terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Eco infindável

Amizade que distingo do amor
por haver certeza assegurada,
que por ti me é confiada
sem nunca ter havido desprimor.

Fusão de dois corpos numa alma
por muitas que sejam as diferenças
aproximam-nos todas as crenças
que defendemos por nos darem calma.

Mulher que defendo e admiro
não deixando de te alertar no erro,
que humanamente praticas pelo medo
mas que não te aprisiona em retiro.

A decepção provoca-te sofrimento,
que batalha para a força te consumir
mas tu lutas e teimas não sucumbir
pela razão suplantada num rebento.

Parabéns pela tua existência!
O mundo valorizas com personalidade,
assim como a minha vida e com honestidade
assumo o quanto te amo sem resistência.

Eterna companheira na cumplicidade,
em tirar da vida o máximo partido
sem nunca deixar ninguém ferido
apenas com a “tal” marca da saudade.

Diário com folhas em branco
por não ser necessário escrever,
devido à tua facilidade em me ler
seja numa alegria ou num pranto.

Pilar na decisão de uma atitude
assim como te apoias em mim
e sinto que será sempre assim
não sendo preciso que nada mude.

Juntas e mesmo sem programa
qualquer momento é especial
ou pelo menos não banal
não havendo nunca drama.

Resistimos à força da perseguição
praticada por quem tenta perceber
O que é uma maneira de viver
para nós normal,sem explicação.

Caixa de segredos bem selada
sendo o seu conteúdo a eternidade
que me fará sempre rir com vontade
e que nunca será divulgada!

Sentimento com eco infindável!
Partilha que para o sangue passou
e que no coração se acorrentou
sendo o seu crescimento indomável.

Parabéns Prima Nocas

Pula como pipocas

Coração transformado em milho numa mão
que nem sequer pode ser aberta,
pois alguns grãos cairão na certa
por entre os espaços dos dedos em vão.

Vou continuar a ampará-lo
enquanto a mão não sucumbir
porque sei que ele quer cair
mas receio que possas queimá-lo.

Até quando vou achar que o protejo
sem ter motivo para o recear
ou nada que me leve a pensar
em mais nada do que no meu desejo.

Sinto nas costas da mão o calor
da reciprocidade e insistência
que me está a levar à demência
e peço-te: Não pares por favor!

Mas sei que a “pele” vai ceder
à queimadura que irás provocar,
com a persistência desse teu queimar
para todos os grãos poderes ter.

Só quero aguentar não abrir
até quando por um único grão
me assegurares querer também a mão
de onde ele irá de certeza cair.

...
...
...

Agarras a minha na tua mão
dando-me segurança para a abrir
começando o milho a cair
e pula como pipocas o coração.

Sorriso

Idioma universal por excelência,
que enriquece os recebedores
sem empobrecer os dadores…
Sol de um dia de dormência.

Adereço de beleza da humanidade
por sem custo estar disponível
e a qualquer um ficar irresistível
sendo marca de sensualidade.

Nunca se sinta vestido sem um sorriso
porque tê-lo consigo é sempre preciso.
Melhor resposta para quem não se gosta.

Demonstra um interior em plena liberdade,
um eu que desconhece a passividade
estando certo que sorrir é a melhor aposta.

Personalidade filtrada de vacilações,
crente de que a dar se realiza
e o que corre mal sintetiza
não perdendo 1 só dia em lamentações.

Expressão única a cada pessoa
que é guardada pelo subconsciente
e que caracteriza qualquer ente
cuja marca cá dentro ecoa.

Rosto que transmite segurança
ao encarar a vida com confiança
quando luta para nunca o perder.

Esboçar de determinação e de brilho
de quem se desatou do espartilho
que teima em fazê-lo desvanecer.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vício das palavras

No início guardava-as num caderno,
que perdura até hoje em dia
e levo como minha companhia
para qualquer passeio interno.

Passeio por um "eu" que desconheço,
mas que me cria curiosidade,
nunca havendo falta de vontade
para escrever o que a mim peço.

Resolvi tornar público por incentivo
daqueles que por algum motivo
marquei com as palavras dirigidas.

Nunca deixou de ser brincadeira,
hoje escrevo sem qualquer fronteira
porque não desperdiço palavras perdidas.

Palavras que insistem em aparecer
de todo e qualquer lugar
sem nunca por elas esperar
sentindo necessidade de as escrever.

Palavras que se conjugam com leveza
e me absorvem por completo a atenção
conseguindo até falar ao coração
que não resiste à sua pureza.

É um querer partilhar o que me faz bem
e que espero que seja útil a alguém
que possa ao lê-las vir a sentir-se igual.

É o vício das palavras desmedido
sendo tudo verdadeiro e sentido
mas são palavras e palavras não fazem mal.

Tesourinho nº100 (ansiosa pelas próximas centenas)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Vitral ao Sol

Luz do sonho construído
projectada sobre o branco imaculado
de onde sobressai o teu corpo deitado
que ali deixaste adormecido.

Cores variadas e em movimento,
que te vestem com persistência
contra a minha resistência
de memorizar aquele momento.

Paleta de azuis e encarnados
que borrifa esta pintura abstracta
sendo apenas a tua beleza exacta
no meio de borrifos emaranhados.

Semelhante a um puzzle terminado
com um número de peças incontável
que observo com atenção inesgotável
para o reproduzir com o sol apagado.

Distraio-me com a tua respiração
que comprova o teu sono tranquilo
e faria daquele cenário o asilo
para lá enclausurar a minha paixão.

Receio que acordes estremunhado
por um luar fortíssimo da lua
que te vai provar que fui tua
no teu sono e sonho realizado.

4 elementos

Ar…
teus olhos quando se cruzam com os meus.


Água…
tua boca fonte da minha sede.


Fogo…
teu corpo como vestido do meu.


Terra…
teu abraço que me trás de volta à realidade.

Fiança paga com amor

Alvo da crítica eterna
consequência de amor exagerado
que num amor alicerçado
a fez ser mãe e tão terna.

É fácil julgar uma atitude
que desrespeita a vontade
de dois seres que sem maldade
se envolveram em plenitude.

O difícil está em avaliar,
entender o “porquê”, a razão,
o que desde sempre sentiu o coração
para a convencer a errar.

Hoje entendo e sem revolta
procurei a pessoa conhecer
para a inquietação esclarecer
e na dúvida deixar de estar envolta.

O amor tem força de arma
e todos vivemos com o objectivo:
- ser feliz por qualquer motivo
sendo a solidão o nosso carma.

Não exige premir um gatilho,
come-nos por dentro até à alma
extinguindo a racionalidade e a calma
que é precisa para ter um filho.

Mas depois de o ter nos braços
pode ser ignorada,
pela sociedade rejeitada
que nunca lhe roubarão os abraços.

Tendo como dívida o sofrimento
de nunca ter o todo que ambicionou
e que por toda a vida lutou
mesmo a dormir em pensamento.

Julgada e considerada culpada,
a fiança foi paga com amor
que dá com vontade e fervor
nunca sendo uma mulher amada.

Amada, oficialmente e assumido
porque esse amor nunca a deixou
e ao seu lado sempre ficou
tendo o seu troféu conseguido.