Distinta de cabeça “mal resolvida”
por não estar relacionada com ninguém,
a não ser com o nosso próprio eu
e a sanidade mental que ele não tem.
A experiência e vivência do passado
deixaram a forma de entrega encurralada
podendo ser normal aceitar um improviso
ou por e simplesmente não dizer nada.
Aceitam-se os primeiros convites,
pois o entusiasmo continua a ser sentido
mas tal como o vento muda de direcção
também assim se sente o nosso eu perdido.
Reconhecem-se qualidades procuradas
num estereotipo entendido como ideal,
mas irrita e sufoca-nos um mero contacto
que ontem era classificado como tão normal.
Pesa-nos positivamente a vida que tínhamos
mesmo frouxa ou sem qualquer imprevisão.
Acomodados a uma desvitalizante segurança
que nos permite estar na maior sem consumição.
E classificamo-nos como seres cruéis,
não merecedores dessa oportunidade
porque impulsivamente decidimos
abolir qualquer forma de continuidade.
Contornamos a irreflexão para uma atitude
mas mesmo depois de tudo estar pensado
assumimos a culpa singularmente
e optamos por deixar tudo inacabado.
A liberdade de há tanto tempo é reclamada,
iludidos de haver alguém que a quer roubar
quando o único ladrão é somente o nosso eu
que não resolvido nos tira as asas para voar.
O alívio sentido a seguir é confortante
mas nas horas vagas a conversar com a solidão
recordamos e revelamos a pequena aventura
que por momentos nos fez abrir o coração.
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