se vaidosa
de cores garridas de alegria
e chama para rua os seus
ansiosa pela sua companhia.

Carregam-se fogareiros com carvão
para a fartura de febras e sardinha
tão saborosas por cima do pão
que lhes serve de caminha.

Garrafões de litros de vinho
e inúmeros barris de cerveja
para a todos matar a sede
que perdura até que o sol se veja.

A pouco e pouco reúnem-se pessoas
ao longo da grande artéria da cidade
para assistir ao desfile das marchas
que enfrentam a Avenida com vontade.

O delicioso espírito bairrista
demonstrado nos ruidosos pregões
que se ouvem ao longo da passarela
sobre a qual recaem as atenções.

Os denominados apenas foliões
ignoram as marchas populares
e disseminam-se por toda a Lisboa
pelos mais variados lugares.

Desde a incómoda descida da Bica,
o longo caminho até ao Castelo,
os estreitos trilhos de Alfama
onde se escuta o Fado mais belo.

Fado esse não destino mas cantiga.
Voz da alma que se exprime com saudade,
Palavras feitas de sentimento desmedido
e ouvidas como Património da Humanidade.

O ar é perfumado com manjericos
que se cheiram com o simples passar da mão
e lêem-se as quadras das bandeirinhas
memorizando-se as que falam ao coração.

Cidade iluminada pela luz ténue dos balões
que decoram a ruela mais escondida.
Em Lisboa o Santo António já começou
e há que gozá-lo antes que esteja de partida.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nós de amor

Somos resultado do desatar de um Nó
a partir do momento em que nascemos
e pela vida procuramos atar outros
com os quais nos identifiquemos.

São Nós de amor nas inúmeras formas,
vínculos de sermos animais sociais.
Partilha advinda da necessidade
de nos emaranharmos com os nossos iguais.

Nós impossíveis de desatar
por serem de sangue atados
e Nós que com um simples sopro
deixam de estar entrelaçados.

Nós que nos consolam na tristeza
e outros que nos injectam alegria.
Nós que embora russos de existência
são para sempre a melhor companhia.

Nós de cumplicidade com o mesmo sexo
através dos quais circula secreta informação
e Nós de entrega e química com o sexo oposto
capazes de nos fazer atingir a levitação.

Nós que julgamos morrer por não atar
tal é a convicção do sentimento
e Nós que nos tiram vida quando atados
porque se uniram por ilusão do pensamento.

Nós que nos esforçámos por alcançar
lutando com exasperada vontade
e Nós que deveríamos já ter desapertado
mas mantemo-los por comodidade.

Nós que subsistem a qualquer intempérie
pela verdade e pureza que os une
e Nós que a gota da chuva vai aliviando
com a dor da desilusão que os pune.

Nós que mantemos no subconsciente
e aos quais estamos presos sem soltura
e Nós atados por míseros momentos
mas pelos quais ainda sentimos ternura.

Nós que permanecem depois da vida
pela incontrolável dor da saudade
e Nós com elasticidade eterna
por estarem atados com amizade.

Nós que fazem de nós o nós que somos
permanecendo ou não hoje apertados,
uma vez que todos os Nós de uma vida
só se atam sendo por nós desejados.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dia da Criança

Jorram sorrisos como água,
gritos estridentes de alegria.
Coligações partidárias e adeptas
de viver da vida o dia a dia.

Espíritos selvagens, endiabrados
que cativam pela leveza do pensamento,
assim como nos pasmam e deslumbram
os diálogos partilhados com sentimento.

Pequenos seres humanos puros
da escura poluição da maldade,
demonstrando-se tão destemidos
na divulgação da sua identidade.

Não há defesa nas palavras que dirigem,
nem hesitação na demonstração de carinho,
pois a regra base da sua entrega
sustenta-se no receber de um miminho.

Óptimos Personal Trainers de um adulto
na persistência no desafio para brincar
oferecendo os melhores alongamentos
quando correm para nos abraçar.

Pulam e saltam como se voassem
entretidos sem qualquer materialismo.
Vestem roupas coloridas e práticas
descurando a aparência do consumismo.

Ridicularizam e advertem as pessoas
quando julgam ter algo a dizer,
partilhando opiniões por vezes tão certas
que desarmam quem os tentar repreender.

Dissertam sobre assuntos e problemas
dos quais ouvem falar ao seu redor
e apresentam soluções peremptórias
como se já as tivessem de cor.

Sentem quando disfarçamos um mal-estar
ou quando tentamos esconder uma dor
e procuram incessantemente por um sorriso
oferecendo desmedidamente o seu amor.

