Quantas vezes o sentimos pesado,
entupido de alimento não ingerido?
Ou serão sobras, restos de um sentimento
que ainda não foi por nós esquecido?
Peso transportado quase que penosamente
por a regime nunca ter sido sujeito
e só da nossa força de vontade
resulta o alívio que se pode sentir no peito.
Durante anos abrimo-lo para deixar entrar
gente que fez parte da nossa vida.
Mas quantas vezes fizemos a limpeza
de cá de dentro retirar o pó da despedida?
E com os anos ressente-se tornando-se obeso,
enchendo-o massa gorda sem produtividade
que o aumenta desmedidamente de tamanho
mas sem relação proporcional à felicidade.
De nada serve guardar sentimento morto
mesmo que na recordação haja uma história.
Se o receio é poder passar para o esquecimento…
o que é importante fica alojado na memória.
Tornemos saudável esta fonte de entrega
queimando afincadamente todas as calorias,
e permitindo apenas que nele entrem
pessoas que se apliquem em dar-nos alegrias.
O colesterol do coração é eliminável,
depurando a alma de tudo o que não interessa.
Conseguimos desta forma ser selectos nas escolhas
mesmo que a porta se abra menos depressa.
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