domingo, 7 de novembro de 2010

Não consigo explicar

Nem o consigo pronunciar em voz alta
ou sussurrar mesmo estando sozinha
mas bato as teclas no computador
devido a esta louca inquietação minha.

Sinto a necessidade de o ver escrito
porque rebento se continuar a ignorar
a força das diversas reacções
que algo tão estranho me consegue provocar.

Identifico e vejo-o como estranho,
o que já é muito positivo por sinal
mas há certas coisas que não controlamos
e pode não ser só o mundo paranormal.

Admirar alguém à nossa frente
e sentir um forte desconforto
assim como um saudosismo inexplicado
que presencialmente fica absorto.

Mas não deixa de existir ou de se sentir
especialmente no mesmo espaço dividido
inconscientemente procuro com propósito
porque aquele olhar foi por mim escolhido.

Conseguir aqueles míseros segundos
onde os olhos se cruzam estando-se a disfarçar
e sente-se um nervoso miudinho
quando somos apanhados a olhar.

Nunca se desperdiça o cumprimento à chegada
com o qual se tenta conseguir o maior contacto
mas também não deveria ser esquecida a despedida
pois são os derradeiros segundos de facto.

E a conversa não passa a mais do mesmo
porque existe algo que tem que ser entregue
e aí está mais uma oportunidade
que não deixa hipótese para que se negue.

Derradeiros, restantes, últimos são sinónimos
que não conseguem que nos dêmos por vencidos
pois o estratagema de um próximo encontro
é elaborado pela vontade dos sentidos.

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