Dava tudo para ser capaz de ter no colo
e presentear todos as crianças do mundo
com a mínima condição de felicidade
que é tudo o que elas merecem no fundo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Olá Marianinha

Princesa sê bem-vinda
a este mundo de loucuras
vem alegrá-lo com o teu sorriso
e virá-lo ao contrário com travessuras.

Ainda nem 24 horas tens de vida
e já há fila de espera para te ver,
a Tia Rita oferecesse para tua “Manager”
desde que me permitas ver-te crescer.

Foste-me apresentada por fotografia,
vestidinha mesmo como uma boneca,
são coisas da tua Mamã vaidosa
que só com amor e ternura peca.

Nasceste num dia de calor intenso
onde o sol brilhou desde o amanhecer
e vou confessar-te o primeiro segredo:
uma estrela brilhará com mais força ao anoitecer.

Tens uma supermulher como Mamã
das que mais me orgulho ter conhecido,
com qualidades ímpares: força e determinação
e verdadeira amiga do seu amigo.

Estou tão feliz pela tua chegada querida
porque vais trazer muita felicidade
a pessoas que adoro de coração
e por quem nutro eterna amizade.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

OBRIGADA pelo colo

Este ano decidi partilhar um segredo…
Há quase 4 anos que esta data me tortura
pois embora finalize mais 1 ano da minha vida
recorda-me a ausência do meu Pai e sua ternura.

É o invisível calendário que tento esquecer
durante todos os dias que passam num ano,
pois com a dor da saudade já aprendi a viver
mas ter do tempo noção destrói qualquer ser humano.

Daí a importância das Vossas palavras,
das mensagens e telefonemas recebidos
fazem-me secar as lágrimas e sorrir
porque sinto a força e amizade dos amigos.

Não é drama é uma condição a que fui sujeita
mas que me enraivece e não a aceito de forma alguma
porque fico incalculavelmente feliz com a Vossa presença
mas com o meu Paizinho cá era o expoente em suma.

Ainda bem que muitos de Vós não sabem o que é
e para os que sabem vai o meu enorme beijinho,
por isso aproveitem-se das novas tecnologias
e digam SEMPRE alguma coisa com carinho.

Escrevo com o sorriso que me caracteriza
aninhada no “colo” enorme de todos vocês
e sorrio porque me fizeram vencedora
ao ter sobrevivido à luta com a dor outra vez.

Acreditem que serão eternamente especiais
mesmo que o acaso tenha feito a lembrança
porque senti os minutos que me dedicaram
e que se transformam numa lufada de esperança.

Pois aí está mais um ano para ser vivido
com o compromisso de lutar sempre pela felicidade
e que melhor encorajamento posso desejar
do que as Vossas deliciosas provas de amizade.

OBRIGADA por me fazerem feliz ;-)

domingo, 1 de maio de 2011

Um “tum-tum” que eu ouvi

Era apenas ainda uma ervilhinha,
no seu ventre alojada e protegida,
quando pela primeira vez pude ouvir
o bater do primeiro amor da minha vida.

Relembro um “tum-tum” muito sumido,
que com o tempo ensurdecedor se tornou
e quando já não tinha dentro de si espaço
foi ele que para viver sempre me incentivou.

Era um “tum-tum” que procurava falar-me
com a necessidade crescente de me preparar,
incutindo-me ensinamentos com um carinho
que eu sorvia confiante e sem descurar.

Desconhecia ainda o tom da sua voz,
ou mesmo o toque e calor da sua mão
mas pude contar com esse “tum-tum”
desde quando era apenas “feijão”.

É o único amor na vida com certezas
porque o vi nascer dentro da Mãe.
Como prova recordo esse “tum-tum”
que foi sempre meu e de mais ninguém.

Duradouro como nenhum outro,
soma hoje quase 29 anos de existência
e dia a dia vai crescendo e galopando
não existindo neste facto a mão da ciência.

Ídolo, estrela-guia, pilar, melhor amiga
são títulos que lhe atribuo sem pensar.
É um sentimento de posse desmedido
quase como a necessidade de respirar.

Prescindo de tudo o que sou e da minha vida
em detrimento do seu bem-estar
porque não suportaria viver com a condição
de não a ter ao meu lado para me acompanhar.

Tudo começou por um “tum-tum” que ouvi
oriundo dos batimentos do coração da Mãe
e foi dessas bombadas de sangue com amor
que o meu coração começou a bater também.

Obrigada por me ter trazido à vida
e com a condição de ser sua filha
porque só assim queria ter existido
fruto deste amor de eterna partilha.

