quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cama desfeita

Lençóis de um branco imaculado
em raios de sol enrodilhados
num amanhecer de verão.
Corpo amolecido e deitado
mantém os olhos fechados
contra a claridade da radiação.

Dá-se o primeiro pestanejar
com um grunhido rabugento
de pouco sono dormido.
Depois do segundo e do terceiro
um delicioso espreguiçar
com um prazer desmedido.

Rola o corpo na brancura
numa ronha merecida,
sem horas para levantar.
Mas o calor aperta em demasia
e a vontade quer a partida
para a praia se aproveitar.

A moleza tem peso de tonelada
mas com movimentos lentos
procura-se o elixir do despertar.
Em minutos o chiar da cafeteira
torna preciosos os momentos
com a caneca na mão a fumegar.

Novamente na fofura das almofadas,
as cortinas completamente corridas
e as vidraças abertas para o sol entrar.
Num gole saboreia-se o café,
recuperando-se as energias perdidas
para um novo dia que está a começar.

A cama?...essa fica desfeita…
a arejar com a brisa do mar
e engoma-a o sol a preceito.
Só a mim tem que agradar
pois é nela que me vou deitar
sendo o sonho o meu leito.

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