terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pula como pipocas

Coração transformado em milho numa mão
que nem sequer pode ser aberta,
pois alguns grãos cairão na certa
por entre os espaços dos dedos em vão.

Vou continuar a ampará-lo
enquanto a mão não sucumbir
porque sei que ele quer cair
mas receio que possas queimá-lo.

Até quando vou achar que o protejo
sem ter motivo para o recear
ou nada que me leve a pensar
em mais nada do que no meu desejo.

Sinto nas costas da mão o calor
da reciprocidade e insistência
que me está a levar à demência
e peço-te: Não pares por favor!

Mas sei que a “pele” vai ceder
à queimadura que irás provocar,
com a persistência desse teu queimar
para todos os grãos poderes ter.

Só quero aguentar não abrir
até quando por um único grão
me assegurares querer também a mão
de onde ele irá de certeza cair.

...
...
...

Agarras a minha na tua mão
dando-me segurança para a abrir
começando o milho a cair
e pula como pipocas o coração.

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