Para a um TESOURO de Mãe e melhor amiga

sábado, 30 de abril de 2011

Parabéns bonita nómada

É como te nomeio hoje em dia
e igualo-te a uma caixinha de surpresas,
onde guardas da vida as experiências
que te fazem esquecer as tristezas.

Independente como ninguém,
autónoma e destemida,
determinada a aproveitar
tudo o que há de bom na vida.

Mas onde estão as tuas raízes?
Sinto que sempre as tiveste definidas,
mas como consegues tão facilmente
enfrentar novamente as despedidas?

Não será tempo de te reencontrares?
A ausência de rumo causa-me aflição
mas porque temos feitios diferentes
e porque te tenho no coração.

Desde tempos por nós passados
numa infância jamais esquecida,
porque algo superior permitiu
que entrasses na minha vida.

Não julgues que a distância afasta
porque se sente mesmo não estando perto
e embora lutando contra o comodismo
encontrar-te-ia perdida num deserto.

Gostava de voltar a partilhar o dia-a-dia,
de viver aventuras de solo a solo,
mas mesmo que não passe apenas de um querer
não prescindo e conto com o teu colo.

Podem passar anos sem te ver
que não deixo de sentir o teu abraço,
adoro receber o teu beijinho
e de partilhar contigo o meu espaço.

Podes acreditar que estou sempre aqui
e pressinto quando não te encontras bem
mas a maioria das vezes evito falar
com receio de te deixar do sofrimento refém.

Estou contigo em qualquer decisão
e apoio-te sempre que te sentir confiante
mesmo que seja minha pena
viver tendo-te de mim distante.

Parabéns bonita nómada.
Tu sim consegues na vida voar
mas acredita que terá que haver um dia
em que o corpo vai querer descansar.

Para a "minha" Jo com amizade e amor sempre.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Personalidade

Vulgarmente designada pelo conjunto
de características psicológicas
que regem a nossa maneira de agir, pensar
e de ter atitudes no nosso entender lógicas.

É a individualidade de cada um de nós.
Talvez vos surpreenda ao afirmar que a desconhecemos
mas é na minha óptica a verdadeira realidade.
É o tabu que mais banalizamos e tememos.

Apenas nós sabemos como somos…
mas estamos limitados ao que assumimos.
Passamos para fora só o que queremos
e guardamos cá dentro o que não admitimos.

A sua correcta definição é dada pelos outros,
não uns “outros” quaisquer mas os que nós sabemos.
Aqueles que nos conhecem vulneráveis
quando sem forças para continuar a eles recorremos.

O somatório do que guardamos no nosso “baú”
com a opinião daqueles que temos no coração,
resulta no abrir de um diário fechado a sete chaves
que protege dentro dele a tão temida revelação.

Todos julgamos ser capazes de nos categorizar
quando nos inserirmos num estereótipo por nós aceite,
mas na maioria das vezes aquilo que dizemos ser
são as características que na água bóiam como azeite.

É método de defesa implacável resguardá-la
porque só sentimos interesse pelo desconhecido.
E os outros nossos semelhantes como nós pensam,
daí o incontrolável desejo pelo fruto proibido.

A nossa personalidade só é inteiramente percebida
quando durante toda uma vida a aperfeiçoamos.
Ouvindo muito, aprendendo e lutando pelos valores
identificados e que provam quem somos quando os aplicamos.

domingo, 24 de abril de 2011

Vulnerabilidade

Perca de controlo do nosso eu
em detrimento do que se sente.
Só sendo solução a cobardia
de fugir do que está preso na mente.

Aquele sonho antigo de querer voar
é totalmente por nós esquecido
quando mesmo com as asas já nas costas
se pode num só voo ficar perdido.

Amarram-se os pés com pesadas correntes
e mesmo assim o corpo cede ao vento
como se fosse folha seca de Outono
devido à intensidade do sentimento.

Esforçamo-nos para chamar a razão
confiantes de que é ela a guarida
necessária para impedir que no coração
fique aberta tamanha ferida.

Ela vem em nosso socorro
e prolonga um estado debilitado,
pois não soluciona o problema
de termos um coração apaixonado.

Estado que nos comprova a existência
porque baixamos o escudo da falsidade
no momento em que nos caem as lágrimas
resultantes da incontrolável dor da saudade.

Tentamos a todo o custo enterrar
num deserto o coração na sua areia,
apenas porque julgamos conseguir
que o amor seja espalhado em toda a veia.

Como se fosse possível fugir para sempre
ou aguardar pela chegada do esquecimento.
Não há arma que extinga a força do amor
nem mesmo o imparável passar do tempo.

