domingo, 1 de maio de 2011

Um “tum-tum” que eu ouvi

Era apenas ainda uma ervilhinha,
no seu ventre alojada e protegida,
quando pela primeira vez pude ouvir
o bater do primeiro amor da minha vida.

Relembro um “tum-tum” muito sumido,
que com o tempo ensurdecedor se tornou
e quando já não tinha dentro de si espaço
foi ele que para viver sempre me incentivou.

Era um “tum-tum” que procurava falar-me
com a necessidade crescente de me preparar,
incutindo-me ensinamentos com um carinho
que eu sorvia confiante e sem descurar.

Desconhecia ainda o tom da sua voz,
ou mesmo o toque e calor da sua mão
mas pude contar com esse “tum-tum”
desde quando era apenas “feijão”.

É o único amor na vida com certezas
porque o vi nascer dentro da Mãe.
Como prova recordo esse “tum-tum”
que foi sempre meu e de mais ninguém.

Duradouro como nenhum outro,
soma hoje quase 29 anos de existência
e dia a dia vai crescendo e galopando
não existindo neste facto a mão da ciência.

Ídolo, estrela-guia, pilar, melhor amiga
são títulos que lhe atribuo sem pensar.
É um sentimento de posse desmedido
quase como a necessidade de respirar.

Prescindo de tudo o que sou e da minha vida
em detrimento do seu bem-estar
porque não suportaria viver com a condição
de não a ter ao meu lado para me acompanhar.

Tudo começou por um “tum-tum” que ouvi
oriundo dos batimentos do coração da Mãe
e foi dessas bombadas de sangue com amor
que o meu coração começou a bater também.

Obrigada por me ter trazido à vida
e com a condição de ser sua filha
porque só assim queria ter existido
fruto deste amor de eterna partilha.

Para a um TESOURO de Mãe e melhor amiga

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