quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Não ter coragem para recomeçar é deixar de existir

Figurativo corte do cordão umbilical à nascença
quando o mesmo depois de cortado se mantém intacto
pela imbatível força do amor que nas veias nos corre
mesmo à distância ou com um mínimo contacto.



A areia molhada pintalgada de mínimas pegadas…
era uma ninhada de tartaruguinhas acabadas de nascer
que com determinação e coragem para o mar avançaram
abandonando na areia a mãe que as fez nascer.

Orgulhosa, sofrida vive a mãe tartaruga o adeus
predominando sobre a dor o desejo de os ver bem,
acaba de tapar o ninho onde os encubou
e volta a entrar no mar somente com o título de Mãe.

As centenas de tartaruguinhas seguem o seu caminho
sendo uma das espécies pelo mundo mais dispersada
mas há quem afirme que na fase adulta vêm desovar
na mesma areia onde deixaram a mãe abandonada.

Sendo pelo cheiro da areia ou pela fase da lua
no papel de mães observam também seus filhotes partir
e só aí sabem que mesmo eles não conhecendo as marés
voltarão sempre ao seu berço sem nada os fazer desistir.

Também o ser humano no papel de filhote
procura um dia ter o seu espaço
e racionalmente deixa a casa dos pais
procurando dar na vida um importante passo.

Não se trata de capricho, é uma vontade.
A única atitude que naquela fase nos faz feliz
e superamos a dor de deixarmos o ninho
em troca da independência que TUDO nos diz.

1 comentário:

  1. Ruben Proença de Amorim21 de novembro de 2011 às 21:39

    Este texto para mim parece coisa de encomenda, veio no timing certo... :)

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