Vulnerabilidade assumida como pesadelo
num sentir que faz de nós peça de dominó.
Assistimos ao tombar de tantas outras
que não resistem ao sofrimento...até dá dó.

Pontinho de luz

Tenho o coração apertadinho
com saudades das tuas bochechas,
de fazer asneiras contigo
e de me derreter toda lamechas.

Esse dobrar de sorriso,
os guinchinhos de personalidade
que por todo o lado se fazem ouvir
cada vez com mais expressividade.

Ao sentar apoias-te nas mãozinhas
e ainda não aguentas muito tempo
mas voas nos braços da prima
e ris durante todo o momento.

És doido por todos os “gutes”
que a mãe faz na iogurteira
e papas colher atrás de colher
sentadinho na tua cadeira.

Já para não falar das sopinhas
e das papas que tanto adoras.
A comida nunca é problema
pois com fominha tudo devoras.

Mas sabes do que mais gostas?
Que a prima te dê banhinho.
Molhamos o quarto todo à avó
e terminamos com um spazinho.

Adoras água e de empurrar a banheira
esticando as pernocas com determinação
e encho-te de espuma dos pés à cabeça
deixando-te a brincar na imersão.

Dormes que nem um anjinho,
a noite inteira e na sestinha.
Acordas a rir e coradinho
mas outra vez cheio de fominha.

Meu pontinho de luz…
porque me iluminas com alegria
amo-te incalculavelmente
e amar-te-ei mais dia após dia.

Para o meu primo Afonsinho aos 7 meses

domingo, 17 de abril de 2011

Percepção arrasadora

De análises e avaliações emotivas
resultam sonhos de algo inexistente,
tudo é irreal e forçosamente alimentado
pelo sentimento que o coração sente.

Mas não subsiste por este sentir sozinho,
há atitudes dúbias que o fazem bater
de uma forma tão imatura e insegura
que se transmite no facto do corpo tremer.

Exaustão de tempo gasto em leituras,
de certas acções no mínimo estranhas
que banalmente saem de um sentir
que longe está de assumido nas entranhas.

Os passos dados são todos com cautela
e com uma insegurança horripilante,
pois tanto se tem segura a presença
como a posição mais fria e distante.

No entanto acredita-se devido a um querer,
uma vontade tão forte que nos tira a razão.
Altera a forma de agir e a personalidade
e dificilmente se consegue dizer que não.

Aceita-se esta condição inaceitável
e resume-se a felicidade a um nada
tão nulo, sem conteúdo e sentido
que se torna preferível a “cabeçada”.

Esta acaba por chegar não haja dúvida
quando não se espera ou se está desprevenido
mas o desconforto já a procurava
e pedia para a receber com um sentido.

Arrumar as ideias que cá dentro voam,
o cor de rosa de um futuro pretendido
e por muito que isso leve à estaca zero
ao menos fica o sofrimento extinguido.

É sem dúvida uma percepção arrasadora
que nos acorda de uma dormência dos sentidos
mas também nos tira o peso que carregávamos
dos tantos minutos que somaram dias perdidos.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Poema embrião

Fazem-se sentir por toda a parte
e todas querem estar presentes.
São as palavras que vagueiam
nas bocas de tantas gentes.

É um desatino de safanões
que não me permite o descanso.
Leva a mão a pegar na caneta
para as escrever em qualquer recanto.

Vencem as mais persistentes
que condicionam outras tantas,
pois tem o poema que ter sentido
ficando os retalhos para as mantas.

Tal como nestas se conjugam cores,
no poema são linhas as palavras
e o pesponto mais perfeito
é quando com elas a alma lavras.

É frenética esta necessidade
de algo conseguir transmitir,
talvez desejo inebriado
de um muito pessoal sentir.

O poema cresce lentamente
entre quadras, sonetos e décimas
alimentando-se das palavras
que enclausuradas são péssimas.

Pois insistentemente barafustam,
protestam para serem ouvidas,
são elas o Poema embrião
quando ainda cá dentro perdidas.

Dar-te-ei vida sempre que tiver sinais
porque tenho instinto maternal,
podes não ter forma de gente
mas compilar-te é para mim vital.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Parabéns Tanocas

Caracteriza-te a doçura e a calma,
com um sorriso espalhas beleza
mas dentro desse mesmo espírito
não tratas nada com leveza.

Independente, determinada e decidida
mesmo que por vezes melindrada
enfrentas toda e qualquer situação
inclusive as que te deixam magoada.

