Peço um café americano
numa esplanada em cima da areia,
tiro o bloco de folhas brancas
e a caneta começa a compôr a teia.
Palavras que vão surgindo iluminadas
pelo calor de verão e o cheiro do mar.
A imaginação liberta da responsabilidade
está dentro de mim a ferver e borbulhar.
Observo as pessoas que à praia chegam
caminhando leves de preocupações
mas carregando a tralha täo característica
do típico Português e suas tradiçöes.
O sol espreita pelas ripas de madeira
pintadas de branco que cobrem o bar
e a sua incidência permanente
fazem com que sinta a pele a queimar.
Bebo o meu café ainda fumegante
e acendo um cigarro para o saborear...
é um tempo sem relógio o que aqui passo
que desejo arduamente que demore a terminar.
Falo com o empregado de outros anos
para nas minhas coisas dar uma espreitadela,
pois a praia hà muito que me está a chamar
e eu também quero estar junto dela.
Momento único o de chegar à areia
e os chinelos dos pés descalçar,
sentir os grãos quentes e grossos
por entre os dedos a penetrar.
Deixo a toalha enrodilhada à beira mar
e tiro as calças brancas esvoaçantes
mergulho de rompante naquela imensidão
que deixa qualquer corpo e alma refrescantes.
Passo o corpo pela toalha para não pingar
e sacudo o cabelo para tirar o excesso.
Volto a vestir as calças com o biquini molhado
e regresso à esplanada...e nada mais peço.
Férias de luxo e de preenchimento,
sendo o meu luxo aquilo que me dá prazer
dispenso as pulseiras do "tudo incluído"
ou os gastos exorbitantes de um frívolo viver.
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