sexta-feira, 15 de abril de 2011

Poema embrião

Fazem-se sentir por toda a parte
e todas querem estar presentes.
São as palavras que vagueiam
nas bocas de tantas gentes.

É um desatino de safanões
que não me permite o descanso.
Leva a mão a pegar na caneta
para as escrever em qualquer recanto.

Vencem as mais persistentes
que condicionam outras tantas,
pois tem o poema que ter sentido
ficando os retalhos para as mantas.

Tal como nestas se conjugam cores,
no poema são linhas as palavras
e o pesponto mais perfeito
é quando com elas a alma lavras.

É frenética esta necessidade
de algo conseguir transmitir,
talvez desejo inebriado
de um muito pessoal sentir.

O poema cresce lentamente
entre quadras, sonetos e décimas
alimentando-se das palavras
que enclausuradas são péssimas.

Pois insistentemente barafustam,
protestam para serem ouvidas,
são elas o Poema embrião
quando ainda cá dentro perdidas.

Dar-te-ei vida sempre que tiver sinais
porque tenho instinto maternal,
podes não ter forma de gente
mas compilar-te é para mim vital.

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