Amiga sempre que estás presente
mas fechada em ti nas opiniões,
reservada mas sempre atenta
no meio de todas as conversações.

Munida de desilusões a que foste sujeita
resultantes do banal erro mundano
foste carregando forças, e hoje enfrentas
a vida sendo um melhor ser humano.

Lutadora na vida não facilitada,
atitude da qual me orgulho sem medida
e sei que vais até onde sonhares
pois quem age assim não está perdida.

Tudo o que tens é sempre pouco
para incalculável ambição…
Dou-te apenas um conselho
não ouças sempre o coração.

Adoro-te desmedidamente e sincera.
Muitos parabéns por mais um ano de vida!
Estou contigo sempre que precisares
oferecendo-te uma amizade sem medida.

Para a minha Tanocas

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Se fosse amor…

Se fosse amor era invisível,
e sentido tão naturalmente.
Leve como uma pena perdida
na brisa que sopra tenuemente.

Se fosse amor era batalhador
venceria fervorosamente a razão,
não teria o peso da incerteza
ou o mal estar da inquietação.

Se fosse amor era transparente,
as palavras fluiriam sem controlo,
o corpo todo tremia como resposta
e na cara permanecia um sorriso tolo.

Se fosse amor não se pensava,
dava-se vida ao subconsciente,
praticavam-se acções impensáveis
e desejava-se estar sempre presente.

Se fosse amor era imbatível.
O sentimento à dúvida venceria,
mesmo não se tendo nada certo
todo o nosso eu se entregaria.

Se fosse amor havia saudade,
que com a ausência enlouquecia
e o desespero tremendo dessa dor
era prova da verdade do que se sentia

Se fosse amor valia a aposta,
sem haver os jogos fatigantes,
que ridicularizam a personalidade
e que são dialecto dos amantes.

Se fosse amor não havia cobardia
mesmo com a possibilidade do sofrer
aquilo que se sentia era tão forte
que só assumindo se saberia viver.

Se fosse amor querias-me tua
como a metade que te completava
e inserir-me-ias na tua vida
no lugar da mulher que te amava.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vai procurar-te!

Que ridícula insegurança é essa
que te faz esquecer da tua pessoa?
Reacção e atitude não é assumir
que te encontras numa fase menos boa.

É de louvar a tua honestidade
e o reconheceres que há algo errado
mas é inaceitável que desempenhes
esse papel de louco e desesperado.

Inquietude permanente, ansiedade
que te engolem e te deixam sofrido
mas em vez de olhares para a frente
só pensas que podes ser esquecido.

Já perdi a conta das conversas
e palavras dirigidas com carinho,
agora falo mais arduamente
esperando que me leias sozinho.

Tem de haver orgulho dentro de nós
para que sejamos sempre os primeiros
a respeitar e enaltecer a nossa pessoa
quando os sentimentos são verdadeiros.

Se sentes saudades e tens vontade de dizer,
o que achas que quer ouvir quem te rejeitou?
Não há nada na vida que tenha um final
porque se guarda na memória até o que acabou.

És livre de sentir e é nobre que o assumas
mas que certezas tens tu de que era por ali?
Se o querer do outro lado fosse igual ao teu
hoje estaria e desejaria estar junto a ti.

Faz o teu luto que te é bem merecido
mas não esqueças que o tempo não pára.
Por muito que carreguemos um sentimento
não querer esquecê-lo torna-se uma tara.

Vai procurar-te!
Ouve e redescobre o teu interior…
Nunca me contaram nenhuma história
onde alguém tivesse morrido de amor.

sábado, 2 de abril de 2011

Bem-vinda Ritinha

Bem-vinda doce Ritinha…
Portugal enriqueceu com o teu regresso.
Voltou a ter permanente o sorriso
característico teu e que te dará cá sucesso.

Recordam-se as visitas repentinas,
as férias e fins de semana a correr
mas ainda bem que decidiste vir de vez
porque sei que não te vais arrepender.

As experiências são válidas por um tempo
e contaste com o apoio da tua gente
mas não há ninguém que possa desmentir
que ao ter-te por cá fica mais contente.

É mais uma etapa que se inicia
e tenho que te elogiar a coragem
por decidires voltar ao teu ninho
sempre como última paragem.

Aqui acolhem-te os amigos,
assim como os teus familiares
que sempre que te surgirem dúvidas
estarão ao teu lado para te amparares.

Acabaram-se as horas perdidas
a contar o tempo que faltava
para à boleia ou de avião
vires à procura do que lá falhava.

