Balança entre o sonho e a realidade
em lento embalo ou voo alucinante
dependente da alma triste ou radiante
que nele se senta procurando a verdade.
Balança à chuva, ao sol e ao vento
e só o tempo consegue degradá-lo,
como as rugas que da idade são regalo
que em nós vincam todo o momento.
Mas mantém-se no ramo pendurado
sem se poder mostrar cansado
da incumbência de as almas baloiçar.
Porque ao ramo está acorrentado
e só assim se mantém equilibrado
para o peso dessas almas suportar.
Baloiço da liberdade com ironia
pois não existe sem estar preso ao ramo
assim como qualquer ser humano
que enlouquece sem companhia.
Oscila como o baloiço a nossa liberdade
eternamente presa à moralidade
fundada em tempos de um hoje tão distinto.
Mas ninguém se atreve a alterá-la
por muito que teimemos em criticá-la
reconhecemos que o equilíbrio seria extinto.
Sem comentários:
Enviar um comentário