segunda-feira, 4 de julho de 2011

Baloiço da Liberdade

Balança entre o sonho e a realidade
em lento embalo ou voo alucinante
dependente da alma triste ou radiante
que nele se senta procurando a verdade.

Balança à chuva, ao sol e ao vento
e só o tempo consegue degradá-lo,
como as rugas que da idade são regalo
que em nós vincam todo o momento.

Mas mantém-se no ramo pendurado
sem se poder mostrar cansado
da incumbência de as almas baloiçar.

Porque ao ramo está acorrentado
e só assim se mantém equilibrado
para o peso dessas almas suportar.

Baloiço da liberdade com ironia
pois não existe sem estar preso ao ramo
assim como qualquer ser humano
que enlouquece sem companhia.

Oscila como o baloiço a nossa liberdade
eternamente presa à moralidade
fundada em tempos de um hoje tão distinto.

Mas ninguém se atreve a alterá-la
por muito que teimemos em criticá-la
reconhecemos que o equilíbrio seria extinto.

Sem comentários:

Enviar um comentário