Estou certa de que tiraste partido
de tudo o que estava à tua disposição
e quando nada mais tinhas a lucrar
avaliaste e tomaste a decisão.

Desejo-te o melhor do mundo,
tenho a certeza de que serás mais feliz
porque estarás rodeada de todos nós
que te mimaremos como a nossa petiz.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Um novo título – Avó

Quantos títulos carregamos nós
provenientes de termos nascido?
Somos filhos, netos e sobrinhos
desde o primeiro momento vivido.

Há outros que dependem somente
dos nossos sentimentos e decisões
e somos então esposas e mães
num redemoinhar de sensações.

Mas estou a chegar onde quero…
Aqueles que em nada dependem de nós
e num dia um filho ou filha comunica,
que vamos ter o título de avós.

Para a Tia esse dia já chegou
e sinceramente nem consigo imaginar...
a ansiedade, preocupação e alegria
de ver a família a aumentar.

O coração tem realmente razões
que a própria razão desconhece
porque ao vê-la hoje com o Afonsinho
é uma imagem que não se esquece.

Já parou para tentar quantificar
a quantidade de amor que ainda continha?
Quando pegou pela primeira vez ao colo
o ser minúsculo que lhe chamará Avozinha.

Mais uma vez entregou-se de corpo e alma
e transborda ternura com um só olhar.
Desde o primeiro momento do dia,
até quando o vai à noite deitar.

Estranho este sentimento infindável
que teima em continuar a crescer.
Mais uma etapa desta vida
que serve de justificação para se viver.

Parabéns minha Tia e também Madrinha,
mais dois títulos só a mim relacionados
e espero que os continue a acumular
porque são todos muito bem desempenhados.

Para a Tia Rosarinho. Grande beijinho

Tempestade

Auge da brutalidade da natureza.
Demonstração de raiva avassaladora,
traduzida pelo som repetitivo dos trovões
numa discussão ensurdecedora.

O que quererão eles dizer-me?
Porque não os consigo compreender?
Expressam-se de uma forma persistente
e fazem-se ouvir sem nunca enfraquecer.

Há quanto tempo estou envolta,
neste cinzento carregado?
Que teima em pintalgar o meu céu
em vez de o deixar esbranquiçado.

Podes insistir em permanecer
que pelo teu fim mais não vou esperar,
pois em vez de te ver como tempestade
vou para a rua com a chuva dançar.

Não temerei mais os teus raios
que serão luzes num palco imenso
e rodopiarei por todo ele
aproveitando o teu vento denso.

Podes ser força da natureza
mas não menosprezes o meu querer
porque eu estarei somente a dançar
e a minha alegria far-te-á desvanecer.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Cinzas do teu retrato

Guardo contigo uma história
que decorei por repetir
e não me sai da memória
o dia em que te vi partir.

Guardo contigo um momento
que me fez rir e chorar
e eternamente lamento
se o nosso amor acabar.

Guardo contigo segredos
de tudo o que contigo desvendei,
assim como todos os medos
que só contigo partilhei.

Guardo contigo a saudade
de tudo aquilo que vivemos
e arde em mim a vontade
para que recomecemos.

Guardo contigo um sentimento,
o único puro e verdadeiro
e a razão para o afastamento:
o medo de enfrentarmos este guerreiro.

Guardo contigo a ternura
do primeiro passeio de mãos dadas,
dias de completa loucura
e noites inteiras acordadas.

Guardo contigo o desejo
de te conseguir esquecer,
mas olho para o futuro e vejo
que sempre te vou pertencer.

Guardava contigo um retrato
que findou em cinzas quando o queimei
mas de nada me valeu o acto
porque até hoje as cinzas guardei.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Quantas vezes serão a “última vez”?

Só podes ter um qualquer mistério…
não te procuro mas mexes comigo.
Há qualquer coisa que me tira do sério,
é um tipo de querer que parece castigo.

Não te recordo com saudade, nem dor.
Guardo-te como uma história do passado,
vivida mas esquecida sem rancor
e não te evito quando estás ao meu lado.

Não houve nunca a conversa de um fim,
e justificamo-lo pela falta de necessidade
deste assunto ser enfrentado por ti e por mim.
A ausência do “erro” não extingue a vontade!

Amanhã ou depois tenho a certeza
que o tempo te vai fazer vir procurar-me
e a esta química com leveza
vou sempre querer entregar-me.

Hoje afirmo que não volta a acontecer,
talvez por inexistência de explicação
para o porquê do meu corpo responder
ao chamamento do teu sem hesitação.

