domingo, 24 de abril de 2011

Vulnerabilidade

Perca de controlo do nosso eu
em detrimento do que se sente.
Só sendo solução a cobardia
de fugir do que está preso na mente.

Aquele sonho antigo de querer voar
é totalmente por nós esquecido
quando mesmo com as asas já nas costas
se pode num só voo ficar perdido.

Amarram-se os pés com pesadas correntes
e mesmo assim o corpo cede ao vento
como se fosse folha seca de Outono
devido à intensidade do sentimento.

Esforçamo-nos para chamar a razão
confiantes de que é ela a guarida
necessária para impedir que no coração
fique aberta tamanha ferida.

Ela vem em nosso socorro
e prolonga um estado debilitado,
pois não soluciona o problema
de termos um coração apaixonado.

Estado que nos comprova a existência
porque baixamos o escudo da falsidade
no momento em que nos caem as lágrimas
resultantes da incontrolável dor da saudade.

Tentamos a todo o custo enterrar
num deserto o coração na sua areia,
apenas porque julgamos conseguir
que o amor seja espalhado em toda a veia.

Como se fosse possível fugir para sempre
ou aguardar pela chegada do esquecimento.
Não há arma que extinga a força do amor
nem mesmo o imparável passar do tempo.

Vulnerabilidade assumida como pesadelo
num sentir que faz de nós peça de dominó.
Assistimos ao tombar de tantas outras
que não resistem ao sofrimento...até dá dó.

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