quarta-feira, 20 de julho de 2011

4 anos…1461 dias…35.064horas

Números não são mais que números.
Marco de tempo com dor recordado
pela ausência da sua forma física
mas um amor diariamente fortificado.

Onde está? Por onde anda?...
Está bem melhor aí quero acreditar.
Fala o egoísmo que me serve de defesa
e me seca as lágrimas para não chorar.

Que injustiça! Afirmo rancorosamente.
Gostava de ter alguém a quem cobrar
para poder gastar a raiva que alimento
desde o dia em que soube que não ia voltar.

Fico satisfeita apenas pela certeza
de que não teve em vida que suportar esta dor
que corrói os ossos com a saudade
e faz doer o coração com tanto amor.

Sei que não o queria cá em sofrimento
e por isso assimilei a notícia com tranquilidade
mas aquilo que desconhecia por completo
era a força avassaladora da saudade.

É desumano a condição que nos foi imposta
por condicionamentos de todo superiores.
Termos que ter vivido o dia-a-dia da vida
sendo da doença meros espectadores.

Quando é que a ciência explica esta lacuna?
Que teima em estar presente nos demais
mesmo que seja tarde para mim
anseio a cura para ninguém sofrer mais.

Como se arranja força nestas datas
para encorajar parte de si a viver?
Quando toda eu me sinto desmantelada
de membros e órgãos com este sofrer.

“Tonecas” do meu coração, Paizinho
AMO-O e exclamo-o em voz forte e alta!
Só neste amor reside a muleta
para continuar a viver com a sua falta.

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