Quantas vezes serão a “última vez”
que sentirei esta sede que não é por água saciada?
Bebo e beberei qualquer gota das tuas mãos
mesmo sabendo que só pode estar envenenada.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Como um Interruptor

Vivemos na era da superficialidade,
em defesa de um egoísmo atroz.
Tudo tem que ser à nossa maneira
caso contrário optamos por ficar sós.

Exterminámos a espontaneidade,
em detrimento da precaução
e julgamos demonstrar segurança
quando optamos por dizer: Não!

A louca corrida atrás dos impulsos,
foi trocada pela posição altiva e fria.
Autênticos palermas, perdidos...
refugiados numa vida sombria.

Contentamo-nos com o morno,
de tão insípida ser a nossa emoção.
Resguardamo-nos dos sentimentos
que pretendem detonar a razão.

Perseguidos pela insatisfação,
revoltados, exaltados e angustiosos
porque um dia o nosso passado
fez com que sofrêssemos saudosos.

A dor também é um sentimento
e dos mais nobres por sinal
pois só a enfrenta e ultrapassa
um ser humano descomunal.

Queremos e exigimos demais…
Estando nós tão distantes da perfeição.
Espremendo qual o resultado
de ignorarmos o que nos diz o coração?...

Esse interruptor necessariamente ligado
só vai deixar de sentir no momento da partida
e por muito que fujamos querendo desligá-lo,
triunfaremos apenas no desperdício de uma vida.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Melanina fogosa

Corpo pintado a pincel…
por um pigmento com temperatura
que queima o olhar que o galanteia
mas para a mente não tem censura.

Sobressai a brancura do sorriso
em contraste com a cor de café
e quando nos é dirigido
mal nos aguentamos de pé.

Aroma do fruto pelos raios torrado,
que deixa o desejo toda a noite acordado.
Poderoso veneno que actua como pesticida.

Melanina fogosa, poder de absorção
que pincela a pele com a maior precisão.
Grão que concebe a mais vigorante bebida.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Parabéns Sonhador

Se tivesse que um verbo escolher
para a tua pessoa caracterizar,
não hesitaria em responder
que esse verbo seria o “DAR”.

Dedicas-te ao entendimento geral
porque és peixe fora de água sozinho
e a todos aqueles que te são especiais
ofereces gratuitamente carinho.

Vives num mar de emoções instáveis
porque te é difícil compreender-te
mas juntas todas as variáveis
que a viver conseguem convencer-te.

Saltimbanco no teu dia-a-dia,
sem saberes onde andas ou para onde vais,
procurando sempre a companhia
dos que consideras como teus iguais.

Segues essa intuição interior
sempre alicerçada no sentimento,
seja ele uma amizade ou um amor
tem é que te dar contentamento.

Confessionário e bom conselheiro,
realista na atitude e na palavra
pois nada te deixa prisioneiro
neste mundo que a tua mente desbrava.

Procuras pela entrega eternamente
porque a tua razão de viver é ofertar,
sendo o que fazes constantemente
sem nada, nem ninguém te travar.

Tens uma percepção avassaladora
característica que é por ti temida
mas arranjas força arrebatadora
para sentires que aproveitas a vida.

Gostava de te dar a certeza
do teu valor como pessoa humana,
mas para isso abre a fortaleza
porque a minha admiração não te engana.

Sonhador por conseguires acreditar
que somos todos parte de um só organismo,
daí a agilidade que tens em perdoar
porque a dor é para ti um cataclismo.

Admiro-te com orgulho de te conhecer
e é importante a tua existência,
pois essa tua vontade de viver
cria nos outros dependência.

Para ti estou à distância de um chamamento
mesmo que sussurrado baixinho
pois és humano como todos nós
e também precisas de carinho.

Para o meu "Borginhos"

quarta-feira, 9 de março de 2011

“Coisa”

Bem sei que nada vais ler…
Talvez até essa capacidade tenhas esquecido
ou pode ser que algo tenhas mantido
daquilo que um dia foi o teu viver.

Quem és tu para provocar sofrimento,
a quem dava a vida por ti se fosse solução?
Alguém que secou as lágrimas pela exaustão
da luta para evitar ler teu testamento.

O que deixarias escrito que valesse
o tempo perdido para te recordar,
porque a saudade teimará em apertar.
Mais valia que a memória se perdesse.

Quantos são os que lutam por viver
quando a falta de saúde os atinge?
Esses são alguém que sofre e não finge
porque a doença os veio surpreender.

E os que nem chegaram a nascer
por razões superiores à sua fragilidade?
Eternamente deixarão saudade
a quem tanto os queria ao menos conhecer.

