Coração transformado em milho numa mão
que nem sequer pode ser aberta,
pois alguns grãos cairão na certa
por entre os espaços dos dedos em vão.
Vou continuar a ampará-lo
enquanto a mão não sucumbir
porque sei que ele quer cair
mas receio que possas queimá-lo.
Até quando vou achar que o protejo
sem ter motivo para o recear
ou nada que me leve a pensar
em mais nada do que no meu desejo.
Sinto nas costas da mão o calor
da reciprocidade e insistência
que me está a levar à demência
e peço-te: Não pares por favor!
Mas sei que a “pele” vai ceder
à queimadura que irás provocar,
com a persistência desse teu queimar
para todos os grãos poderes ter.
Só quero aguentar não abrir
até quando por um único grão
me assegurares querer também a mão
de onde ele irá de certeza cair.
...
...
...
Agarras a minha na tua mão
dando-me segurança para a abrir
começando o milho a cair
e pula como pipocas o coração.
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