Ainda tenho os olhos fechados mas já o sinto comigo pela força das memórias e das recordações…pelo amor atómico e inabalável.
Sinto o cheiro do desodorizante que se espalhava por toda a casa a seguir ao seu banho matinal e que entrava pelo meu quarto como marco diário de que o Pai já tinha acordado.
Escondo-me por entre os lençóis, fugindo à luz do dia que teima em acordar-me mas não quero abrir os olhos porque o estou a sentir aqui...Procuro deixar uma bochecha de fora, na esperança de receber o meu beijinho e de sentir o molhado da barba ainda mal enxuta.
É tanto o meu querer que sinto…consigo mesmo sentir:
a sua forma física a aproximar-se,
o som dos passos pelo corredor,
a sombra do volume humano a agachar-se na penumbra do meu quarto para me dar um “Bom dia” eternamente MEU.
Hoje recebi-o...QUE SAUDADES MEU PAIZÃO.
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