Esse vício não vai resolver o problema…
É que nem deste hipótese de ser ouvido,
e a tua gente ajudar-te-ia terias sabido
porque são a única resolução para o dilema.

Mesmo que te faltasse coragem para partilhar,
deixavas escrito, fazias mímica, desvendavas
aquilo que a ti próprio perguntavas
e irias sentir que existe sempre para nós um par.

Resiste a essa maldita tentação!
Não te permitas ser “Coisa” em vez de humano.
Abandona de vez esse mundo mundano
porque quem te ama não vive com esta situação.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Presa à Saudade

Desconhecia que seria assim
e sei que tu não fazes ideia,
mas por não te ter dado tudo de mim
ficaste preso na minha teia.

Se me tivesse entregue como querias,
no tempo em que estavas cego,
também te desencantarias
pois prender-me-ias, não nego.

Mas se te apaixonaste pelo que sou
não me tentes nunca domesticar,
porque tudo aquilo que te dou
seria impossível conseguir dedicar.

Deixa que me entregue assim,
permitindo-me dar sem pressão
e entende que eu procuraria o fim
se pretendesses ter-me na mão.

Estou certa que gera contestação
eu exigir de ti esta liberdade,
mas prefiro que a condição
seja viver presa à saudade.

Amor só vale assim

Sou capaz de te dar a minha vida
mas não faças pouco de mim,
por me entregar a ti assim
dá-me uma força desmedida.

São a minha alma e corpo com paixão
tudo o que tenho e é realmente meu
e te ofereço, querendo que seja teu
mas no verdadeiro amor não se pede perdão.

Despe-me o teu simples olhar,
tremem-me as pernas na tua presença
é impossível sentir indiferença
mas não desleixo o meu pensar.

Pareço tola e domesticada
por aquilo que sinto aqui dentro
e nada por este sentir lamento
mas só estou anestesiada.

Quando amo é no singular.
Faço tudo para te satisfazer
em atitudes e no prazer
mas não te permitas nem tentar.

E acredita que tens que saber...

Que sou também a mulher
que te deixa se me traíres.
Que aguentará quando partires,
esmagas mas só o que eu quiser.

Quem erra por natureza,
nunca acerta com respeito!
Sairás facilmente do meu peito.
Na tua atitude, a minha destreza!

Não perco tempo com erros banais
porque se sou capaz também o és,
pensa com a cabeça e não com os pés
é o que nos diferencia dos animais.

Faço o impossível para te ver feliz,
mas não serei mulher no teu harém
porque gosto de mim como de ninguém
e corto todo o mal pela raiz.

Nunca te dividirei com ninguém,
por isso não me permitas saber,
porque se isso algum dia acontecer
jamais deixarás de ser um vulgar "alguém".

Para mim o amor só vale assim!
Caso contrário, antes do tiro da partida
define-se toda e qualquer contrapartida
e a meta não é definitivamente o fim.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Eco infindável

Amizade que distingo do amor
por haver certeza assegurada,
que por ti me é confiada
sem nunca ter havido desprimor.

Fusão de dois corpos numa alma
por muitas que sejam as diferenças
aproximam-nos todas as crenças
que defendemos por nos darem calma.

Mulher que defendo e admiro
não deixando de te alertar no erro,
que humanamente praticas pelo medo
mas que não te aprisiona em retiro.

A decepção provoca-te sofrimento,
que batalha para a força te consumir
mas tu lutas e teimas não sucumbir
pela razão suplantada num rebento.

Parabéns pela tua existência!
O mundo valorizas com personalidade,
assim como a minha vida e com honestidade
assumo o quanto te amo sem resistência.

Eterna companheira na cumplicidade,
em tirar da vida o máximo partido
sem nunca deixar ninguém ferido
apenas com a “tal” marca da saudade.

Diário com folhas em branco
por não ser necessário escrever,
devido à tua facilidade em me ler
seja numa alegria ou num pranto.

Pilar na decisão de uma atitude
assim como te apoias em mim
e sinto que será sempre assim
não sendo preciso que nada mude.

Juntas e mesmo sem programa
qualquer momento é especial
ou pelo menos não banal
não havendo nunca drama.

Resistimos à força da perseguição
praticada por quem tenta perceber
O que é uma maneira de viver
para nós normal,sem explicação.

Caixa de segredos bem selada
sendo o seu conteúdo a eternidade
que me fará sempre rir com vontade
e que nunca será divulgada!

Sentimento com eco infindável!
Partilha que para o sangue passou
e que no coração se acorrentou
sendo o seu crescimento indomável.

Parabéns Prima Nocas