sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Verão azul

Convenci-me do controlo da situação
pela percepção de realidade muito tua.
Alinhei no estar perto apenas pela vontade
e a força do hábito deixou-me nua.

Cada momento é sempre especial
dias sem pressa, tardes de paz…
é um viver que nunca é banal
pela certeza do bem que me faz.

Olhar para dentro dos teus olhos
e fazer-me de surda para não os ouvir
pois não necessitas comunicar com palavras
para o meu corpo a ti reagir.

A voz mais lenta e meia rouca
proferida pelos teus lábios a deslizar,
que me faz crescer água na boca
pelo absurdo desejo de te beijar.

Descontraídos e realmente à vontade
mas um certo nervoso não se consegue esconder,
gesticulamos inquietantemente braços e pernas
tentando ignorar o que a mente teima dizer.

Tanto nos deixamos ir pelo que apetece
como perdemos tempo a tentar negar,
fantasiando desculpas em que não acreditamos
por não darem resposta ao dever ou não continuar.

Hoje é quase um trauma assumir sentir
qualquer envolvimento ou sentimento
pela falta de certeza que nos pode magoar
e do futuro o total desconhecimento!

É quase visto como uma fraqueza
que até aos nossos optamos por não assumir
mas que rapidamente no ar se desvanece
quando o toque daquela mão se faz sentir.

E chegamos mesmo a lutar contra nós
por não ter sido aquilo que idealizámos,
mas o problema é que no tempo que passou
o coração sentiu enquanto nós pensámos.

A nossa liberdade está sujeita a obstáculos
que apenas existem porque  os criamos.
Vivemos numa montra com enorme vitrina
onde só somos felizes pelo que resguardamos.

Verão azul como excelente exemplo…
posso dizer-te sem me custar sempre que sentir
e quando me sufocarem posso gritar bem alto
porque perceber o significado só tu vais conseguir.

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